Operação do Ministério Público prende vereadores na cidade do Carmo

Vereadores e outros agentes públicos da prefeitura são suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações. De acordo com o MP-RJ, oito pessoas já foram presas na manhã desta quinta-feira, 5.

O Ministério Público do Estado do Rio Janeiro realizou novos mandados de prisão na cidade do Carmo, na manhã desta quinta-feira, 5. Dessa vez, foram alvos da Operação Chorume seis vereadores do município e mais três pessoas envolvidas da prefeitura municipal. Segundo as investigações do MP, os suspeitos estão sendo investigados por integrarem uma organização criminosa que fraudava licitações na área de limpeza urbana da cidade.

De acordo com o MP-RJ, a organização criminosa é investigada por firmar contratos superfaturados durante o governo do ex-prefeito César Ladeira, do período de 2017 a 2020. O esquema era mantido com a obtenção de contratos fraudulentos de limpeza urbana do município, por meio de pagamentos de propina a agentes públicos. Segundo o inquérito, os funcionários da prefeitura receberam pela aquisição dos contratos cerca de R$40 milhões em propina.

As prisões

Até o início da manhã desta quinta-feira, 11 mandados de prisão preventiva foram expedidos e 22 pedidos de busca e apreensão já estão em curso na cidade. Pelo menos, oito pessoas também foram presas. A partir de todas essas investigações, a Operação Chorume do Ministério Público já iniciou a 3ª fase de inquéritos.

De acordo com a nova denúncia, seis vereadores da cidade do Carmo tiveram a prisão preventiva imediata. O motivo, segundo as investigações, foi a omissão administrativa ao não fiscalizar os contratos licitatórios e aprovar matérias de interesse do grupo criminoso. Todo este esquema garantia o recebimento de propina.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada do Rio de Janeiro e a ação possui o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). A operação acontece por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/RJ) e da Promotoria de Justiça de Carmo, em parceria com a 112ªDP. Todos os suspeitos foram denunciados por crimes contra a lei de licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

Nomes do Poder Legislativo envolvidos no caso

De acordo com o que apurou o Ministério Público, nove integrantes do Poder Legislativo estariam envolvidos no esquema de corrupção. São considerados suspeitos no caso os vereadores Rita Estefânia Gozzi Farsura (Faninha, que está em prisão domiciliar desde a primeira fase da operação); Romerito José Wermelinger Ribeiro; Marco Antonio Pereira Dalboni; Juliano de Souza Braga; Valquiria Aparecida de Moraes; Samuel Cássio Cunha (Samuel da Livração); Salvador Carvalho de Oliveira; Wilde Rodrigues Curty e Ana Cláudia Ribeiro Fernandes.

Todos os integrantes do legislativo foram denunciados por suspeita de receber uma espécie de “mesada” de membros da organização criminosa para não fiscalizar corretamente os gastos relacionados com os contratos fraudados. Além disso, segundo o inquérito, eles facilitavam, por meio do recebimento de pagamentos indevidos, a aprovação na Câmara de Vereadores de matérias de interesse das empresas Limpeza Urbana e Forte Ambiental, envolvidas no esquema.

Até o momento, a justiça manteve a prisão domiciliar da vereadora Faninha e decretou a prisão preventiva de Romerito, Samuel, Valquíria, Juliano, Marco e Salvador.

Ex-prefeito do Carmo já havia sido preso no esquema

A ação do Ministério Público de hoje dá continuidade às investigações iniciadas na Operação Chorume. Em 29 de março deste ano, o ex-prefeito de Carmo já havia sido preso por lavagem de dinheiro. Na ocasião, uma quantia no valor de aproximadamente R$130 mil foi encontrada enterrada em seu sítio. Cesar Ladeira foi autuado, na época, por lavagem e ocultação de dinheiro adquirido de forma ilícita.

A cerca de 2 meses, no dia 7 de junho, o ex-prefeito foi preso novamente na mesma operação do Ministério Público. Até agora, segundo as investigações, Cesar Ladeira é considerado o líder do núcleo que integrava o Poder Executivo no esquema de corrupção.

Assista ao vídeo:

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