Parceria cria protetores faciais para profissionais da saúde em Nova Friburgo

Uma rede formada por professores, pesquisadores, instituições de ensino e indústria está produzindo máscaras para a proteção de profissionais de saúde que atuam no enfrentamento do Coronavírus. A iniciativa reúne a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF), a empresa Persona 3D, a indústria Stam, e a Firjan SENAI, que abriu as portas de seu FabLab e oficinas para a produção de partes do equipamento. Todo o material será doado para hospitais, unidades de saúde, clínicas médicas e odontológicas de Nova Friburgo e da Região Serrana.

A máscara, também conhecida como Face Shield, é composta por três partes: a viseira, o visor e a faixa de fixação. Ela cobre uma extensão maior do rosto, protegendo do contato com gotículas expelidas pelo paciente por tosse ou espirro e, por isso, se tornou item essencial no dia a dia dos profissionais de saúde.

Os primeiros protótipos foram feitos em impressoras 3D, onde as viseiras demoraram cerca de uma hora e meia para ficarem prontas. Os elásticos, que auxiliam no conforto e estabilidade do equipamento, foram doados pelo Espaço da Moda da Firjan SENAI e os visores fabricados em máquinas de corte a laser do FabLab.

 

 

Lucas Lima, coordenador logístico do projeto, lembra que a iniciativa partiu da união de pesquisadores liderados pelo professor da Uerj, Edgard Poiate, que aperfeiçoaram o design de projeto de máscaras disponibilizadas na internet. “Os primeiros protótipos foram produzidos em impressoras 3D. Assim, conseguimos reduzir de 4 horas para somente 1 hora e meia, mas ainda assim, o tempo era longo demais. A chegada da indústria deu grande contribuição com aumento de escala, volume e tempo”, disse. O time de pesquisadores ainda é formado pelos professores Isis Poiate da UFF e Matheus Raposo, da empresa Persona 3D.

A chegada do grupo Stam deu ganho de escala e produtividade ao projeto, além de reduzir os custos. A partir da fabricação de um molde, a peça passou a ser injetada e o tempo de produção das viseiras foi reduzido de uma hora e meia para apenas 15 segundos, aumentando de 200 para 3 mil máscaras por dia. No primeiro lote, entregue na última quinta-feira (02), 660 máscaras foram distribuídas ao Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Saúde e Conselho Regional de Odontologia. A meta é atingir 10 mil máscaras, mas insumos são necessários.

Segundo Márcia Carestiato, conselheira da Firjan, a participação das empresas em projetos como este reforça o papel social da indústria. “No momento em que há falta de EPIs no mundo, numa corrida incessante sobre estes itens de proteção, é importante criar redes de conhecimento capazes de inovar e pensar soluções para os problemas atuais. A participação da indústria dá um ganho de escala e velocidade na produção das máscaras e de tantas outras iniciativas espalhadas pelo Brasil, o que é fundamental num momento em que é preciso correr contra o tempo”, explica.

A empresária destaca ainda as diversas possibilidades e potencialidades oferecidas pelo FabLab da Firjan SENAI. “A competência dos pesquisadores aliada à capacidade produtiva das indústrias da cidade e as diversas inovações e criações que podem ser desenvolvidas dentro dos laboratórios da Firjan SENAI são a garantia de que soluções eficientes podem ser encontradas na luta contra o avanço da pandemia”, explicou.

 

 

O sucesso da iniciativa chamou a atenção de outros municípios e de outras empresas que passaram a fazer a doações de insumos para o aumento da produção: Hak e Suspiro Íntimo, empresas do setor têxtil e de confecções, fizeram mais uma doação de elásticos. Já o grupo PSA, montadora de veículos localizada em Porto Real, fará a doação de insumos através de uma ação conjunta ao FabLab da Firjan SENAI em Resende. A previsão é que mais 6 mil máscaras sejam fabricadas.

A rede colaborativa se torna cada vez maior. Assim queremos contribuir com a doação de máscaras para outras cidades, além do compartilhamento do código para que os protetores sejam feitos por outros makers em outros estados”, completa Lima.

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