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Em um bairro de Cordeiro, um morro ameaça desabar há todo esse tempo, mas, só agora, os moradores foram notificados do perigo. E o pior: eles ainda não foram retirados do local.
O terreno, cheio de desníveis e rachaduras, ameaça mais de 20 casas no bairro Santo Antônio. O medo se tornou rotina para os moradores, já que a área é considerada de alto risco. O morro fica a poucos metros das casas. Há três anos, um deslizamento assustou a comunidade, mas nenhuma obra de contenção foi feita. Agora, a situação se tornou ainda mais preocupante. De acordo com o serviço geológico, os dois lados da rua poderiam ser atingidos.
Para a Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), a área está condenada há quase 30 anos, mas nenhum morador foi notificado. A pedido do MP, a Defesa Civil fez uma nova avaliação na encosta e encontrou mais rachaduras, o que significa um risco iminente para as famílias, e orientou que todas elas sejam retiradas.
O documento, entregue pelo município, confirma que a preocupação com o lugar é antiga e que nenhuma construção pode ser feita na rua. Há possibilidade de uma grande queda de barreira, uma situação que surpreendeu até os moradores mais antigos. Muitos deles compraram os imóveis financiados e não sabiam que as casas já estavam interditadas.
Mais de 20 famílias receberam a notificação. É quase toda a rua. Mas, até agora, nenhuma delas saiu de casa. De acordo com os moradores, falta ajuda do poder público. Alguns se mudaram há pouco tempo, têm escritura recente, e todos continuam pagando imposto.
De acordo com a Defesa Civil, a desocupação é preventiva e deve ser respeitada. Para resolver o problema, seria necessário construir um muro em torno da comunidade, uma obra cara, que o município não tem condições de fazer sozinho.
A Emop disse que, na época em que a vistoria foi feita, no ano de 1982, o laudo foi encaminhado para a Defesa Civil municipal e que o órgão deveria notificar os moradores do local e tomar as possíveis providências.
Já o coordenador da Defesa Civil de Cordeiro, Vítor Rezende, disse que o órgão estadual marcou uma nova vistoria na área para o dia 10 de novembro e, só então, será decidido o que será feito na região sob ameaça.