Mascote Tricolor garimpa, na Prata, pratas da casa que valem ouro

Oportunidades que também estão em busca de apoios

Há não mais que cinco meses, as tardes ensolaradas da localidade de Córrego da Prata, está recebendo, nos finais de semana, uma grande quantidade de jovens, de idades que começam em 8 e chegam a 18 anos, de todos os municípios circunvizinhos, para o “treino com tio Plínio”. Tio para alguns, professor para outros e esperança para muitos. É que Plínio trabalha com esportes há décadas e atua, hoje, como professor, ministrando aulas de educação física em escolas, clubes e, mais recentemente, em Córrego da Prata, distrito de Carmo.

Com o interesse e ajuda da comunidade, que vê na iniciativa a maneira ideal para que os jovens possam trilhar um caminho virtuoso, longe dos vícios e da inatividade física, tendo à frente o morador Carlão, o projeto Mascote Tricolor decola de forma suave, levando consigo dezenas de sonhos permeados por muito suor, sacrifícios pessoais e financeiros, dedicação e persistência.

Sonhos como os do pai Jonas (do Raio X do hospital de Cantagalo), que possui dois filhos integrados ao projeto: Jonas Filho (Joninha), 18 anos, e Gabriel, 15 anos, atletas que estão treinando nas categorias de base de times como o Duque de Caxias e Tigres, com sede em Xerém. “Faço o esforço necessário para viabilizar o sonho dos meus filhos, que é tornarem-se jogadores profissionais de futebol”, disse. Ou, ainda, do avô Narciso Cabral e do pai Ricardo Teixeira, que se alinham ao mesmo pensamento. O jovem atleta de 16 anos Nicholas Alonso fez sua estreia no Mascote e está treinando em Xerém, no Duque de Caxias.

O nome do projeto se explica porque Plínio é torcedor do Fluminense e, inclusive, seu filho mais novo atua nas categorias de base do Tricolor Carioca há sete anos. Todos os atletas estão sendo trabalhados e constantemente analisados pelo “Tio Plínio” e aqueles que despertam boas possibilidades estão sendo levados para testes em Xerém, onde se localizam os centros de treinamentos dos clubes citados, além de ser local das categorias de base do Fluminense. Aliás, pode-se afirmar que muitos estão bem próximos da chance de lutar para integrar a base do tricolor carioca, caso do goleiro Robson, 14 anos. Os contatos do professor Plínio com os responsáveis por estas equipes são a “esperança” acima mencionada, e o prestígio desse fanático tricolor tem sido a ponte que faltava para que o interior transporte essas jóias brutas para serem lapidadas nestes centros de excelência.

Como todo o caminho tem as suas pedras, todo esse trabalho não seria possível sem que os custos envolvidos sejam arcados. Atualmente, o Mascote Tricolor conta com patrocínio de dois comércios de Córrego da Prata e dos parentes dos atletas que já estão em Xerém, que se cotizam para mantê-los instalados em uma residência alugada para tal fim.

– A presença de novos patrocinadores é fundamental, garantindo a permanência do projeto – ressalta Plínio, acrescentando que a aproximação do poder público seria muito bem vinda, pois nossa região não vê alternativa senão fomentar parcerias como essa, onde na ponta da chuteira vão inúmeros corações.

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