Municípios cancelam carnaval de rua e promovem alternativas digitais

As festividades de carnaval estão suspensas neste ano de 2021 em diversos municípios brasileiros. Eventos tradicionais não vão ser realizados em virtude da pandemia da Covid-19 e da necessidade de evitar aglomerações. Os impactos culturais e econômicos dessas medidas são grandes.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estimou que o feriado movimentava cerca de R$ 8 bilhões em 2020 em atividades turísticas. Embora não seja simples minimizar os danos, eventos on-line e opções de ecoturismo surgem como alternativas para o momento atípico.

O cancelamento do carnaval é a realidade deste ano em municípios como Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Barreiras (BA), Caldas Novas (GO), Ouro Preto (MG) e várias regiões que chegaram a contar com festas centenárias. Marcelo Guedes, pesquisador do Think Tank cRio ESPM, é especialista dos estudos dessa tradição e calcula os impactos com grandes proporções.

Isso é um grande prejuízo para os municípios. Hoje, estamos falando em bilhões de reais em arrecadação em cidades de todo o Brasil. O que não pode acontecer é aglomeração. Todos nós do mundo do samba somos unânimes em falar sobre esse risco”, pontua.

Na avaliação de Marcelo, os caminhos para manter as tradições culturais ativas estão nas ferramentas digitais. “Esse momento acaba se resumindo a festejos on-line, que estão usando todas as plataformas para apresentar shows da velha guarda, shows com sambistas, grupos de samba, baile à fantasia para as pessoas mostrarem seus apetrechos em casa, pelo Zoom.

Prefeitos e secretários enfrentam ainda dilemas em relação ao comércio no carnaval. Em Caldas Novas (GO), as festas foram suspensas e as atividades econômicas terão funcionamento com restrições. “A prefeitura municipal não fará evento nenhum esse ano respeitando a questão da pandemia. Pela condição turística do município, não poderíamos fechar a cidade, prejudicar o andamento das atividades comerciais. Então, dentro de uma responsabilidade, em que estaremos fiscalizando, pedimos ao comércio e à sociedade que sigam as normas de proteção”, solicita o prefeito Kleber Marra.

O município publicou um decreto que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas entre 22h às 6h e limita em 70% a taxa de ocupação de hospedagem em toda a rede de hotelaria de Caldas Novas. Em Ouro Preto, região mineira também procurada por turistas nesta época, o Comitê de Crise Econômica foi chamado para buscar soluções para o funcionamento do comércio, em conjunto com entidades do setor, como a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH).

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