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O maquiador Flavio Barroso, irmão da ilustre e eterna Rogéria, em entrevista exclusiva ao Jornal da Região, afirmou como foi construído o túmulo da artista na cidade de Cantagalo. O projeto busca homenagear a cantagalense e também a sua cidade natal, na qual sempre admirou e amou em vida.
Além da obra de revitalização do túmulo da artista, Flávio afirmou que, em breve, a Rogéria também terá uma Sala Especial no Centro Cultural do município. O espaço irá receber um vasto acervo, que contará mais detalhes sobre a vida e a história da artista. Segundo a prefeitura, o projeto deverá ser inaugurado até o fim deste ano.
A seguir, confira mais detalhes sobre a entrevista de Flávio Barroso ao Jornal da Região.
JORNAL DA REGIÃO – Por que decidiu fazer esta obra de restauração no túmulo da Rogéria, em Cantagalo?
FLÁVIO – Porque estava tudo em litígio. As irmãs de Rogéria, por parte de pai, abriram o inventário e tudo foi promulgado. Mas, mesmo com o inventário aberto, não se pôde fazer alguma coisa. Eu sou um assalariado da TV Globo e, por mais que tivesse vontade, não poderia fazer. (Então) com a minha parte da herança, eu resolvi fazer o túmulo dela. Porque o dinheiro que entrou na minha conta não era meu, era dela, do apartamento dela. Então, com isso, a minha parte da herança eu coloquei para fazer o túmulo, ao passo que ela ganhou um presente de Glória Pires e família. Com esse presente, aumentou-se ainda mais o valor do túmulo. E como é para a cidade de Cantagalo, onde ela reverenciava e nasceu, e também tinha tanto carinho, (inclusive) pelo prefeito Guga (…), resolvemos fazer e revitalizar esse túmulo, de uma maneira que ele se tornasse digno da estrela que ela foi.
JORNAL DA REGIÃO – Como a obra foi custeada? A Prefeitura de Cantagalo contribuiu com a obra?
FLÁVIO – Essa obra foi custeada pela parte que recebi da herança (de Rogéria) e desse presente que Glória Pires e sua família deram para ela. Ela não tem nada da prefeitura.
Rogéria e Flávio Barroso
JORNAL DA REGIÃO – Em breve, a cidade de Cantagalo terá um museu da Rogéria no Centro Cultural. O que tem a dizer sobre este projeto?
FLÁVIO – O prefeito (Guga de Paula) já me mostrou o projeto de uma sala, ao lado do teatro. A “Sala Rogéria” terá todo o acervo de Rogéria, que foi doado em vida para Suzy Parker, que era amiga pessoal dela. Ela está doando para o museu de Cantagalo tudo o que (a artista) deixou. Uma parte (do acervo de Rogéria) está no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, que fica na Praça XV. E a outra parte irá para Cantagalo, com todos os documentos assinados pela Suzy Parker, que é detentora desse acervo que foi doado para ela em vida de Rogéria.
JORNAL DA REGIÃO – Flávio, sua família é composta de quantas pessoas?
FLÁVIO – A minha família é composta pela Eloá Barroso, que é a nossa mãe. Astolfo Barroso Pinto, que é a Rogéria. Ciro Assis Barroso Pinto, que é o nosso irmão. Rogéria tinha duas irmãs por parte do pai, como o Assis também tem essas duas irmãs por parte do pai. Eu sou filho por parte de mãe, que era dona Eloá (…) Além de ser meu irmão (Astolfo, que era a Rogéria) era meu padrinho e com ele aprendi a profissão de maquiador. Isso tudo deu incentivo a tudo que sou. Eu tenho agradecimentos eternos ao Astolfo pela pessoa que sou. O Astolfo não foi só meu irmão, foi um pai para mim. Foi a pessoa que custeou meus estudos. Foi a pessoa que me levou a conhecer muitas coisas na vida e ter esse amor de irmão e de afilhado, que sou.
JORNAL DA REGIÃO – Flávio, assim como Rogéria, você também nasceu em Cantagalo?
FLÁVIO – Eu não nasci em Cantagalo. Eu nasci no Rio de Janeiro. Sou carioca, mas tenho um grande carinho por Cantagalo, que abrigou um ícone do transformismo, a representatividade gay desse país, que é o meu irmão, Astolfo Barroso Pinto, na versão Rogéria, a qual os gays que estão aí no momento deveriam conhecer a história e saber quem foi para reverenciá-la. Eu não levanto bandeira do (movimento) gay, eu já sou a própria bandeira.