Nova gravação sugere esquema para afastar prefeito de Cordeiro

Salomão Lemos garantiu que iria dar entrada no Ministério Público (MP), por sugestão do presidente estadual do PR, o deputado federal Anthony Garotinho, que, aliás, citou a situação durante seu programa de rádio na última segunda-feira (14). 

– Quando achei que tudo estava perdido, eis que, em minha caixa de correio, encontro um CD com Miro Bastos contando como tudo foi feito, como ele mandava e desmandava dentro da Câmara. Ele determinava quais processos deveriam ou não ser investigados. Contando onde arrumou dinheiro e quanto ele deu aos vereadores, contando até como vai fazer isso também em Areal – afirmou Salomão  Lemos Gonçalves, em rede social, através de seu Facebook.

O deputado federal Anthony Garotinho, pré-candidato ao Governo do Estado, comentou o assunto em seu programa de rádio segunda-feira, dia 14, achando muito estranha a situação dos vereadores, que, segundo ele, pediram dinheiro para cassar o prefeito Salomão Lemos. “Se o prefeito estiver errado, que seja punido, mas os vereadores pedirem dinheiro para cassá-lo é muito estranho e inaceitável”, afirmou Garotinho.

Anthony Garotinho garantiu que irá procurar a chefia da Procuradoria Geral de Justiça do Estado para denunciar o caso.

Durante sessão na Câmara Municipal, na última segunda-feira, 14 de abril, o advogado Vitor Rider pediu que o presidente da Câmara Municipal convoque os suplentes para participarem da votação do novo processo contra Salomão Lemos, que está sendo feito no Legislativo. Este processo contra o prefeito cassado se trata da compra de produtos alimentícios. O relatório foi aprovado por nove votos favoráveis. Nesta quarta-feira, 16 de abril, deverá ser votado o novo processo contra Salomão Lemos.

A sessão extraordinária da Câmara Municipal de Cordeiro, realizada segunda-feira, foi bastante tumultuada, inclusive contou com correligionários e a presença do prefeito cassado Salomão Lemos Gonçalves na plateia.

Ministério Público consegue indisponibilizar bens de ex-prefeito, ex-secretário e vereador de Cordeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) obteve medida cautelar de indisponibilidade dos bens do ex-prefeito de Cordeiro, Salomão Lemos Gonçalves; do ex-secretário municipal de Saúde, Carlos Henrique Silva de Andrade; e do vereador Silênio Figueira Graciano, o Leno da Padaria (PR). A liminar também torna indisponíveis os bens da empresa WD Cordeirense Ltda. e de seus sócios, Daniele Ribeiro Suet e Wesley Vieira Dias. Salomão Lemos, Carlos Henrique e Silênio  Graciano são acusados de irregularidades na contratação da WD Cordeirense Ltda. para fornecimento de gás (GLP) e gêneros alimentícios.

Com a finalidade de alcançar os bens pessoais de seus sócios, o Juízo de Cordeiro decretou a desconsideração da personalidade jurídica da WD Cordeirense, bem como a penhora, em dinheiro ou aplicação financeira, dos bens dos acusados no montante suficiente para o ressarcimento do dano ao erário no valor de R$ 613.939,97. Além disso, manteve o afastamento de Salomão Lemos Gonçalves do cargo de prefeito, que já estava distanciado por decisão político-administrativa da Câmara Municipal.

De acordo com a ACP proposta pelo MP-RJ, investigações apontaram que a WD Cordeirense seria uma empresa de “fachada” que pertenceria ao vereador Leno da Padaria. Para a promotora Renata Vieira Carbonel Cyrne, da 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Cordeiro, que propôs a ação, é flagrante a violação aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade nas condutas dos acusados.

Pelo menos nove contratos foram celebrados entre a empresa e Cordeiro em 2013. De acordo com a investigação, a WD tem como sócia minoritária a cunhada do vereador Leno da Padaria, casada com seu irmão, e foi constituída em dezembro de 2012, já iniciando o ano seguinte com a participação em procedimentos licitatórios, tendo sido vencedora em vários.

Outros elementos que chamaram a atenção do Ministério Público foram o fato de a empresa não ser cadastrada no site da ANP (Agência Nacional do Petróleo) como revendedora de gás e ter como objeto social o comércio varejista e atacadista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios e papelaria.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, o MP-RJ vai recorrer do indeferimento do afastamento do vereador Leno da Padaria do cargo.

Ver anterior

Páscoa

Ver próximo

Músico contesta autor da música ‘Marcha de Cantagalo’

Comente

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Populares

error: Conteúdo protegido !!