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Objetivando agilizar o processo de implantação das fábricas de cimento, o então prefeito de Cantagalo, o pecuarista João Carlos Burguês de Abreu, eleito para suceder Henrique Frauches no período de 1967 a 1970, cuidou de dar execução ao plano de demarcar as divisas e contactar possíveis investidores para começar o quanto antes a exploração nacional do calcário na região.
João Carlos conseguiu com o Exército Brasileiro um minucioso levantamento aéreo-cartográfico de toda a área, localizando com precisão os trechos em que a incidência da calcita é mais notória. De posse deste levantamento, procurou as maiores empresas nacionais e multinacionais que operavam no ramo.
O primeiro grupo a mostrar interesse no projeto foi encabeçado pelo empresário Severino Pereira da Silva, do Grupo Paraíso e já bastante experiente no setor. Estimulado pelas sondagens da empresa Tecnosolo e pelas informações prestadas pelo engenheiro Penalva Santos, que era seu assessor, ele não teve dúvida em enfrentar o desafio: comprou parte da Fazenda Val de Palmas banhada pelo Córrego Bom Vale, e acertou com a empresa Montreal Engenharia S/A as obras civis necessárias à instalação da fábrica Alvorada em Cantagalo.
O empresário pernambucano Severino Pereira da Silva firmou com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) um contrato de financiamento das obras civis e outro com o Kredtanstalt Fur Wiederaufbau para aquisição de máquinas. O financiamento do BNDES foi procedido e com um profundo estudo quanto à viabilidade econômico-financeira do projeto, ficou estabelecido que o mesmo deveria ser complementado com duas obras tidas como imprescindíveis: a construção de uma subestação elétrica e uma estrada de ferro, ligando a Porto Novo do Cunha, seguindo o vale do Paraíba, onde já havia ramais ferroviários para os três maiores centros consumidores de cimento do Sudeste brasileiro: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Quando começou a se cogitar a implantação da primeira fábrica de cimento em Cantagalo, algumas pessoas se destacaram como grandes batalhadores para que estas indústrias se instalassem no município.
O prefeito da época, João Carlos Burguês de Abreu, e o pároco da Igreja Católica, Crescêncio Lanciotti, tiveram papel preponderante na conquista deste investimento na região.
É lógico que a matéria prima, ou seja, o calcário existente no município de Cantagalo, considerado como um dos melhores do país, como afirmou o empresário Antônio Ermírio de Moraes, presidente do Grupo Votorantim, já falecido, contribuiu para a vindas das empresas cimenteiras. Esta afirmação foi feita a jornalista Rosângela Santos, pelo empresário Antônio Ermírio de Moraes, durante evento da empresa em Volta Redonda.