“O lençol”, por Dr Júlio Carvalho

Existe um lençol de linho com 4,40 metros de comprimento por 1,10 m. de largura, guardado na catedral de Turim, no norte da Itália, que possui a imagem de um homem, parte dorsal e ventral do corpo; onde se observam imagens de cerca de 150 ferimentos corto-contusos distribuídos por todo corpo; ferimentos vários na cabeça, pontiagudos, provocados por uma coroa de espinhos; perfurações nas mãos e nos pés, feridas contusas nos joelhos e nas espáduas e um ferimento na parte anterior do hemitórax direito.

Para os católicos, este é o lençol, a mortalha ou sudário, comprado por José de Arimatéia, que envolveu o corpo de Jesus Cristo ao ser retirado da cruz em Jerusalém. Para outros, é um trabalho feito por falsários durante a idade média.

Acredita-se que seja a mortalha de Jesus Cristo em virtude da coincidência de lesões marcadas no lençol com as descritas nos Evangelhos.

É uma imagem muito tênue, que só ficou gravada na parte mais superficial de cada fibra do tecido, sem penetração em profundidade. Por outro lado, manchas mais acentuadas, existentes nos ferimentos, são de sangue do tipo AB+, como já foi classificado, tipo sanguíneo mais comum no Oriente Médio.

Mais de duas dezenas de teorias já foram criadas para tentar explicar a formação dessa imagem cheia de mistério, todavia nenhuma conseguiu comprová-la verdadeiramente.

O linho guarda o formato de tecido próprio do século primeiro da era cristã, semelhante ao encontrado na fortaleza de Massada, destruída pelos romanos no ano 70 d.C. Todavia, um teste com carbono 14 concluiu que ele é do século XIV, da Idade Média, isso em 1988.

Em 1996, oito anos depois, o cientista russo Dimitri Kauznetsov contestou a validade do teste do C14 para datação do sudário, demonstrando que o incêndio que atingiu a caixa de prata em que se encontrava o sudário, na França, em 1532, alterou a quantidade de carbono do sudário; o mesmo acontecendo em virtude dos remendos e do forro de tecido que, na Idade Média, as irmãs de caridade, colocaram no sudário. Tudo isso serviria para alterar a datação do sudário pelo C14.

Existem indícios de que o linho do sudário seja do século 1º:

– A terra retirada da região dos pés da imagem é própria da Palestina.

– Os pólens encontrados no sudário são de flores da Palestina.

– A contextura do linho é do tipo fabricado pelos teares do 1º século; bem diferente do linho da Idade Média.

O estudo do Santo Sudário é um assunto apaixonante, ao qual me dedico desde 1958, quando cursava o terceiro ano da Faculdade de Ciências Médicas, no Rio de Janeiro, recebendo de presente da minha saudosa cunhada Mirthes M. Ventura, o livro Paixão de Jesus Cristo Segundo o Cirurgião, de autoria do cirurgião francês e professor de cirurgia em Paris, Pierre Barbet. Creio que já li cerca de trinta livros sobre o assunto e inúmeros artigos. Neste artigo, apenas uma pequena amostra do assunto.

De qualquer modo, o Sudário de Turim é uma das maiores relíquias do catolicismo, periodicamente exposto ao público; já definido, certa vez, como o 5º Evangelho, tamanha a semelhança da imagem com os sofrimentos de Jesus Cristo.

 

Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.
Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.

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