“Pentecostes”, por Dr Júlio Carvalho

Encontramos na Física uma lei que determina: “todo trabalho exige um consumo de energia”. Assim, quando caminhamos, consumimos energia das contrações musculares; quando um automóvel se desloca de um ponto a outro consome energia da queima do combustível; quando a água entra em ebulição é a energia calórica que a aquece, e assim por diante; só se realiza um trabalho com consumo de energia.

O planeta Terra é algo extraordinário, maravilhoso, inexplicável; muita terra, dividida em cinco continentes e uma imensidão de mares e rios com uma diversidade de animais aquáticos. Por outro lado, a variedade de espécies animais e vegetais sobre a terra surpreende os estudiosos da botânica e da zoologia. No mundo mineral, as substâncias vão das mais simples as mais valiosas. O homem habita nesse paraíso, mas insiste em prejudicá-lo, com ameaça de sua destruição, sem perceber que todas as espécies são interdependentes. Predomina a ambição do lucro!

As sondas espaciais visitaram outros planetas e nada semelhante à Terra encontraram, só solidão e silêncio. Que energia terá construído tamanha variedade de vidas e de minerais?

No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas (Gn 1,1-2). O incriável, o Espírito de Deus, foi a energia inicial geradora de todas as formas de vidas e de minerais que estão à nossa disposição, não para o ser humano destruir, mas para administrar com sabedoria e eficiência.

O mesmo Espírito determinou que Abrão saísse de Ur, na Caldeia, e fosse para uma terra estranha, onde seria pai de uma grande nação, embora Sara, sua mulher, fosse estéril (Gn 12,1-5).

O Espírito Santo, em um período de fome na Palestina, levou Israel e todo o povo judeu para o Egito, onde foram bem acolhidos por José, primeiro-ministro do faraó. Trezentos anos mais tarde, os judeus estavam escravizados pelos egípcios e o Espírito de Deus lançou as 10 pragas sobre o Egito, determinando a saída dos judeus rumo à Terra Prometida. Facilitou a fuga abrindo o mar Vermelho.

Durante quarenta anos, orientou o povo judeu através do deserto: na parte do dia, como uma nuvem; à noite, como tocha flamejante. Deu-lhes o maná, quando sentiram fome e codornizes quando sentiram a falta de carne. Saciou-lhes a sede, fazendo jorrar água da rocha seca, em Massá e Meribá.

No Sinai, deu-lhes os dez mandamentos; fez parar as águas do rio Jordão para travessia do povo; derrubou as muralhas de Jericó e distribuiu a Terra Prometida entre as doze tribos de Israel.

O mesmo Espírito determinou que duas mulheres idosas concebessem e fossem mães: Sara (Gn 18,9-15) e Izabel (Lc 1,13-14). O mesmo acontecendo a jovem Maria, mãe de Jesus (Lc 1,28-38), considerada a corredentora da humanidade.

Em agradecimento por todos esses benefícios, o povo judeu tinha três festas religiosas: Páscoa, Festa das Semanas ou das Colheitas e Festa das Cabanas ou Tabernáculos.

A Festa das Semanas ou das Colheitas acontecia sete semanas depois da Páscoa. Inicialmente era uma festa rural. Em rodas, o povo comemorava e agradecia a produção de alimentos oferecidos pela terra. Era uma festa democrática, dela participando judeus, estrangeiros e escravos.

No governo do rei Josias, a festa foi transferida para Jerusalém e os agricultores ofereciam parte das colheitas para o templo de Jerusalém. Judeus de todas as partes do mundo conhecido da época deveriam comparecer à Cidade Santa. Durante o domínio grego, a Festa das Semanas passou a ser denominada de Pentecostes.

A festa de Pentecostes era, portanto, o momento ideal para que Jesus Cristo enviasse o seu Espírito Santo a Maria Santíssima e aos seus apóstolos amedrontados e reunidos no Cenáculo; manifestação que ocorreu como um grande ruído, um vento forte, com línguas de fogo sobre as cabeças dos que ali se encontravam. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em diversas línguas (At 2,1-4).

Aqueles que temiam os judeus, desde que Cristo fora crucificado, encheram-se de coragem. Pedro, antes um rude pescador da Galileia, em eloquente discurso, consegue a conversão de cerca de três mil pessoas (At 2,41). Portanto, Pentecostes pode ser considerado o Dia do Nascimento do Cristianismo.

De Jerusalém, os apóstolos se dirigiram a várias partes do mundo da época levando os ensinamentos de Jesus Cristo, o Evangelho ou Boa Nova. Trabalho que atingiu sua plenitude com as viagens missionárias de Paulo.

Durante três séculos, o Cristianismo foi terrivelmente perseguido pelo poderoso império romano; foi a época dos primeiros mártires e das maiores atrocidades praticadas dentro e fora dos circos romanos.

Na Rússia, durante mais de meio século, as perseguições voltaram e as igrejas foram fechadas. Atualmente, na China e em alguns países islâmicos a situação dos cristãos também é bastante complicada. Apesar de todas as dificuldades e perseguições, o cristianismo, depois de vinte séculos, está presente no mundo inteiro, congregando 2.765 bilhões de adeptos; sendo, desse total, 1.300 bilhões de católicos sob a orientação religiosa do Papa Francisco, primeiro latino-americano a ocupar a cadeira de São Pedro.

Uma crença iniciada na Palestina por Jesus, seus doze apóstolos e algumas mulheres. Será que ocupou o mundo inteiro por acaso? Ou foi a ação do Espírito Santo de Deus? Deixo você a pensar!

 

Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.
Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.

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