Servidores vão participar da Oficina de Restauro do Palácio Tiradentes

A transformação do Palácio Tiradentes, antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em Casa da Democracia Brasileira terá a assinatura dos servidores. Na terça-feira (26/4), começa a Oficina-Escola de Conservação e Restauro, que vai capacitar 60 profissionais da Alerj e instituições parceiras em técnicas de restauração e conservação, para que atuem na reforma e adequação do novo equipamento público de cultura.

A aula inaugural, promovida pela Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Elerj) será, às 9h, no auditório do 21º andar do Edifício Lúcio Costa (Alerjão), na Rua da Ajuda 5 – Centro). Os alunos serão orientados por profissionais capacitados na Itália pelo Programa Monumenta, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A prioridade das vagas será para colaboradores das áreas de manutenção, limpeza e refrigeração.

São 30 alunos nos cursos de mobiliário e mais 30 no de metais, divididos em duas turmas. As aulas serão oferecidas nos turnos da manhã e da tarde para facilitar a adequação dos profissionais aos cursos e as suas atividades laborais cotidianas.

São aulas totalmente práticas, já que essa vivência pedagógica é exatamente o que diferencia a oficina de um curso. Então, é mão na massa e vai até o final de agosto“, ressalta a arquiteta Simone Algebaile, especialista em restauro e coordenadora da Oficina-Escola.

Serão recuperados parte do acervo de móveis das salas de comissões e dos metais aplicados às paredes e jarros do saguão e da escadaria do Palácio Tiradentes. As primeiras peças a ser trabalhadas na Oficina-Escola serão mobiliários, metais e lustres do saguão, que compõem o acervo do espaço.

Muitas peças estão oxidadas e precisam ser devidamente limpas. A ação do tempo e o uso de produtos químicos inadequados deterioram o bem. A correta conservação das peças reduz custos para o erário com futuras contratações de restauro e são a maneira correta de cuidar do edifício. A ideia é que futuramente os alunos formados pela Oficina-Escola possam ser aproveitados na manutenção do Palácio, com uma abordagem mais técnica e comprometida com a conservação do edifício histórico”, explica a arquiteta.

Mais de 700 móveis e objetos históricos que decoram os cinco andares do edifício já foram catalogados e, após recuperados na Oficina-Escola de Restauro, muitos deles serão expostos ao público. “O levantamento do acervo do Palácio Tiradentes é de suma importância para o trabalho a ser desenvolvido. Só conhecendo o que temos para ser trabalhado, podemos desenvolver um trabalho com qualidade, estabelecendo as prioridades, tendo em vista a preciosidade do Palácio”, disse a coordenadora do projeto, Maria Lúcia Cautiero Horta Jardim.

Valorização dos mestres de ofício

A Oficina-Escola do Palácio Tiradentes permitirá a valorização dos mestres de ofício, que não têm formação acadêmica, mas acumulam um vasto conhecimento adquirido ao longo de anos.

Muitos mestres de ofício estão em risco de extinção pela idade avançada que alguns se encontram, sem terem encontrado quem queira continuar o legado de trabalhar com as técnicas construtivas tradicionais, tão importantes para o patrimônio cultural na conservação e restauração de edifícios históricos”, explica a arquiteta.

Especializada em Gestão de Restauro de Bens Imóveis e mestre em Memória e Acervo, Simone também conduziu a Oficina-Escola de restauro do Palácio Laranjeiras. Lá, no entanto, o trabalho foi desenvolvido com jovens em situação de vulnerabilidade. “A Oficina-Escola no Tiradentes deixará um legado. Tudo o que os servidores aprenderem vai ser aplicado na prática profissional deles no Palácio”, conclui.

Memória preservada

Sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) entre 1975 e 2021, o monumental Palácio Tiradentes vai oficialmente se transformar na ‘Casa da Democracia Brasileira’. O mais novo espaço cultural do Centro do Rio vai ocupar a quase centenária edificação – erguida em 1926 no mesmo local onde funcionou a Cadeia Velha, que recebeu o mártir da Inconfidência até ser morto na forca em 21 de abril de 1792. A proposta é reabrir suas portas para visitações públicas e gratuitas ainda este ano, quando se completam 230 anos da morte de Tiradentes.

SERVIÇO

  • Aula inaugural da Oficina-Escola de Conservação e Restauro do Palácio Tiradentes
  • Data e hora: Terça-feira (26/4), às 9 horas
  • Local: Auditório do 21º andar do Edifício Lúcio Costa (Alerjão) – Rua da Ajuda 5 – Centro – Rio de Janeiro

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