Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Este ano devido à pandemia e o decreto sobre fechamento dos hotéis por um período, o Hotel Fazenda Florença, em Conservatória, no Rio de Janeiro, teria que dispensar 8 colaboradoras. A Fazenda também é uma das maiores produtoras de café especial do Estado e estava no início da colheita. Ao invés de fazer as demissões, o dono da propriedade, o produtor Paulo Roberto dos Santos, sugeriu que elas trabalhassem na colheita seletiva dos cafés especiais.
O capricho e a dedicação das mulheres foi tão grande que elas ganharam o prêmio de melhor café natural do Estado do Rio de Janeiro, oferecido pela Três Corações. O Concurso Nacional premia a participação das mulheres na Cafeicultura. O anúncio dos vencedores do Projeto Florada aconteceu em um evento on-line na última semana.
A Secretaria de Agricultura do Estado do RJ vem trabalhando para fomentar a produção de café no estado com os recursos do Agrofundo e também oferecendo apoio técnico desde o pequeno ao grande produtor, por meio da Emater-Rio e da Pesagro-Rio.
– A Fazenda Florença foi a vencedora do Concurso de Cafés Especiais realizado no ano passado no Palácio Guanabara e agora eles conquistam mais essa vitória. E ainda com essa história de superação durante a pandemia. Isso só prova que o resgate da produção de cafés naquela região é um sucesso. Os cafés do RJ têm grande qualidade e potencial para alcançar cada vez mais mercados – disse o secretário de Estado de Agricultura, Marcelo Queiroz.
A produção de cafés no estado do Rio reúne 2.644 cafeicultores – a maioria de pequenos produtores – e gera uma receita anual de R$ 75,8 milhões a partir dos grãos cultivados em solo fluminense.
– Estou muito feliz por essa premiação. É o reconhecimento de muito trabalho e empenho. Estamos na produção de café há apenas três anos e a região está despertando novamente para a cultura cafeeira. A Secretaria de Agricultura tem um papel importante de apoio no setor em todo o estado e está nos acompanhando nesse despertar – enfatizou o produtor Paulo Roberto dos Santos, que coleciona quatro prêmios pela produção do café especial, entre eles, dois de nível nacional.
Funcionária do hotel há 14 anos, Josiane Pereira Duque, de 37 anos, foi uma das mulheres que aceitou o desafio de ir para a lavoura e participar da colheita.
– A gente estava com muito medo de perder o emprego, por isso, fiquei muito feliz quando o Paulo nos deu essa oportunidade de continuar trabalhando e ir para a colheita, mesmo sem a gente ter experiência. E saber que o resultado disso foi essa premiação, dá mais alegria ainda. Não tenho nem palavras, fico emocionada. Hoje, voltei a trabalhar como atendente no restaurante, mas se precisar volto para colher café – garantiu Josi, como é conhecida no hotel.
Os produtores estão organizados no Arranjo Produtivo Local (APL) de Cafés Especiais. São dois polos: nas regiões Noroeste e Serrana. Além de ser a retomada de uma atividade tradicional na história do estado, que muito colaborou para as finanças do Brasil, a produção de cafés de qualidade está contribuindo para a diversificação da economia fluminense.
Da produção estadual, 80% ocorre no Noroeste Fluminense, 19% na Região Serrana e 1% no Vale do Café e em outros municípios. O Rio de Janeiro produz uma média de 400 mil sacas de café por ano. A previsão de colheita para este ano é de cerca de mais 400 mil sacas.