Festival de dança O Corpo Negro começa no Sesc Nova Friburgo

O festival de dança O Corpo Negro, realizado pelo Sesc RJ, começa, nesta sexta-feira (12 de maio), em Nova Friburgo. Na programação gratuita, há uma mostra de filmes, oficinas e espetáculos de dança, que vão acontecer na unidade do Sesc e na Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro. Os ingressos devem ser retirados antecipadamente nos locais com lotação limitada.

Nesta sexta-feira (12 de maio), a mostra inicia no teatro do Sesc com o filme Damas do Samba, às 14h. A obra retrata a presença feminina na criação, manutenção e perpetuação do carnaval carioca. São musas, compositoras, passistas, madrinhas, carnavalescas, mulatas, intérpretes e até mesmo operárias que formam um painel de cores, sentimentos e sons na representação dessa cultura. Haverá outra sessão do filme na sexta (12 de maio), às 19h.

O espetáculo “Motiró”, da Cia Favela, abre as performances de dança no sábado (13 de maio), às 20h, no teatro do Sesc. O grupo traz ao palco uma desconstrução de movimentações. Na apresentação, os bailarinos, com suas linguagens corporais reunidas, propõem uma nova movimentação, enaltecendo a importância da coletividade. A palavra “Motiró” significa justamente, em tupi-guarani, a união de pessoas para a colheita ou construção de algo.

 

Espetáculo Motiró
Espetáculo Motiró

 

No dia seguinte (14 de maio), das 9h às 12h, os coreógrafos Douglas Barreto e Wagner Faria, da Cia Favela, vão oferecer uma oficina de dança aberta ao público em geral. Será uma introdução às bases das danças Hip Hop. Já nos dias 17,18 e 19 de maio, das 18h às 21h, Mestre Manoel Dionísio, um dos principais nomes do samba carioca, vai realizar oficinas de mestre-sala e porta-bandeira.

As apresentações de dança continuam na semana seguinte na Praça Demerval Barbosa Moreira, no Centro. No dia 24 de maio, a partir das 15h, a praça vai receber três performances cuja temática será o samba: o espetáculo “Sambando”, com as Minas do Samba; a apresentação “No batuque do ziriguidum”, com Ginga Brasil, e “O corpo que habita o terno”, com o bailarino Jefferson Bilisco.

O festival termina no município com a mostra audiovisual. No dia 26 de maio, será exibido o documentário Congar, às 14h, que registrou a viagem do Reinado de Nossa Senhora do Jatobá, de Belo Horizonte para o Rio, para apresentação no festival, no ano passado. A obra mostra diferentes gerações da irmandade, que levam consigo os seus ritos e celebram juntos a fé, a memória e o tempo. E às 19h vai acontecer a exibição dos curtas Ilhas de Calor, Elegbará e Só Sei Sentir.

 

Foto: Ginga Brasil
Foto: Ginga Brasil

 

Artistas negros selecionados por edital público

O festival de dança O Corpo Negro começou no dia 29 de abril, no Rio, com apresentação gratuita de espetáculos criados e executados por artistas negros e negras. Realizado pelo Sesc RJ, o evento chega a sua terceira edição com mais de 90 apresentações, shows, mostra audiovisual, oficinas e debates, ao longo de um mês, selecionados por meio de um edital público.

É a primeira vez que realizamos um edital orientado para artistas negros da dança. Mais do que uma ação afirmativa, que contribui para um ambiente justo e socialmente igualitário, o festival busca celebrar a contribuição desses artistas, em todo o país, para a dança. Durante um mês inteiro vamos parar unidades do Sesc no estado e mobilizar cidades para discutir dança e a urgência do combate ao racismo estrutural no setor cultural”, explica André Gracindo, analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ.

A seleção dos artistas por meio de um edital afirmativo e inédito de dança para todo o Brasil tem o objetivo fortalecer o segmento, gerar empregabilidade e proporcionar um espaço de visibilidade para os seus trabalhos. Foram destinados R$ 690 mil às produções, selecionadas no ano passado. De acordo com Gracindo, o projeto quer ser o ponto de partida para mais protagonismo negro na cultura brasileira.

 

Minas do Samba - Luana Bandeira
Minas do Samba – Luana Bandeira

 

Temos artistas de uma geração com grande relevância para a cena como Elísio Pitta, Mestre Manoel Dionísio, Carmen Luz, bem como jovens e outros profissionais de todo o país que produzem arte para os nossos tempos, com trabalhos completamente sintonizados com as questões dos nossos dias. Que essas experiências produzam novas consciências sobre os processos históricos e as nossas responsabilidades pessoais e coletivas com a transformação da sociedade contra o racismo nas suas manifestações cotidianas”, diz Gracindo.

O projeto colabora com as discussões sobre como o racismo estrutural passa pela e com a necessária implementação de ações coletivas de outros setores da sociedade. “Desde a reelaboração dos livros de história que não podem mais representar como heróis os algozes de todas as etnias escravizadas; até as ações no campo simbólico, como a representação positiva da imagem da pessoa negra na cultura e na sociedade de forma geral”, acrescenta o analista técnico de Artes Cênicas do Sesc RJ.

Além de Nova Friburgo e do Rio, a programação do festival O Corpo Negro se estende até 28 de maio nas cidades Nova Iguaçu, Niterói, Petrópolis e Volta Redonda. Confira a programação completa em www.ocorponegro.com.br.

 

Jefferson Bilisco
Jefferson Bilisco

 

Festival de dança O Corpo Negro

  • 10/05 a 26/05
  • Sesc Nova Friburgo (Av. Presidente Costa e Silva, 231, Centro) e Praça Demerval Barbosa Moreira, Centro.
  • Entrada franca, com retirada de ingressos nos locais com lotação limitada.

Ver anterior

“Joel Naegele: uma vida pelo cooperativismo”, por Celso Frauches

Ver próximo

Município do Carmo adquire Unidade Móvel de Castração de cães e gatos

Comente

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Populares

error: Conteúdo protegido !!