Início de tarde em Nova Friburgo. Um banco é assaltado em plena luz do dia; um carro é abandonado, com o motor ainda ligado, no centro da cidade. A princípio, não há relação alguma entre os dois acontecimentos, mas X se vê surpreendentemente envolvido e enredado em migalhas de biscoito que o levam a uma cadeia de crimes cada vez mais complexos e enigmáticos. Os delitos, tão distintos entre si, têm apenas uma coisa em comum: são cometidos por alguém sem rosto e sem voz. Assim, os dias de expediente na Imobiliária tornam-se cada vez mais raros, à medida que X, um homem solitário, beberrão e mulherengo, torna-se obsessivo na busca pelo autor dos crimes e questiona sua própria sanidade, no charco de vidas paralelas e medo que se formou numa cidade a caminho do céu. É neste clima de suspense que se desenrola o enredo de “Perdido”, romance escrito no formato folhetim, publicado semanalmente na internet, no blog do autor.
Perdido tem como pano de fundo a cidade de Nova Friburgo, entre os anos de 2010 e 2011, período em que a região serrana do Estado do Rio de Janeiro foi devastada pela maior tragédia climática do país. Em uma narrativa surpreendente, a obra é um romance policial impactante e dramático sobre relações de amizade e amor, narrando os momentos que antecederam o desastre climático, revelando a angústia de pessoas reais, numa trama paralela a de personagens fictícios, capturando o leitor desde o primeiro episódio.
Segundo Pacheco, a escolha pelo formato folhetim (do francês feuilleton) busca recuperar o gênero literário que surgiu em Paris, durante a década de 1830, utilizando a periodicidade dos jornais como estrutura para escritas literárias feitas em episódios diários. Alguns dos principais romances do século XIX saíram a público nesse formato, como “A Moreninha”, “Memórias de um Sargento de Milícias”, “O Guarani”, e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.
Publicado semanalmente no blog do autor, “Perdido” terá os episódios reunidos e editados no formato físico e eletrônico pelo Clube de Autores.
Sobre o autor
George dos Santos Pacheco nasceu em Nova Friburgo em 7 de outubro de 1981. É autor de treze livros, entre eles o aclamado thriller de suspense O Pacto, tendo estrado na ficção com o romance O fantasma do Mare Dei, em 2010. Membro da Academia Friburguense de Letras e laureado em diversos concursos literários, também escreveu os livros de contos Sete – Contos Capitais, Tarde demais para Suzanne, o infantil As aventuras de Frog, o ratinho, o erótico Uma Aventura Perigosa, além da autoficção O mundo é pequeno demais para nós dois, e teve seu conto A Dama da Noite adaptado para um curta-metragem homônimo. Em 2022, publicou o romance histórico O fabuloso Dr. Palhares, em parceria com a historiadora Janaína Botelho.