Frank Lengruber, emocionado, fala sobre a morte do ex-prefeito e amigo

Presidente da Câmara de Macuco já admite abandonar a política

Pouco antes de conceder uma entrevista coletiva em sua residência para vários órgãos de imprensa da região, o vereador e atual presidente da Câmara Municipal de Macuco, Frank Lengruber, ao lado da esposa, de seus pais e demais familiares, visivelmente emocionado, falou com exclusividade para o JORNAL DA REGIÃO.

– Com a consciência tranquila diante de Deus, dos meus pais, a quem tanto amo, dos meus filhos e da minha querida esposa, afirmo que jamais desejei, articulei ou participei da trama que culminou com a morte do ex-prefeito Rogério Bianchini. Afinal de contas, nunca tive motivo para isso. Éramos amigos, fui seu líder de governo na Câmara de Macuco, caminhamos politicamente juntos durante um longo período na tentativa de mudar a política do nosso município, então comandada pelo ex-prefeito Maurício Bittencourt. Atualmente, vários dos familiares de Bianchini participam em cargos de confiança do nosso governo, comandado pelo meu irmão e prefeito Félix Lengruber. Fui vítima de um órgão de imprensa da região, a InterTV, que, maldosa ou erroneamente, me colocou na cena de um crime que jamais estive presente. Não sou, nem nunca fui colocado como suspeito, apenas sou acusado de ter nomeado um assessor parlamentar (Daniel Aleixo), a pedido do vereador Douglas Borges. Espero e estou colaborando para que as coisas se esclareçam o mais rápido possível, para que minha vida e de meus familiares voltem à normalidade – destacou.

Acompanhado do seu advogado Cláudio Mansur, Frank Lengruber abriu o seu coração se dizendo acuado pela opinião pública, que, erroneamente, foi induzida a acreditar no seu envolvimento com o caso e, sem maiores conhecimentos sobre o ocorrido, já antecipou sua condenação e de toda a sua família.

– Eu, juntamente com toda a minha equipe do escritório que vem acompanhando o caso do Frank, passamos um pente fino em todo o processo, que foi analisado exaustivamente e, em momento algum, aparece qualquer acusação do envolvimento dele na morte do ex-prefeito. Ele simplesmente foi  arrolado pela polícia como testemunha para ajudar a elucidar o fato, visto que foi ele, na condição de presidente da Câmara de Macuco (e não poderia ser diferente), que procedeu a nomeação do assessor e principal acusado. Talvez isso tenha induzido a este erro gravíssimo que está causando tantos transtornos à vida deste rapaz e de sua família”, disse o advogado.

Cláudio Mansur confirmou que a sua linha de defesa será provar, no momento oportuno, que tudo não passou de um grande mal entendido  junto à opinião pública, acompanhada da devida reparação que exige a gravidade do caso. “Na pressa de se encontrar um culpado para satisfazer a opinião pública, o meu cliente, vereador Frank Lengruber, foi envolvido como que em uma tsunami sem precedentes na história deste jovem município”.

Recordando o fato da invasão de sua casa pela polícia, indignado Lengruber lembrou que fizeram um verdadeiro estardalhaço. “Começando a “invasão” (ou batida) pela casa dos meus pais, onde reviraram tudo sem dar uma única explicação à minha mãe, que tem problemas cardíacos, e ao meu pai, que sofre de hipertensão. Não satisfeitos, também passaram pela casa da minha irmã, que fica no segundo andar, e, finalmente, invadiram minha casa, justificados por um mandado judicial, onde, depois de perceberem que nada encontraram de errado, decidiram levar o computador pessoal do meu filho de 15 anos”, declarou o vereador.

Frank Lengruber afirma que corre risco de vida. “O resultado de tudo isso é que hoje estou correndo perigo de vida, pois eles, irresponsavelmente, colocaram um “alvo” em meu peito e levaram a população a acreditar que eu era o principal culpado de tudo. E agora fica a pergunta: depois de tudo isso, quem irá reparar os estragos que causaram em minha vida? Será que vão dar o mesmo destaque na TV quando eu for declarado inocente? E as noites de sono, o medo e as lágrimas derramadas por minha família serão reparadas? E o sofrimento causado à minha pobre mãezinha, que vive chorando e se lamentando por toda essa injustiça com a nossa família? E o que farão com o meu querido pai, que vive pelos cantos angustiado, amargurado e chorando por não ter como amenizar a dor do seu filho? E a cabeça dos meus filhos, um adolescente e outro pequeno, quem irá consertar depois, juntamente com a dor e o sofrimento da minha esposa? Quem irá acalentar a minha irmã, que sofre, a seu modo, a injustiça que se abateu sobre nossa família? E o estrago que causaram na vida do meu irmão, que é médico, prefeito e homem público querido por muitos e que agora passa horas tendo que dar explicações? Eu peço a toda população, aos meus amigos e até aos meus possíveis inimigos, não nos condenem antes da hora, pois, com certeza, a verdade logo, logo irá surgir e minha inocência será provada”, disse emocionado.

Com o objetivo de trazer mais luz para o fato, Frank lembrou que seu irmão era o candidato a prefeito em 2003, mas, com o rompimento de Bianchini com o ex-prefeito Maurício Bittencourt e sua união com o seu grupo, e pela amizade que se estreitou ainda mais na época, decidiram unir forças para eleger Rogério Bianchini e mudar os rumos da política de Macuco.

– Eleito, fui escolhido por ele para ser o líder do governo na Câmara, liderança que exerci durante oito anos consecutivos, tendo tido a oportunidade de conhece-lo melhor, sendo um dos que trabalharam pela aprovação de todas as suas contas, o que lhe deu o direito de concorrer na eleição seguinte novamente. O que pude fazer politicamente eu fiz e jamais trabalhei para prejudicá-lo em momento algum, pois acredito que política e dignidade podem caminhar juntas – justificou Frank Lengruber.

Em seu quarto mandato de vereador e se dizendo orgulhoso de ter chegado à presidência da Câmara Municipal de Macuco, Frank Lengruber não fugiu quando perguntado pelo repórter do JORNAL DA REGIÃO se encerraria sua vida política devido os últimos acontecimentos.

– Nunca imaginei de terminar os meus dias na política de Macuco deste modo, mas, diante dos fatos, não posso negar que minha família vem me pedindo com insistência para que eu não seja mais candidato. Tenho pensado muito em tudo isso e, talvez, não seja mais candidato a vereador em 2016, mas ainda vamos conversar mais sobre isso e medir os prós e os contras para uma decisão final – disse.

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