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No próximo dia 21 de abril, a Associação Pestalozzi de Cantagalo estará completando 50 anos de existência. Entrevistamos o atual presidente da Pestalozzi, o professor Gildomar Norberto Bard da Silveira, que contou um pouco da história desta entidade.
JORNAL DA REGIÃO – Quando e por que assumiu o cargo de presidente da Pestalozzi de Cantagalo?
Gildomar Norberto Bard da Silveira – Assumi a presidência da Pestalozzi de Cantagalo em 19 de agosto de 2017. Minha irmã Glaucimar já era funcionária da instituição e sempre conversávamos a respeito das situações de lá. Sou professor há muitos anos e decidi que poderia também dispor do meu tempo para a continuação daquele trabalho que foi iniciado há cinquenta anos. Quando o presidente anterior Wladimir Araújo anunciou que pretendia sair e convocou eleições, resolvi participar juntamente com algumas amigas. Formamos uma chapa e como foi a única, fomos eleitos e desde então estamos desempenhando esse papel.
JORNAL DA REGIÃO – Quantas pessoas trabalham na Pestalozzi atualmente e quantas pessoas atendem por mês?
Gildomar – Hoje são 16 funcionários, além de 1 psicólogo cedido pela Prefeitura Municipal. São 75 crianças atendidas, totalizando 437 atendimentos por mês, além da assistência aos familiares, dentro do possível.
JORNAL DA REGIÃO – Quando e por que foi fundada a entidade?
Gildomar – A entidade foi fundada em 21 de abril de 1973 e deu-se através de entendimento entre a Associação Pestalozzi de Niterói, por intermédio da Drª Lizair Guarino Guerreiro, e um grupo de cantagalenses formado por Dr. Nilo Teixeira Rodrigues, sua esposa Nilce Nilda Machado Rodrigues, José Nascimento Júnior, José Quererá, entre outros. Juntos, decidiram então pela criação da Associação Pestalozzi de Cantagalo que, a 21 de abril de 1973, foi consumada a sua legítima fundação, tendo como seu primeiro presidente o Dr. Nilo Teixeira Rodrigues. A instituição foi criada com a finalidade de atender a crianças e adolescentes com deficiência mental, prestando-lhes todo tipo de assistência necessária, que, por seu desenvolvimento mental, aptidões ou caráter excepcionais, necessitavam de assistência individual ou ambiente médico-pedagógico especialmente orientado.
O nome Pestalozzi vem do professor/educador suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), cujo movimento pestalozziano chegou ao Brasil há mais de 80 anos. A área de terras pertencente à Pestalozzi, de 16.220 m², foi adquirida na gestão de Dr. Nilo Teixeira Rodrigues, por iniciativa do então secretário de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, João Carlos Abreu.
JORNAL DA REGIÃO – Na sua avaliação, qual foi o papel do saudoso empresário Lúcio Gomes Bon na Pestalozzi?
Gildomar – Senhor Lúcio Bon era homem honesto, trabalhador, sério, idealista, sonhador. Ao longo dos seus 82 anos, Lúcio Bon, nos deixou um grande legado. Partiu como chegou, sempre como um guerreiro, lutando por seus ideais. “Mas eram tempos difíceis, muito difíceis“. Com esperança, Lúcio Bon dizia na época que, felizmente, os tempos eram outros, as coisas estavam mais fáceis, a tecnologia começava a trabalhar a favor de todos que tinham outra visão, completamente diferente daquela época. “E não é para menos, do contrário, ficariam para trás”, dizia.
O empresário via a Pestalozzi de Cantagalo, para a qual sempre dedicou toda sua atenção, como primordial e idealizava que a transformaria em uma entidade forte, consolidada, respeitada e, com apoio de todos, no que é mais importante: trabalhando e realmente representando e defendendo os interesses dos mais vulneráveis. É uma instituição que cresce em importância e respeito porque um bocado de homens batalhou para reerguer a entidade, que era e continua sendo muito útil à sociedade.
Lutava para promover ações que pudessem melhorar e manter a mesma com as portas abertas; procurava envolver a comunidade e assim promover um enorme avanço na manutenção e continuidade da mesma.
Dessa forma, senhor Lúcio Bon é nome de elevada estima e consideração dentro da Pestalozzi de Cantagalo.
JORNAL DA REGIÃO – A entidade tem apoio dos governos municipal, estadual e federal? Cite os convênios existentes.
Gildomar – A Pestalozzi mantém convênio com o Governo Federal, através do Programa PSEMC (Prática Social e Especial de Média Complexidade), com um valor médio de R$ 2.200,00 mensais. Mantém também convênio com a FIA/RJ (Fundação para a Infância e Adolescência), para atendimento de 45 (quarenta e cinco) usuários na modalidade convivência/dia, no valor de R$ 16.433,76, recursos estes destinados a cobrir os gastos com pessoal e encargos do programa. E, por último, com a Prefeitura de Cantagalo, com a cessão de combustível e um psicólogo, além de um valor de 6.000,00 mensais.
JORNAL DA REGIÃO – Agora que a entidade completa 50 anos de existência, qual sua avaliação que a população cantagalense e da região tem sobre a Pestalozzi?
Gildomar – São 50 anos de muitas histórias de dificuldade e superação, como em qualquer lugar que tenha como lema o atendimento às pessoas necessitadas e que disponha de poucos recursos para isso. É sabido que a instituição recebe ajuda dos entes públicos e também da iniciativa privada. Muitos são os doadores individuais, porém a demanda é crescente e muitas das vezes tem-se dificuldade em promover atendimento a todos. Infelizmente, temos uma lista de pessoas aguardando por atendimento, fato esse que esperamos resolver em breve, haja vista uma nova parceria que está prestes a se confirmar com a Secretaria Municipal de Saúde. Em se tratando de avaliação, o que percebemos é que a instituição conta com muita credibilidade perante a população, tem profissionais dedicados e empenhados que lutam dentro das suas possibilidades para fazer o melhor que podem. Todas as vezes que saímos às ruas em busca de auxílio, na sua grande maioria, obtemos uma resposta positiva porque as pessoas confiam no trabalho que é realizado. Essa é mais uma oportunidade de agradecer a todos que contribuem com a nossa instituição.