Após dias de suor, emoção e muita programação, a Firjan SESI encerrou a participação no Torneio Nacional de Robótica, em Brasília, com o Woodie Flowers Finalist Award, prêmio dedicado ao melhor técnico do país: o Instrutor de Automação e Mecatrônica da Firjan SENAI Nova Friburgo, Romulo de Jesus Costa, da equipe Tucanus da Firjan SESI Nova Friburgo, vai agora representar o Brasil nesta categoria no Torneio Mundial em Houston, nos Estados Unidos.
Este é o único título dedicado aos técnicos, que qualifica os mais inspiradores. Os juízes da FIRST, nos Estados Unidos – organização responsável pelas competições de robótica –, avaliaram as ações realizadas para estimular, promover e democratizar a Robótica, não só na equipe à qual Romulo está dedicado, como junto à comunidade. Romulo é técnico desde 2022, está pela terceira vez em Brasília e, com a equipe, já ganhou dois prêmios, de Imagem e Inovação. “Minha história na robótica começa quando eles me aceitam. E o prêmio representa o todo, né, tudo o que a gente faz na escola, no computador; as noites de sono perdidas, os dias de treino – que às vezes vão das 7h às 22h. Então este prêmio representa nossos esforços em conjunto. A ficha ainda não caiu”, disse Romulo.
A equipe Tucanus, da Firjan SESI Friburgo, ao lado da Nine Tails, da Firjan SESI Resende, chegou até as fases eliminatórias na categoria FRC – na qual concorrem robôs de porte industrial de mais de 1,5 metro de altura. A Firjan SESI São Gonçalo, com a equipe Tech Fênix, ficou em terceiro lugar no Control Award, Prêmio de Controle, concedido às equipes de FTC – robôs de porte semi-industrial – que melhor usaram sensores e softwares para aumentar a funcionalidade. Já a equipe Medal Hunters Kids, da Firjan SESI Barra Mansa, disputou na FLLC (robôs de lego), e ficou em quarto lugar no Prêmio Maré da Ciência, em reconhecimento aos projetos de inovação que melhor seguiram o tema da temporada: os oceanos.
Os 74 estudantes Firjan SESI competiram com mais de 2 mil jovens das redes SESI SENAI, públicas e privadas de todo o país. Vinícius Cardoso, diretor de Educação e Cultura da Firjan SENAI SESI, destacou o desenvolvimento dos alunos em vias de entrar no mercado de trabalho.
“Temos nos nossos quadros inúmeros jovens oriundos de torneios de robóticas e que hoje são mentores, professores ou se dedicam a diversos segmentos da indústria. Este desenvolvimento, não só em áreas de formação profissional, como também interpessoal, é o maior mérito do torneio, estimulando habilidades diversas para o jovem que chega ao mercado de trabalho”, destacou.
É o caso de Felipe Mitsuru, ex-aluno da Firjan SESI Friburgo e agora funcionário da Firjan para atuar como mentor da equipe, depois de se destacar em outros torneios. Morador da zona rural de Cachoeiras de Macacu, no Centro Norte do estado, há três anos ele ajudava os pais na lavoura e, hoje, tem o sonho de desenvolver um sistema de irrigação automatizado e acessível.
“É surpreendente pensar como minha vida mudou em três anos. Não tinha noção do quanto a robótica estava perto de mim: pra mim era coisa de ficção científica. Também achava que o curso técnico ajudaria apenas a conseguir um bom emprego, mas meus horizontes se expandiram para diversas possibilidades. Graças aos esforços dos meus pais na lavoura para me manter em outra cidade, pude mudar o rumo da minha vida e, com toda certeza, irei usar a robótica para auxiliá-los na roça”, disse Mitsuru.
Já Felipe Barreto, aluno do 3º ano do Ensino Médio da Firjan Jacarepaguá, comemora as descobertas pessoais.
“Fizemos um robô funcional e competitivo, incluindo um sistema de elevadores novo para nós. Estou muito feliz de ter adquirido esse conhecimento, e tanto que pretendo fazer engenharia de automação. Essa descoberta, com esse nível de convicção, é meu maior prêmio pessoal. Nunca pensei em adentrar tão profundamente nesse universo; aqui eu me descobri, e nunca vou me esquecer desses momentos”, conta Felipe.
Os alunos da Firjan SESI, com idades entre nove e 18 anos, participaram em três categorias. A equipe Alpha Tech da Firjan SESI Jacarepaguá disputou na FRC (robôs industriais), ao lado da Nine Tails da Firjan SESI Resende e da Tucanus da Firjan SESI Friburgo. As equipes Alpha, da Firjan SESI Jacarepaguá, e Tech Fênix, da Firjan SESI São Gonçalo, disputaram na FTC (robôs semi-industriais); já as equipes Marvel, da Firjan SESI Maracanã, Medal Hunter Kids, da Firjan SESI Barra Mansa, e Dragon Bots disputaram na FLLC, que envolve robôs com peças Lego.
O torneio foi parte dos eventos realizados no 7º Festival SESI de Educação, que ocorreu no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), e contou ainda com o Seminário Internacional SESI de Educação. Foram classificados para o mundial nos Estados Unidos – que acontece entre 16 e 19 de abril – três competidores da FLLC, três da FTC e quatro da FRC. As competições abrangem ainda troféus em categorias como Core Values, Design do Robô, Desafio Robô (arena) e Projeto de Inovação, que correspondem à qualidade e profundidade das pesquisas científicas, trabalho em equipe, montagem e programação realizadas para desenvolver as missões e o funcionamento em si.