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Em 1960, como General de Brigada, Paulo Torres é designado para o Comando de Núcleo da Divisão Aero terrestre, tira o diploma de Paraquedista Militar, fazendo questão de participar de saltos com paraquedas, sendo motivo de reportagens pela imprensa carioca; dizia que, como comandante dos paraquedistas, também tinha que saber saltar dos aviões. Na ocasião, foi o segundo Oficial-General a receber o citado diploma.
Em 1961, foi também Presidente do Clube Militar, com sede na cidade do Rio de Janeiro.
Em 25 de agosto de 1961, com a renúncia do Presidente Jânio Quadros, o General Paulo Torres recebeu ordem para saltar com os paraquedistas sobre Brasília e fechar o Congresso Nacional. Recusou-se a cumprir a ordem, perdendo com esse ato o comando.
Em março de 1962 vai para o Comando do Grupamento de Elementos de Fronteiras, em Manaus. Em 1963, estava no Comando Militar do Amazonas.
Com o movimento militar de 31 de março de 1964, passa para a Chefia do Estado Maior do 1º Exército.
Em maio de 1964, a Assembleia Legislativa do antigo Estado do Rio de Janeiro, pelo voto indireto, o elege Governador dos fluminenses, cargo em que ele permanece durante 2 anos e 20 dias.
Apesar do rigor do regime militar por todo território nacional, o governo do General Paulo Torres foi pacífico, voltado sempre para a solução dos problemas ligados a diversas áreas.
Em Cantagalo, sua passagem pelo Executivo Fluminense ficou assinalada por obras importantes: construção do Colégio Estadual, que recebeu o nome de sua genitora Maria Zulmira Torres; a Casa de Euclides da Cunha, dirigida inicialmente pela Prof.ª. Amélia Tomás; a construção da nova rede de distribuição de água, obra da firma Tarmon; determinou que as máquinas da 8ª Residência do DER terminassem os trabalhos no campo do Flamenguinho A.C. e o asfaltamento da estrada de São Martinho, antiga solicitação dos cantagalenses, que segundo o Sr. Antônio Rocha e Silva Júnior, seria a “estrada da Libertação de Cantagalo”.
Muito mais Paulo Torres poderia ter realizado por Cantagalo, todavia alguns políticos ligados ao governador, levados por radicalismo político, estavam mais preocupados em denegrir a imagem do prefeito Henrique Frauches (PTB) do que ajudar a solucionar os problemas do nosso município.
Numa das vezes em que veio a Cantagalo, Paulo Torres visitou o Hospital de Cantagalo, ocasião em que lhe solicitei a doação de um aparelho de Raio-X, portátil, da marca FNX, no valor de Cr$. 3.500,00, de fabricação nacional. Ele olhou sério para mim e disse: “Não existe aparelho de Raio-X com esse preço. Se existir, o estado doará um”. Chamou um assessor, determinando que anotasse o pedido.
Cerca de dois meses depois, chegava o pequeno aparelho, doado pela Loteria do Estado do Rio de Janeiro. Foi utilíssimo para nosso trabalho, servindo para radiografar membros superiores, inferiores e tórax. Durante muitos anos, foi de grande valia para o hospital que não possuía esse tipo de exame.
Como retribuição por tão importante auxílio, a diretoria do hospital inaugurou um retrato de Paulo Torres na galeria dos benfeitores do nosso nosocômio.
Um amigo já falecido, que residia em Cordeiro, contou-me que o General Paulo Torres, quando governador do estado do Rio de Janeiro, algumas vezes resolvia ir a pé de sua residência, na rua Fagundes Varela, até o Palácio do Ingá. Quando alguém lhe dizia: “Governador, cuidado, o senhor poderá ser morto”. Ele respondia: “Se não morri na guerra, na Itália; por que serei morto em Niterói?”. E partia caminhando para o Ingá!
Em 1968. foi eleito Senador, permanecendo no Senado Nacional de 1967 a 1974. Participou de várias comissões e ocupou a Vice Presidência do Senado. Com a morte do Presidente do Senado, Filinto Müller, em julho de 1973, candidatou-se ao cargo, sendo eleito pela unanimidade dos senadores presentes. Como Presidente do Senado, representou o Brasil em diversas solenidades no exterior: Europa, África, Estados Unidos e América do Sul. Em 1978, foi eleito Deputado Federal.
Como militar, nosso conterrâneo Paulo Torres recebeu 44 condecorações nacionais e 16 estrangeiras, totalizando 60 condecorações. Entre as concedidas por outros países, destaca-se uma recebida da França por Ato de Bravura, por haver salvo um contingente francês, que se encontrava cercado pelos alemães, na cidade de Susa, durante a 2ª Guerra Mundial.
Além das condecorações militares,.o Marechal Paulo Torres era cidadão honorário dos estados do Amazonas e do Acre e de sessenta e dois municípios fluminenses.
O Marechal Paulo Torres faleceu aos 96 anos de idade, em Brasília, no Hospital Santa Lúcia. Seu corpo foi velado no Salão Negro do Congresso Nacional e sepultado no Cemitério Campo da Saudade.
Por sua história militar e política, o Marechal Paulo Torres se coloca entre nossos conterrâneos que mais elevaram o nome de Cantagalo, sendo merecedor de homenagens públicas em nosso município, onde está bastante esquecido.
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Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.