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Marcelo mostrou gráficos com projeções nacionais e regionais; à direita, Braulio Rezende com a equipe do banco que participou do evento
Otimismo para os próximos anos, com cautela. Este foi o cenário desenhado pelo economista-chefe do Banco do Brasil, Marcelo Rebelo Lopes, em palestra realizada no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) na manhã da última terça-feira, 6. Para uma plateia atenta, formada por empresários de diversos ramos, ele apresentou perspectivas e desafios para o futuro e destrinchou a conjuntura econômica atual.
Tendo sob seu comando as áreas de pesquisa macroeconômica, projeções regionais e estratégia de mercado, Marcelo Rebelo explicou, por meio de gráficos, como o banco, onde trabalha há 22 anos, chega aos indicadores que norteiam programas e ações. No panorama internacional, o economista assinalou desaceleração da atividade global devido a juros em níveis elevados. No Brasil, ele apontou saldo comercial satisfatório e taxa de câmbio, que é impactada por vários elementos e caiu no primeiro semestre, perto dos R$ 5,15 no fim do ano. Marcelo lembrou que todos os dados podem ser revistos.
“O mercado recebeu bem o arcabouço fiscal do governo, mas o sucesso dele depende de aumento de receitas, o que ainda não se comprova. O PIB (Produto Interno Bruto) surpreendeu nos três primeiros meses, puxado pelo agronegócio, e tem previsão de terminar 2023 em 2,2%, embora apareça diferente por região. No Sudeste, por exemplo, está aquém da média nacional”, detalhou.
O economista-chefe acentuou que a inflação no Brasil, mesmo resistente, se encontra em processo de redução. Na opinião dele, esse declínio, aliado ao bom desempenho econômico e à criação de vagas de trabalho, deve favorecer a renda real das famílias. Marcelo Rebelo acrescentou que as novas regras fiscais cumprem o papel de mitigar quadros externos adversos, por abrandarem a insegurança do mercado.
Ele explicitou que o Banco do Brasil utiliza parâmetros amplos para calcular os índices econômicos por Estados e municípios, incluindo dinamismo e potencial. Dentro do gráfico referente às microrregiões fluminenses, Nova Friburgo se revela hoje com baixo dinamismo e alto potencial. O Estado do Rio registra projeção de crescimento de 1,2% neste ano e de 0,8% em 2024, números que devem subir, de acordo com Marcelo, se os juros confirmarem queda até lá.
“A trajetória fiscal sugere estabilização da dívida do governo no final desta década. Imaginamos início da redução dos juros básicos da economia em novembro. Com os vetores contribuindo para diminuir as incertezas e abrindo espaço para uma flexibilização antecipada, isso pode ocorrer em setembro. Apesar do ambiente global não muito animador, no ambiente doméstico acreditamos dispor de condições de viabilizar um caminho construtivo. Sempre com cautela”, encerrou ele, graduado em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e em Comunicação Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestre em Economia pelo Ibmec-RJ e especializado em mercado de capital pelo New York Institute of Finance.
O presidente da CDL e do Sincomércio, Braulio Rezende, agradeceu à equipe do Banco do Brasil pela visita inédita a Nova Friburgo e a Marcelo Rebelo pelos importantes esclarecimentos prestados aos empresários da cidade.
“Nunca tivemos aqui um grupo tão grande de gerentes e profissionais do banco para nos brindar com essa gentileza incomum. E as palavras do Marcelo nos ajudarão a pensar melhor o momento do nosso país e a planejar nossos negócios”, comentou Braulio.
Participaram ainda do evento o superintendente regional do Banco do Brasil, Claudinei Niclote; a gerente geral do Escritório Corporate Banking Fluminense, Cláudia Tristão Villas Boas; a gerente geral do Escritório de Comércio Exterior do Rio de Janeiro, Rozana Beatriz Gomes; o gerente de relacionamento do Escritório Corporate, Marcos Roberto Paulo; o gerente geral da Agência Empresa de Nova Friburgo, Rodrigo Sarmento; e os gerentes de Comércio Exterior Felipe Vinhas e Elton John Leite.