“Jogos Olímpicos 02”, por Dr Júlio Carvalho

Continuando nossa corrida através das Olimpíadas, analisarei a participação brasileira nos jogos olímpicos de 1924 até 2020 (2021).

No período de 1924 até 1936, o Brasil não conseguiu conquistar qualquer medalha olímpica e nossas atletas não chegavam a cem, com um número sempre bem maior de representantes masculinos.

Jesse Owens ganhou 4 medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936, em Berlim
Jesse Owens ganhou 4 medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936, em Berlim

Nas Olimpíadas de 1936, realizadas em Berlim, os nazistas se aproveitaram do evento para divulgação e propaganda de suas ideias de superioridade genética. Adolfo Hitler, ditador da Alemanha nazista, comemorava cada vitória germânica, ficando a Alemanha com o maior número de medalhas (33 de ouro, 26 de prata e 30 de bronze), num total de 89. Todavia, dizem que o líder nazista saiu profundamente aborrecido quando o atleta negro norte americano, Jesse Owens, ganhou 4 medalhas de ouro naqueles jogos olímpicos.

Durante a segunda guerra mundial, as Olimpíadas permaneceram suspensas, retornando em 1948, em Londres. O Brasil enviou 77 atletas (70 homens e 7 mulheres). A única conquista foi uma medalha de bronze com o basquete masculino.

Volei masculino do Brasil conquistou o ouro em Barcelona 1992
Volei masculino do Brasil conquistou o ouro em Barcelona 1992

Até os jogos olímpicos de 1992, nosso país não conseguia atingir 10 medalhas, embora o número de participantes fosse cada vez maior, chegando a 197 brasileiros, em 1992, em Barcelona, quando conseguimos 3 medalhas (2 de ouro e uma de prata). As de ouro no judô e no vôlei masculino e a prata em natação. Ficamos colocados em 25º lugar.

A partir de 1996, nossa representação contou sempre com mais de 200 atletas, variando o número de premiações de 10 a 19 medalhas, como aconteceu no Rio de Janeiro, em 2016, quando competiram 465 brasileiros.

Finalmente, chegamos a 2021, em Tóquio, com as Olimpíadas de 2020, transferidas para o ano seguinte em virtude da pandemia de Covid.

Seguiram para a capital japonesa 302 brasileiros em busca de novas medalhas. O resultado não foi excelente, mas bem melhor que em competições anteriores: sete medalhas de ouro, seis de prata e 8 de bronze, somando 21 medalhas, nosso recorde olímpico. Com um pouco mais de sorte, teríamos chegado a dez de ouro.

De qualquer modo houve progresso e bastante emoção, apesar de tudo de negativo que, atualmente, ocorre em nosso país com corte de verbas para o setor de esportes amadores.

Foi belíssimo assistir as apresentações da jovem Rebeca Andrade na ginástica artística. Quanto equilíbrio, elegância e harmonia muscular, quanto treinamento e quantas necessidades terá passado essa jovem, membro de uma irmandade enorme, mantida somente por uma mãe, verdadeira heroína, exemplo de mulher de fibra, que não desiste. Rebeca deve ter herdado essa mesma fibra. É patrocinada pelo nosso C.R. Flamengo, onde treina.

Isaquias Queiroz dos Santos, na canoagem individual, arrancando rumo ao ouro, movido por músculos nordestinos, daqueles brasileiros que sobreviveram as secas, à fome e ao abandono em que vivem muitos brasileiros nos sertões do nordeste.

Como foi satisfatório assistir o Hebert de Sousa, sempre alegre e saltitante, colocar o seu oponente deitado no rinque com um possante canhoto, enquanto conquistava mais um ouro para nosso sofrido povo.

A Bahia ainda brilhou com a nadadora maratonista na prova dos 10.000 m, Ana Marcela Cunha, vencendo a longa prova de ponta a ponta, subindo no degrau mais alto do pódio para receber a sonhada medalha de ouro. Primeira do mundo na categoria de nadadora maratonista.

Júlio Carvalho é médico e ex-vereador em Cantagalo.
Júlio Carvalho é médico e ex-vereador em Cantagalo.

O surfe apareceu como modalidade esportiva pela primeira vez nas Olimpíadas e o Brasil ganhou sua primeira medalha de ouro com o potiguar Ítalo Ferreira, sem falar na derrota duvidosa de Medina.

Fico feliz de ver que quatro das sete medalhas de ouro foram conquistadas por patrícios nordestinos. Euclides da Cunha profetizou: “O nordestino é antes de tudo um forte“. Aí está mais uma comprovação. Felizmente, minhas duas netas tem em suas artérias 50% de sangue nordestino, por isso estão firmes e fortes na luta universitária.

A nossa sétima dourada foi garantida pelo futebol, mas isso ficará para outro dia, afinal o artigo tem seus limites, que não deverão ser ultrapassados.

Que nosso Deus a todos proteja e até a próxima semana.

Júlio Carvalho é médico e ex-vereador em Cantagalo.

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