“Passeata dos royalties é a voz do povo fluminense”

– É uma manifestação que mostra que o Rio não aceita o tratamento que está recebendo. Não é mais a voz de algumas pessoas, mas a voz do povo do estado. A presidente Dilma (Rousseff) tem que se sensibilizar com este ato. A manifestação atingiu os nossos objetivos – declarou Melo.

A iniciativa é contra o projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado pelo Senado em outubro, que prevê a redução da parte dos recursos que cabe à União e aos estados e municípios produtores e o aumento, gradativo, do que cabe aos entes federativos não produtores. A proposta será levada à Câmara dos Deputados, para, em seguida, ser ou não sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Com a redução dos recursos, as perdas fluminenses podem ser ampliadas para R$ 125,6 bilhões, até 2020.

O governador Sérgio Cabral agradeceu a todos que estiveram presentes à passeata e afirmou que foi “uma grande demonstração de união”. “Hoje, é um dia histórico. São 85 cidades do estado que dependem dos royalties. Esse dinheiro é investido em obras públicas, pagamento de aposentados e pensionistas, saneamento, pavimentação, iluminação, saúde, educação, segurança e limpeza. É uma ilegalidade, uma invasão de receitas já garantidas. Essa situação já tinha sido definida pelo ex-presidente Lula e só se encontra no Congresso Nacional por uma pressão artificial. Estão tentando vender uma mentira. O Rio é o segundo PIB do Brasil, mas é o quarto a receber recursos do Governo Federal”, disse Sérgio Cabral.

Durante o ato, a deputada Aspásia Camargo (PV) ressaltou a importância do evento para que o estado não perca ainda mais recursos financeiros. “O Rio de Janeiro é muito generoso com o Brasil. Um exemplo disso é que a União arrecadou no estado, em 2010, o montante de R$ 118 bilhões, mas transferiu, como fundo de participação, apenas cerca de R$ 600 milhões, ou seja, 0,5% do valor arrecadado”, reclamou a parlamentar.

Um dos municípios que mais recebe recursos provenientes dos royalties do petróleo, a cidade de Macaé, no Norte fluminense, teve grande representação na passeata. Cerca de 120 ônibus saíram do município para protestar e mostrar que o povo do estado, ao lado das autoridades, é contra os cortes propostos e que não aceita calado.

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