“Páscoa, a Festa da Libertação”, por Júlio Carvalho

Pascoa

A páscoa é uma das mais antigas festas religiosas da humanidade, com sua origem no Egito, celebrada pelo povo judeu, com cerca de 3.500 anos de existência, sendo celebrada, até hoje, por este povo, bem como pelo cristianismo.

Em determinado momento da sua história, os hebreus, forçados pela fome, se deslocaram para o Egito, às margens do rio Nilo, onde foram bem recebidos graças a ação de José, hebreu traído por seus irmãos e vendido a mercadores árabes, que o revenderam como escravo no Egito. Por seus méritos, sua inteligência e ação de Deus, José chegou ao cargo de primeiro-ministro do faraó (rei do Egito).

Durante muitos anos, os hebreus viveram em paz, progrediram e se multiplicaram, transformando-se em um grande povo dentro do Egito, que passou a vê-los como uma ameaça. A partir desse momento, foram transformados em escravos, usados na fabricação de tijolos e de outros serviços braçais, submetidos a maus tratos físicos e morais.

Sendo os hebreus o povo eleito, um dia Deus determinou que Moisés comandasse os hebreus, retirando-os da escravidão do Egito para Canaã, a Terra Prometida, que mana leite e mel.

Deus enviou nove pragas sucessivas sobre o Egito visando libertar os hebreus. Persistindo o faraó na negativa, foi enviada a décima praga, a mais terrível de todas, a morte de todos os primogênitos de animais e dos humanos, inclusive o primogênito do faraó.

Determinou Deus que cada família judia, na véspera, matasse um cordeiro de um ano, sem defeito, que deveria ser comido pela família e que seu sangue fosse colocado sobre as duas ombreiras e sobre a moldura da porta das casas habitadas pelos hebreus. Naquela noite, comerão a carne assada no fogo com pães sem fermento e ervas amargas. (Ex 12, 7-8). À noite, durante a passagem do Anjo Exterminador, nas casas em que havia o sangue dos cordeiros, os primogênitos foram poupados; enquanto entre os egípcios, todos os primogênitos foram exterminados. Com essa tragédia, os hebreus foram libertos da escravidão. Essa foi a primeira Páscoa do povo hebreu, comemorada até hoje por seus descendentes, os judeus, há 3.500 anos, com pães sem fermento e com ervas amargas, como lembrança dos sofrimentos vividos no Egito.

Há quase 2.000 anos, em Jerusalém, na semana que antecede a Páscoa, os romanos, a pedido dos judeus, executaram Jesus em uma cruz, em uma sexta-feira anterior ao domingo de Páscoa, depois de uma flagelação violenta e desumana. Por isso`, Cristo é considerado o cordeiro pascal imolado, como no Antigo Testamento, para libertar a humanidade da escravidão do pecado, através seu sangue derramado.

Uma vez morto, foi retirado da cruz, envolvido em um lençol de linho, comprado por José de Arimatéia, e colocado em um túmulo novo, cavado na rocha e fechado com uma grande pedra (Mt 27, 57-61).

Todavia, a história de Jesus Cristo não deveria e não poderia terminar como a história de todos os homens. No domingo, ainda de madrugada, as mulheres que acompanhavam o grupo de Jesus foram ao túmulo, para melhor preparar o corpo do morto, mas encontraram o túmulo vazio e os panos no chão (Lc. 24, 1-12). Cristo havia ressuscitado, voltara à vida. Era a vitória da vida sobre a morte!

Na escuridão de um túmulo, ocorreu o maior dos milagres, a Ressurreição de Jesus, deixando em um lençol as marcas do seu corpo torturado, prova material da ressurreição, conservado até hoje na cidade de Turim, no norte da Itália. Na escuridão de um túmulo, a luz da vida vencia a morte!

Para os judeus, a Páscoa é a festa da libertação da escravidão no Egito.

Para o cristão, é a festa da libertação do pecado, da conversão de condutas, do renascer de esperanças e da certeza da existência de uma Vida Eterna!

São Pedro, um dos primeiros testemunhas da Ressurreição de Cristo, no dia de Pentecostes, foi taxativo, no seu discurso inspirado pelo Espírito Santo: “Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem credenciado por Deus junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou entre vós por meio dele, como bem o sabeis. Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vos o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse” (At 2, 22-24).

São Paulo, o maior missionário do cristianismo no império romano, também é firme ao escrever sobre a Ressurreição de Cristo: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a nossa fé” (1 Co 15, 12-14).

A Ressurreição de Cristo é o grande mistério de fé do cristianismo. Que a luz da ressurreição ilumine toda a humanidade!

 

Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo
Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo

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