O povo judeu, premido pela fome, desceu até as margens do rio Nilo, onde se situa o Egito. Lá foi bem recebido, abrigado e alimentado por José, que também era judeu e primeiro ministro do faraó. Uma belíssima história que merece ser lida na Biblia, livro do Gênesis, capítulos 37 a 47.
Quase quatro séculos depois, os judeus se multiplicaram, ficaram poderosos e uma ameaça para o faraó da época, que determinou que os israelitas fossem escravizados.
Surge Moisés e as dez pragas do Egito, até que o povo judeu recebe ordem para deixar o país. Na véspera, cada família deveria sacrificar um cordeiro perfeito, sem mácula, sem qualquer defeito, marcando o umbral das portas com o seu sangue. Por isso, até hoje, a Páscoa é a grande festa da libertação do povo judeu e o retorno para a terra prometida, “rica de leite e mel”.
Para o cristianismo, filho do judaísmo, a Páscoa é o momento da libertação dos nossos pecados, precedida dos quarenta dias da Quaresma, período de reflexão e arrependimento das falhas cometidas em nossas relações pessoais e com Deus, sendo Jesus, o Cristo prometido, o Divino Cordeiro, sacrificado na sexta-feira que antecede a Páscoa.
Nesse momento em que a humanidade sofre, pagando pesado tributo à maior das pandemias, em que já faleceram 290.314 brasileiros, enlutando muitos milhares de famílias, algumas com até três óbitos de entes queridos, principalmente devido à inépcia e incompetência de determinados membros do governo federal, que retardaram a compra de vacinas, com argumentos desprovidos de qualquer base científica, a melhor e mais desejada Páscoa seria a libertação da população mundial, com o fim da pandemia.
Já que as vacinas são poucas, só nos resta pedir a proteção de Deus!
Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.