Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Há alguns dias que busco um tema para o artigo do dia 15; pensei em escrever sobre a eliminação do Brasil no mundial do Catar, desisti, não sei se valeria perder tempo com uma seleção tão desorganizada; ao mesmo tempo, o assunto já foi amplamente analisado na imprensa nacional.
Depois, pensei em escrever sobre dois cantagalenses que sempre colaboraram com todas as iniciativas que visavam o crescimento de Cantagalo; todavia, considerei que o material que possuo sobre os dois é insuficiente.
No dia 12 de dezembro, resolvi consultar o calendário litúrgico da Igreja Católica, onde encontrei ser o dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do México e da América Latina. É uma belíssima história para aqueles que têm fé!
Depois da descoberta da América por Cristóvão Colombo (1492), o México foi colonizado pelos espanhóis, que fizeram todo tipo de barbaridade com os astecas, índios evoluídos, que tinham uma cultura própria. Foram mortos, escravizados e saqueados pelos espanhóis sob o comando de Fernão Cortez. Dessa colonização, resultou um tipo mestiço, desprezado tanto pelos espanhóis quanto pelos índios.
Em 1531, havia um índio de nome Juan Diego, convertido ao catolicismo. Num domingo, quando passava por uma região elevada e isolada, rumo à igreja onde assistiria à missa, foi abordado por uma senhora que lhe chamou pelo nome e pediu que ele fosse até a casa do bispo e solicitasse que construísse uma igreja naquele local.
O índio obedeceu. Na primeira tentativa, não foi recebido pelo bispo espanhol. Desde aquela época, os índios eram desprezados pelos brancos!
Em outra tentativa, como Juan Diego insistisse muito, o bispo o recebeu e ouviu a sua história. Não acreditou e solicitou que o nativo trouxesse uma prova. Outra vez que o índio passava pelo mesmo caminho, a senhora surgiu e determinou que ele colhesse as rosas nascidas naquele local alto, frio e árido no hemisfério norte, e as levasse ao bispo como prova do pedido feito por Juan Diego.
O indígena, pacientemente, colheu as rosas e as colocou dento de sua túnica dobrada, levando-as à casa do bispo espanhol. Na presença da autoridade eclesial, ao soltar a túnica, os presentes tiveram duas surpresas:
1ª — As rosas eram espanholas, próprias da região onde o bispo nascera e passara parte de sua vida. Não existiam no México.
2ª — Na túnica de Juan Diego, estava a imagem de uma mulher não branca, mas mestiça de branco com índio, que lembrava as pinturas da Mãe de Jesus.
Perante tais fatos, o bispo não teve mais dúvidas, guardou a túnica do índio e determinou a construção de uma capela no local das aparições, onde depositou a túnica indígena com a imagem da Virgem Morena, no monte Tepeyac, ao norte da cidade do México.
Posteriormente, no mesmo local, foi construído o Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira do México e de toda América Latina; nele encontra-se depositada a túnica de Juan Diego com a imagem de Nossa Senhora. O Santuário recebe anualmente cerca de 20 milhões de fiéis do mundo inteiro, superado apenas pela Basílica de São Pedro, no Vaticano.
O estudo posterior da imagem de 1531, apresenta algumas características interessantes.
O manto da imagem é de um azul igual ao azul usado pelas autoridades dos índios astecas, lembrando que aquela mulher da imagem também é nobre.
Seus cabelos, abaixo do manto, estão soltos, o que era uma característica das mulheres astecas virgens; enquanto as mulheres mães ou casadas usavam os cabelos com tranças.
Suas mãos, em posição de quem reza, não são iguais; uma é branca e a outra é morena escura, lembrando os mestiços mexicanos, mostrando que ela era a mãe de todos, num momento em que índios e mestiços não tinham nenhum direito social.
Na cintura, ela tem um cinto preto que termina em laço sobre o abdome protuso. As mulheres astecas grávidas usavam esse cinto, mostrando que estavam em gestação e mereciam proteção. A imagem foi mostrada ao bispo espanhol do dia 12 de dezembro de 1531, Tempo do Advento, tempo em que Maria Santíssima estava no final da gestação de Jesus.
Sob os pés há a figura de uma lua, recordando o livro do Apocalipse 12,1.
Lateralmente, saem, da parte posterior do corpo, raios dourados, que lembram os raios solares. Para os astecas, o Sol era o deus principal, enquanto para o cristianismo Jesus é o sol, a luz do mundo.
A mulher da imagem têm um olhar de piedade, de quem está em prece, são olhos com conformação indígena.
No século XX, ocorreu uma descoberta extraordinária, técnicos da NASA, examinando a imagem existente na túnica indígena, viram que não se trata de pintura e, maior surpresa, dentro da pupila dos olhos da mulher encontra-se a projeção do índio Juan Diego.
É uma belíssima história para os que acreditam no poder transcendental. Para os descrentes, deixo apenas uma frase: “porque para Deus nenhuma coisa é impossível” (Lc 1, 37).