‘Já fui três vezes a Brasília e Marcelo Mansur, como vice-prefeito, duas’

 

 

 

JR – Como  tem sido ser prefeito do município de Macuco, o menor do estado em população e território?

FL – Sem dúvida nenhuma, é um desafio muito grande. Nós sabemos que somente com muita dedicação, amor e espírito de equipe  é que a gente consegue trazer soluções com a menor arrecadação do estado. Para a gente realmente fazer um governo que vai ao encontro dos anseios da população, precisamos de parceiros, de grandes parcerias, através de prestígios políticos e indo ao encontro das autoridades  estaduais  e federais. Podemos  dizer que são parcerias envolvendo os governos municipal, estadual e federal, que fazem com que Macuco saia vitorioso.

 

JR – Quais foram as dificuldades nestes primeiros meses de governo em Macuco?

FL – A grande dificuldade, com certeza, a exemplo de outros municípios, é a questão da folha de pagamentos. Nós assumimos o município com a folha chegando a 54%. Tivemos que fazer alguns cortes, estamos ainda fazendo ajustes, feitos ainda de forma lenta pela dificuldade que se encontra. Reduzir cargos comissionados, gratificações, demitir funcionários, sempre é muito difícil. Este tem sido o nosso maior desafio.

 

JR – Poderia fazer um pequeno resumo deste período?

FL – O nosso “carro-chefe” tem sido a saúde. Estamos investindo muito. Contratamos vários médicos, técnicos e profissionais da área. A saúde avançou muito nestes últimos meses. Fizemos uma parceria com o Hospital de Cantagalo. Nós temos, hoje, uma redução de 50% de internações hospitalares. Hoje, nós temos um médico para, aproximadamente, 150 habitantes. A partir deste mês de setembro, já contaremos com o médico Antônio Segalote, reconhecido como excelente cirurgião. Um neurocirurgião com a capacidade de Marcelo Pinot, além dos demais, que já prestavam serviços à população de Macuco. Conseguimos um Caps (Centro de Atendimento Psicossocial), que ainda não tínhamos, a casa terapêutica. Recebemos uma van, doada pelo Governo do Estado, através da Loterj, para atender aos pacientes que vão para o Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de Janeiro, receber tratamento médico. Vamos receber, ainda este ano, dentro de 30 dias, mais duas ambulâncias, através dos deputados Luiz Martins e André Corrêa. Além disso, vamos iniciar, ainda este ano, já que tive que restaurar todo o projeto, a construção do hospital municipal para 30 leitos, uma obra no valor de R$ 4,5 milhões, que servirá de polo oftalmológico para toda a Região Serrana, atendendo 15 municípios.

Na agricultura, recuperamos quatro  máquinas. Demos uma estrutura à Secretaria de Agricultura, que não tinha. Uma sede, um corpo técnico, um secretário, um subsecretário, que, efetivamente, trabalham juntos com o produtor. Atendemos mais de duas mil horas de máquinas nestes oito meses. Distribuímos sementes, realizamos vários cursos, entre eles de ordenha e de piscicultura. Ainda neste mês de setembro, teremos palestra com o especialista Arthur Chinelato, referência no programa ‘Balde Cheio’. Temos uma parceria com a Cooperativa Agropecuária de Macuco e com a CCA Laticínios, o que nos trouxe o programa ‘Rio Genética’ e ainda vamos realizar o maior evento de leite do estado, o ‘Rio Leite Serrano’, em decorrência dessas duas empresas e da relação positiva que nós temos com a Secretaria de Estado Agricultura, através do secretário Christino Áureo, e também com a parceria do ministro Marcelo Crivella e com o secretário Felipe Peixoto. Macuco terá, em breve, mais um caminhão frigorífico para atender aos produtores e pecuaristas, através da Fiperj (Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro), que, hoje, tem investido na área de piscicultura, acreditando que possa ser garantia de valores para os produtores e pecuaristas.

 

JR – No seu governo, está havendo uma relação mais estreita com a Cooperativa de Macuco. Fale sobre o assunto.

FL – A Cooperativa Agropecuária de Macuco é orgulho de todos. É uma instituição quase que centenária, que, com a sua tradição, conta com a história de muitas famílias do município, que garantem à cooperativa respeito em todo o estado e até mesmo no Brasil. Dias atrás, ouvi, do próprio governador Sérgio Cabral, que a Cooperativa de Macuco é a principal cooperativa do país. Temos que ter um carinho especial com a instituição, que, hoje, depois da Prefeitura, é a maior geradora de empregos  em Macuco. Se você colocar empregos diretos e indiretos, ela supera a Prefeitura, chegando a mil empregados. A Cooperativa de Macuco é o maior patrimônio do município. Pensando assim, a gente procura apostar que, essa cooperativa crescendo, ajuda o comércio local, ajuda a Prefeitura e, finalmente, a região.

 

JR – Já é possível uma avaliação de seus secretários?

FL – Nós optamos por secretários técnicos. Não só secretários, mas subsecretários também. E a gente cobra resultados, metas a serem atingidas. Estou satisfeito com os resultados. Fizemos, recentemente, mudanças no secretariado, visando melhorias na questão administrativa. Nada tão grande. Pretendo caminhar assim, com pessoas técnicas.

 

JR – Durante estes primeiros meses de administração de Macuco, o  senhor e o seu vice, Marcelo Mansur, estiveram em Brasília? Quantas vezes?

FL – Já fui três vezes a Brasília e Marcelo Mansur, como vice-prefeito, duas. A gente tem procurado acompanhar, de perto, nos ministérios, os trabalhos que temos buscado junto aos nosso deputados federais, que vêm ajudando Macuco. Marcelo Mansur é um grande parceiro, um grande amigo, que tem somado com a sua experiência na política. Foi presidente da Câmara Municipal e vereador por 16 anos, colaborando nas conquistas para Macuco.

 

JR – Como está o relacionamento com a Câmara de Vereadores de Macuco?

FL – Temos, hoje, em Macuco, uma Câmara Municipal que tem apoiado a administração, que participa na busca de parcerias junto aos seus deputados. É uma relação além de Legislativo e Executivo apenas. Nossos vereadores também têm buscado conquista e benefícios para o nosso povo.

 

JR – E sobre as disputas territoriais com o município de Cantagalo, o que  tem a dizer? A Prefeitura de Macuco continua investindo no processo? Alguma expectativa de resolução nos próximos anos?

FL – Estivemos em Brasília com o advogado Nabor Bulhões, que atende Macuco nessa questão, na expectativa de uma nova data para um novo julgamento. O que cabe à Prefeitura, nós temos feito. Reconhecemos, no entanto, que essa é uma causa que cabe aos ministros do Supremo (Tribunal Federal), porém, estamos otimistas. Continuamos na luta. Vejo que Macuco avançou muito, pois, afinal de contas, já esteve, por duas vezes, na pauta do Supremo, com dois votos favoráveis. Esperamos resolver essa causa ainda nos próximos quatro anos.

 

JR – E para as demais áreas, há algum projeto ou ação que queira destacar?

FL – Na educação, continuamos a realizar o excelente trabalho dos anos anteriores. Este ano, implantamos o ensino digital no município. Também realizamos entrega dos uniformes novos para toda a rede municipal: mochilas, agasalhos e camisas. No âmbito social, conseguimos o programa ‘Renda Melhor’. Fornecemos 200 bolsas de compras, que serão entregues às residências das pessoas todo mês, acabando, assim, com as filas. Um dos pontos fortes do nosso governo tem sido a questão da habitação. Vamos começar a construção de 50 casas no bairro da Reta e temos, como meta, até o final do nosso governo, a construção de 400 unidades habitacionais. No meio ambiente, estamos, finalmente, colocando em funcionamento o nosso aterro sanitário, o que vai proporcionar a Macuco o ‘Lixo Zero’. Temos tratado toda a questão do lixo no município. Na cultura, conseguimos vários eventos com sucesso, a exemplo do Festival de Folias de Reis, e também realizamos a Noite Italiana, voltada à tradição da cultura italiana em nossa região. Temos, em Brasília, em andamento, um projeto de criação de um centro cultural no município. No turismo, há vários eventos durante o ano e o sucesso foi a festa de São João Batista. Agora, a nossa exposição agropecuária, com grandes atrações.

 

JR – Como um município considerado pequeno, que não possui tanta tradição na realização de feiras agropecuárias, consegue realizar um evento de grande porte como está prometendo ser essa, do mês de setembro?

FL – Macuco, na verdade, esta indo para a sétima exposição agropecuária. Comparado a outros municípios, estamos realmente no início. Há municípios que estão com feiras assim há mais de 50 ou 60 anos. Na verdade, Macuco é um município voltado à agropecuária. A exposição veio realmente para ficar. A cada ano, ela vem melhorando, crescendo e evoluindo, e foi com muito sacrifício, pois, este ano, temos grandes problemas orçamentários e tudo foi feito com muita luta, através de parcerias e de muita dedicação dos funcionários e de toda a equipe, para que pudéssemos realizar essa feira. Não podíamos deixar que esse evento, que deixou de ser um evento local para ser um evento regional e estadual, viesse a sofrer com esses tipos de problemas. Acreditamos que, durante a feira, vamos receber um grande número de turistas, pecuaristas e autoridades do cenário estadual. Acredito que o fato de a gente, hoje, estar marcando essa exposição no cenário estadual, facilita as parecerias.

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