Palácio Tiradentes inaugura exposição “Arte Tribal Africana” com itens raros

Palácio Tiradentes inaugura exposição “Arte Tribal Africana” com itens raros

Palácio Tiradentes inaugura exposição “Arte Tribal Africana” com itens raros. Foto: Júlia Passos

O Palácio Tiradentes, sede histórica da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), inaugurou nesta segunda-feira (15 de julho) a exposição “Arte Tribal Africana” do escritor e colecionador Maciel de Aguiar. Também foi aberta a mostra “Contra a violência racial: Africanidades”, projeto realizado em uma escola pública do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ambas as exposições são abertas ao público e ficarão em cartaz até o dia 9 de agosto.

É uma honra abrir as portas do Palácio Tiradentes para receber duas exposições tão representativas. A Alerj tem o compromisso com a cultura, aproximando a população da trajetória do Legislativo e também de exposições que fazem parte da história do Estado do Rio de Janeiro”, declarou a subdiretora de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo.

O subsecretário de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, Nilo Sérgio Félix, destacou a importância do setor de cultura para a movimentação turística no estado e a geração de empregos. “Eu sempre digo que esporte e cultura movimentam o turismo. Esse é um evento que torna a possibilidade de conhecerem esse lado cultural da África, com as esculturas e máscaras expostas no Palácio Tiradentes”, disse.

Exposição com obras raras

A exposição “Arte Tribal Africana” conta com cerca de 100 obras raras, criadas por civilizações do continente africano entre os séculos XVII e XX. Elas fazem parte do acervo de quase quatro mil peças do África Brasil Museu Intercontinental, localizado na cidade de São Mateus, no Espírito Santo. A exposição propõe uma imersão nesta milenar cultura, que influencia o Brasil e o mundo.

Instalado no Porto de São Mateus, ao norte do estado do Espírito Santo, o África Brasil Museu Intercontinental nasceu da orientação intelectual do antropólogo Darcy Ribeiro, que defendia a criação de um espaço que pudesse congregar e difundir a arte tribal africana e estudar o processo escravocrata em nosso País. Foi criado e gerido com recursos privados, após 35 anos de pesquisa, doação de colecionadores e de estudiosos.

Segundo o colecionador Aguiar, compreende-se, mesmo os que possuem o mínimo de entendimento da História Universal, que a milenar África não apenas cedeu a força muscular de mulheres e homens levados de suas tribos para construir a riqueza de várias nações, mas também para uma gama de conhecimentos, tradições e culturas que compõem o extraordinário legado de um povo tolerante, inventivo e criativo.

Representado o curador, o diretor-geral da exposição, Adriano Queiroz, destacou a importância das duas exposições para a população. “A partir dessas exposições, que se comunicam, a gente dá um primeiro passo em cumprimento da Lei de Ensino de História e Cultura Africana e Afrobrasileira nas escolas”, comentou.

Transformação nas escolas

Os visitantes que forem ao Palácio Tiradentes também poderão conhecer a exposição “Contra a violência racial: Africanidades”, que ocupa os corredores do terceiro andar do edifício. A mostra fotográfica é fruto do projeto de mesmo nome realizado no CIEP 201 Aarão Steinbruch, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com o objetivo de combater a violência racial na escola há 17 anos.

É um grande prazer estarmos ocupando esse espaço, que também nos pertence, um espaço de importância histórica”, comentou a produtora executiva da exposição, Daíses Santos, destacando que as atividades em sala de aula, de debates e trocas de experiências, reforçam a importância do cumprimento da Lei 10.639/03, que prevê o ensino da história e cultura afrobrasileira e africana nas escolas.

Uma das alunas da escola, Gabriele Marinho, de 16 anos, destacou a relevância do projeto para o autorreconhecimento da população jovem preta. “Esse é um projeto que trabalha a pauta da negritude durante todo o ano, não só no Dia da Consciência Negra. Auxilia os estudantes a reconhecer sua própria identidade. Através do Africanidades, eu pude me enxergar como uma pessoa negra”, disse.

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