Grupo irlandês compra ativos de Holcim e Lafarge no Brasil

O pacote das operações no Brasil inclui três fábricas de cimento (Matozinhos e Arcos Jazida, da Lafarge, e Cantagalo, da Holcim), duas estações de moagem (Arcos Cidade e Santa Luzia, da Lafarge) e uma indústria de mistura pronta de cimento (Pouso Alegre, da Holcim). Essas operações foram avaliadas em aproximadamente US$ 350 milhões.

A venda dos ativos da suíça Holcim e da francesa Lafarge era condição necessária para que a fusão entre as duas companhias – criando uma empresa de US$ 44 bilhões em faturamento – fosse aprovada pelos órgãos antitrustes onde as companhias atuam. 

As operações adquiridas pelo grupo irlandês CRH na Europa, Canadá, Brasil e Filipinas geraram vendas estimadas de US$ 5,2 bilhões em 2014 e lucro operacional de US$ 744 milhões.

A produção brasileira de cimento gira em torno de 70 milhões de toneladas por ano. Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic) mostram que as vendas acumuladas de cimento entre junho de 2013 e maio de 2014 atingiram 70,7 milhões de toneladas, um aumento de 3,1% sobre igual período anterior.

A expectativa é de que o mercado de cimento neste ano sofra uma desaceleração, de acordo com fontes ouvidas pelo Estado. Além da crise energética e hídrica, as denúncias envolvendo as principais construtoras do País na Operação Lava Jato, que investiga denúncias contra a Petrobras, deverão desacelerar as obras em andamento.

O grupo irlandês, que é o principal produtor de asfalto para estradas nos Estados Unidos, informou que o acordo expandirá seu alcance global, fazendo da companhia a maior fornecedora de construção na Europa Central e Oriental e a terceira maior do mundo. A empresa vai financiar a compra, que irá duplicar sua exposição aos mercados emergentes, com dois bilhões em dinheiro, nova dívida e uma colocação de ações de 9,99%, segundo comunicado.

– Estamos adquirindo uma carteira de ativos de qualidade que complementa as nossas posições existentes a um valor atrativo e no ponto certo do ciclo (econômico) – disse o presidente executivo do CRH, Albert Manifold.

Lafarge e Holcim anunciaram planos de fusão em abril do ano passado, na esperança de reduzir custos e combater o excesso de capacidade e fraca demanda. A nova empresa será a maior fabricante de cimento do mundo, com US$ 44 bilhões em vendas anuais.

De acordo com o grupo CRH, com a compra de ativos principalmente na Europa, no Canadá, Brasil e nas Filipinas, o negócio impulsionaria, se concluído em meados de 2015, seu lucro recorrente em quase 25% no primeiro ano completo da aquisição. Cerca de 90 milhões em sinergias – líquidas de custos de implantação – também deverão ser alcançados nos três primeiros anos pós-aquisição, acrescentou a empresa.

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