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Reconhecida nacionalmente pela produção de Moda Íntima, Nova Friburgo saiu na frente, mais uma vez, com iniciativa do empresário Andre Montechiari. Agora, o foco é outro: combater o avanço do coronavírus e produzir máscaras e outros produtos de proteção para todo o Brasil.
“A ideia da produção das máscaras surgiu no início da quarentena, com a falta do produto no mercado e a sobra de tecidos em estoque nas confecções. O Ministério da Saúde, a princípio, não indicava a utilização das máscaras domésticas, mas a determinação e pesquisa do nosso grupo nos dava a certeza de que o produto era eficiente no bloqueio físico contra o novo vírus, fato comprovado posteriormente pelo Ministério da Saúde, e seguimos em frente”, afirmou Andre Montechiari.
A proposta inicial era utilizar a mão de obra disponível das confecções e sobras de tecido em estoque para fazer 20 mil máscaras de tecido para a doação, já que o item estava em falta em todo o país. Com o fechamento das confecções, a produção foi feita em casa, por meio de faccionistas caseiras.
O projeto despertou uma grande rede de solidariedade e em poucos dias centenas de pessoas e empresas aderiram. A meta inicial de doar 20 mil máscaras foi extrapolada e em duas semanas, 60 mil máscaras já estavam nas mãos das entidades para distribuição, com destaque para a Cruz Vermelha que abraçou a causa com todo empenho. Os primeiros a receberem as peças foram os idosos de comunidades carentes do município. A proposta de cunho social também atendeu às instituições de caridade do município, como o Lar Abrigo Amor a Jesus e a Casa dos Pobres São Vicente de Paula.
A partir disso, surgiu um novo projeto dentro da ideia inicial: a entrega de um kit para que a população participasse ativamente da iniciativa. Foram montados kits para que as pessoas pudessem confeccionar suas próprias máscaras, em casa. Além de gerar engajamento da população, inclusive uma diversão consciente para quarentena, as pessoas se ocupam, participam e protegem suas famílias.
O projeto “Unindo Nova Friburgo” ganhou força nas ruas, nas redes sociais, na imprensa e nas entidades de classe do sistema Firjan, Sebrae, Sindvest e Acianf.
Com o sucesso, a prefeitura decretou a liberação das confecções interessadas em produzir EPIs a voltar a funcionar com 50% de seus funcionários e assim, dar início ao novo projeto de produção em larga escala.
Proporcionando a oportunidade para que as confecções se reinventassem, diante da crise gerada pela pandemia. Em apenas uma semana, segundo dados da prefeitura, 180 empresas se cadastraram para a produção de máscaras de tecido.
Impulsionadas pelo novo mercado, as confecções já se unem em torno de um grande objetivo, criar canais de compras coletivas e buscam o apoio da Anvisa para a certificação da produção de máscaras que atendam todas as exigências.
“Até o início da Pandemia, o Brasil importava da China 90% dos EPIs. Em apenas um mês, conseguimos transformar Nova Friburgo num polo econômico deste tipo de produtos (EPIs hospitalares) e vamos em frente…”, disse Andre.
Diante do avanço no número de casos confirmados no município de Nova Friburgo, incluindo uma morte e o decreto de estado de calamidade pública, o projeto Unindo Nova Friburgo espera que o Governo Municipal priorize o uso das máscaras entre os moradores:
“O que esperamos agora é uma lei que determine o uso das máscaras na cidade. A doença está avançando muito rápido e precisamos proteger a população. Nosso objetivo principal sempre foi e será salvar vidas”, finalizou Andre Montechiari.
