Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Foto de capa: O inventor da eletricidade, Thomas Alva Edison
“Sem aceitar o fracasso, a criatividade e o pensamento inovador não aparecem”.
(Alan Marcus, diretor de TI do Fórum Econômico Mundial)
O inventor Thomas Edison (1847/1931), um dos maiores gênio da humanidade, dizia: “a genialidade é 1% de inspiração e 99% de transpiração.” Ele foi um dos maiores inventores. Sua mais importante invenção foi a lâmpada elétrica. Chegou a registrar um total de 1.033 patentes. Segundo sua filosofia, transpirou abundantemente mais de 1.033 vezes. Haja transpiração. Imagine nestes tempos de verão permanente. “O gênio é aquele que tem uma grande paciência.“.
Frequentou a escola pública de Port Huron, nos EUA, uma cidade do estado de Michigan, Condado de St. Clair, mas “era muito impertinente”. E a educação primária ficou por conta de sua mãe. A educação pública é de massa. A atenção para os diferentes e as diferenças é difícil, praticamente inexistente. O educando com QI elevado tem o mesmo tratamento dos demais.
Por que estou falando em inspiração? Tenho várias biografias de cantagalenses ilustres, mas ainda dependo de alguns dados e fotos. Não podendo escrever sobre esse tema, fui buscar inspiração no meu poço de inspirações. Que decepção! Não havia nenhuma inspiração armazenada, nem 0,01%. O que fazer?
Mas eu não me acomodei. Acabei encontrando o “fio da meada”.
Tinha lido o artigo do meu amigo e irmão do coração, Júlio – Dr. Júlio Marcos de Souza Carvalho −, meu vizinho colunista, com o instigante título na Edição 1.704, “Deus existe?”, para um católico como ele. E com transpiração ele construiu um dos textos mais objetivos e lindos que já li sobre Deus. Se você não leu, não deixe de ler. Ateus, judeus, cristãos de todas as denominações e até muçulmanos devem ler para conhecer Deus, por caminhos “nunca dantes navegados”.
“O gênio é aquele que tem uma grande paciência.“. E o querido amigo Júlio teve paciência e persistência para produzir um dos melhores e mais inteligentes textos sobre Deus.
Mas o texto revela, ainda, um aspecto pessoal do nosso mestre Júlio: a sua genial memória.
Em 1948, ingressamos no curso ginasial e na catequese da Igreja do Santíssimo Sacramento. Padre Crescêncio conduzia a nossa igreja. A catequese era de responsabilidade das irmãs Hercília e Haidee. E Júlio descreve as duas, como se fosse hoje: dona Haidee era mais tristonha, sempre enrolada em um xale; dona Hercília, mais ligeira, mais alegre, falante e com um detalhe que eu jamais notei – “com olhos azuis claros”. Só ele mesmo poderia se lembrar de um detalhe visto há 65 anos.
Nessa inspiração não gastei nenhuma transpiração. Mas transpirei por causa desse calor insuportável que eu desconhecia em Cantagalo. Sou da Cantagalo com as montanhas verdes abraçando nosso vale urbano. Ainda tínhamos árvores, muitas árvores, e dos Cambucás vinha água límpida para a nossa cidade. Hoje nem sei de onde vem essa água cheia de cloro, um veneno para o ser humano.
Uma coincidência, todavia, ajudou-me: o Dia da Criatividade, ocorrido no último dia 17. Criatividade é uma aptidão para inventar ou criar coisas novas. A criatividade é a característica de pessoas inovadoras, que têm ideias originais, que não têm medo de errar. E aprendem com os erros. Não desiste. É persistente, perseverante. Essas características podem se revelar em várias áreas diferentes, como a música, poesia, pintura, literatura, comércio, indústria, serviços. No setor público, geralmente, enrola-se na mastodôntica burocracia estatal.
Conheci a Economia Criativa há anos, por um dos clientes de consultoria da educação superior, o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. A equipe da Belas Artes, com 98 anos de ininterrupto funcionando na capital paulista, publicou um excelente livro sobre essa teoria – A Arte de Empreender na Economia Criativa – (Leila Rabello e outros. São Paulo: Reflexão, 2019). É uma boa leitura para os iniciantes.
O conceito de economia criativa tem pai. John Hawkins, em seu livro “The Creative Economy: How People Make Money From Ideas” –, publicado em 2001. No Brasil teve maior repercussão no setor público, por incrível que pareça. A criatividade e a inovação caminham juntas, tendo um instrumento poderoso neste século 21, as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs).
A economia criativa vem sendo adotada como curso superior ou projetos em diversas instituições de educação superior (IES) da livre iniciativa. As públicas parecem ignorar essa inovação criativa.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pandemia do vírus chinês trouxe prejuízos para a economia global. Mas, no Brasil, as atividades criativas, pós-pandemia, atingiram o PIB de R$ 181,9 bilhões, em 2021, devendo crescer 5,42% ao ano entre 2022 e 2025. Uma excelente recuperação.
Falando em criatividade, lembrei-me de que sou adepto do ócio criativo.
O ócio criativo é um conceito que foi popularizado pelo sociólogo italiano Domênico De Masi. Ele sugere que o indivíduo mais produtivo e satisfeito é aquele que consegue equilibrar trabalho, estudo e lazer.
De Masi argumenta que a sociedade moderna tende a separar essas três atividades, mas que elas podem ser combinadas de maneira harmoniosa. Ele acredita que, ao integrar esses três elementos, as pessoas podem encontrar satisfação e significado em suas vidas, além de aumentar sua criatividade e produtividade.
No ócio criativo, o trabalho não é visto como uma obrigação, mas como uma atividade prazerosa e enriquecedora. O estudo não é apenas uma preparação para o trabalho, mas uma atividade contínua de aprendizado e crescimento pessoal. E o lazer não é apenas um tempo para relaxar, mas uma oportunidade para explorar novos interesses e paixões.
Em resumo, o ócio criativo é uma abordagem de vida que busca um equilíbrio entre as demandas do trabalho, a necessidade de aprendizado contínuo e o desejo de desfrutar a vida ao máximo. É uma maneira de viver que valoriza a criatividade, a curiosidade e a alegria de viver.
Criatividade e ócio criativo caminham juntos. Na minha vida…
Um Comentário
Maravilhoso texto! Sempre exerço o ócio criativo quando posso. Seria tão bom se todos pudessem ver que lazer, trabalho e criação não são necessariamente polos opostos!