Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Vivemos em sociedade. É necessário ao ser humano. Regras de convivência foram desenvolvidas e aperfeiçoam-se à medida da exigência da realidade, que, a todo momento, torna-se mais complexa. Submetemo-nos às mais variadas regras de relacionamentos, para que possamos atingir objetivos comuns a todos.
Ingressando no aspecto subjetivo do ser, o que os seres humanos buscam, em última escala, é a felicidade. Compra-se um carro para ser feliz. Constitui-se uma família para ser feliz. Tomam-se decisões para ser feliz. Dos santos aos infames, busca-se uma certa dose de satisfação pessoal.
A ânsia pela felicidade faz com que sempre a analisemos sob uma perspectiva individual: “O que eu preciso fazer para me tornar realizado?” Nesse turbilhão autocentrado, quantas vezes paramos para nos perguntarmos sobre a felicidade alheia? Esse questionamento deveria estar lapidado em uma placa a ser dada aos políticos, no dia da posse, e pendurada bem à frente da mesa deles, para que todos os dias não se esqueçam de uma das razões pelas quais foram eleitos.
Zelar pelo contentamento do outro não significa agradar a todos, de forma infantilizada. Uma mãe que dá ao filho tudo que ele pede não o guia para o amadurecimento, mas sim para a atrofia e dependência. Bem longe de satisfazer todas as vontades, deve-se, com responsabilidade, meditar sobre o que é necessário dar para que cada indivíduo cresça em virtudes.
Se ao ser humano foi dada a capacidade de pensar, esse dom deve ser estimulado e aprimorado. Se um corpo saudável é pressuposto para uma vida potente e alegre, esse tema deve ser debatido. Se o belo toca a alma, a cidade deve ser cuidada para esse fim. No entanto, é claro que um denso livro de literatura pode servir a alguns… a outros, que nunca abriram uma página, servirá como um amontoado de papel.
Se há, entre a população, pessoas com algum tipo de deficiência, a estrutura urbana deve ser pensada para que elas possam ter acesso aos lugares diversos, com segurança. O respeito ao ir e vir é – antes de tudo – constitucional. Entendermos o outro ser humano a partir das suas necessidades individuais e da sua realidade é fundamental para políticas públicas eficazes. Não há receita de bolo que agrade a todos, e as janelas para os ingleses devem ficar no passado.
“Nada do que é humano me é estranho”, disse o poeta romano Terencio. O outro me importa. A pobreza deve tocar. A dor alheia deve importar. Esse é o espírito público: que sejamos os olhos dos que não enxergam e o som para os que não ouvem. Como ensinou o livro de Coríntios, sem amor ao próximo ninguém jamais será.