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No total, em sete áreas diferentes, envolvendo 37 municípios, foram catalogadas 230 dessas fazendas. Na região, são 34 fazendas catalogadas em sete municípios: Cantagalo (seis), Cordeiro (duas), Duas Barras (nove), Carmo (sete), Trajano de Moraes (sete), São Sebastião do Alto (duas) e Santa Maria Madalena (uma). Todo o trabalho pode ser conferido no site do ICCV: www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/.
Para o ICCV, “a divulgação desse conhecimento e do seu potencial como elemento indutor ao fomento do turismo cultural; a disponibilização, no site de todo o material produzido, das Fichas de Inventário ao Manual de Conservação Preventiva, passando por referências bibliográficas, iconográficas e arquivísticas” é resultado de um trabalho que “permitirá aos governos em todas as instâncias, pesquisadores, professores, alunos, moradores e aos profissionais de planejamento traçarem planos embasados de desenvolvimento e crescimento desta importante região do estado do Rio de Janeiro”.
Algumas dessas fazendas, como a de Areias, em Boa Sorte, quinto distrito de Cantagalo, já serviram de cenário até para produções cinematográficas, como o longametragem ‘Remissão’, gravado em 2006. Parte da fazenda, que data do século XIX, com destaque para a sede, foi restaurada pelo atual proprietário.
O mesmo não acontece com outras preciosidades, que estão completamente abandonadas sob o ponto de vista de conservação e restauração do patrimônio histórico e cultural. É o caso, por exemplo, da Fazenda Água Quente, em Euclidelândia, terceiro distrito de Cantagalo, com construções que também datam do século XIX. Os investimentos para a recuperação de construções históricas, segundo especialistas, são altíssimos, o que prejudica esses grandes patrimônios de serem restaurados, pois geralmente os proprietários enfrentam dificuldades na captação de recursos para o trabalho.
Para Mariana Muaze, doutora em História pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e professora adjunta da Escola de História da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), no texto ‘O Vale do Paraíba Fluminense e a dinâmica Imperial’, “o inventário das fazendas de café do Vale do Paraíba fluminense (…) traz, aos pesquisadores das diversas áreas das ciências humanas, múltiplos caminhos para pensar este espaço em seus aspectos políticos, econômicos, sociais, culturais e naturais. A partir dos dados disponibilizados, é possível refletir sobre a diversidade de experiências individuais e coletivas vivenciadas pelos agentes históricos que habitaram a região durante o Oitocentos. As informações contidas na minuciosa pesquisa de campo (…), quando cruzadas com outras fontes históricas, permitem compreender os diferentes “mundos da fazenda” construídos e experimentados no Vale do Paraíba durante o século XIX”.
As 34 fazendas do inventário na região
Duas Barras tem o maior número de fazendas cadastradas: 9
Cantagalo: Fazenda Água Quente, Fazenda Areias, Fazenda Itaoca, Fazenda Santana, Fazenda São Clemente e Fazenda Sossego.
Cordeiro: Fazenda Nossa Senhora do Bom Sucesso e Fazenda dos Prazeres do Ribeirão Dourado.
Duas Barras: Fazenda Atalaia, Fazenda Conceição do Pinheiro, Fazenda Nova Era, Fazenda Penedo, Fazenda Rancharia do Norte, Fazenda Riachuelo, Fazenda Santa Cruz, Fazenda São João de Monnerat e Fazenda Três Barras.
Carmo: Fazenda da Glória, Fazenda Nossa Senhora da Conceição, Fazenda Passa Três, Fazenda Santa Catharina, Fazenda Santa Fé, Fazenda Santo Antônio e Fazenda São Lourenço.
Trajano de Moraes: Fazenda Santa Maria do Rio Grande, Fazenda do Canteiro, Fazenda do Retiro, Fazenda Olaria, Fazenda Providência, Fazenda Santo Antônio da Serra e Fazenda São Geraldo.
São Sebastião do Alto: Fazenda Barra do Veado e Fazenda São Manoel.
Santa Maria Madalena: Fazenda Sant’Anna.