Pezão fala dos desafios de ser prefeito no interior do estado

Terceiro palestrante do dia, o vice-governador destacou sua experiência não só como vereador, mas, principalmente, como prefeito de Piraí, no Sul do estado, município que governou por dois mandatos – 1996 a 2000 e de 2001 a 2004. “Assumi a administração de Piraí, em janeiro 1997, enfrentando uma triste realidade. A cidade estava em decadência econômica e o desemprego era enorme. A população saía da cidade em busca de melhores condições de vida. Tive que promover um projeto que recuperasse a cidade, que atraísse empresas e que elevasse nossa condição econômica, o que, após muita luta, consegui, junto à minha equipe de trabalho”, destacou, acrescentando que é necessário promover incentivos fiscais para atrair o desenvolvimento.

No período em que Pezão foi prefeito, Piraí experimentou grande desenvolvimento e passou a ser referência como modelo de gestão municipal. O vice-governador citou, entre outros, o projeto ‘Piraí Digital’, que recebeu reconhecimento nacional e internacional e levou Pezão a receber diversos prêmios. Aliás, foram vários os prêmios concedidos a ele como prefeito voltado ao empreendedorismo.

Pezão, que é formado em economia e em administração de empresas, alertou os novos prefeitos, que ainda estão se preparando para a diplomação e a posse em 1º de janeiro de 2013, sobre a primeira e mais importante ação: a escolha do secretariado. Na palestra, ele defendeu a nomeação, em sua grande maioria, de técnicos. “É importante que vocês contem com pessoas capacitadas nos cargos mais estratégicos. Deem preferência aos técnicos, escolham bons secretários de Fazenda, de Educação, de Planejamento, de Obras. Enfim, muitas vezes, é melhor deixar os acordos políticos para se trabalhar em benefício da população”, disse.

A palestra, que durou cerca de 40 minutos, manteve a plateia de políticos atenta o tempo todo. Pezão também defendeu a unificação das eleições, conforme projeto de lei já em tramitação no Congresso Nacional. “Apoio esse projeto, porque, atualmente, nossos orçamentos – municipais, estaduais e federal – não “conversam” entre si”, destacou. Segundo ele, as eleições – municipais e gerais –, realizadas a cada dois anos, atrapalham, em muito, as administrações nos municípios.

– A cada biênio, o País para por causa de eleições. Isso custa dinheiro e traz um atraso enorme ao Brasil, pois quando os prefeitos começam a “engrenar” suas administrações, é hora de parar por causa das eleições dos estados e a federal. Com isso, mudam-se os governantes e todos os projetos de parcerias e a busca de recursos entre os municípios e as outras duas esferas de governo fica prejudicada – opinou Pezão, recebendo sinais de apoio dos políticos presentes.

Durante a palestra, os convidados do JORNAL DA REGIÃO também observaram que Pezão chamou a atenção para a importância de investimento em educação. Nesse ponto, citou um dos projetos do JR, o ‘Jornal na Escola’, que será apresentado às secretarias municipais de Educação futuramente e que já foi implantado em um colégio estadual, o Maria Zulmira Torres, em Cantagalo, que não só leva o jornal para as salas de aula, mas o torna uma importante ferramenta pedagógica.

Finalizando, Luiz Fernando Pezão chamou a atenção dos prefeitos eleitos para duas importantes experiências suas como prefeito: a administração nas ruas, ouvindo a população sobre seus anseios, e a elaboração de projetos executivos para a captação de recursos externos.

– É necessário que vocês façam governos itinerantes, que ouçam a população antes de executarem suas principais obras. Muitas vezes, o prefeito constrói uma enorme e bonita ponte em determinada comunidade e que não vai atender às mesmas necessidades da população, que prefere uma pinguela, em determinado ponto, que seria muito mais útil.

Já em relação aos projetos, hoje não se consegue recursos federais e estaduais sem que antes as prefeituras elaborem projetos executivos com todos os detalhes da obra. Sem projeto, não há como se conseguir recursos, sem falar que é necessário manter o município adimplente, caso contrário, também não se consegue recursos – lembrou Pezão, que se diz um municipalista e defende a figura do prefeito como a mais importante do cenário político municipal. “Quem é responsável pelo desenvolvimento do País é o prefeito. A mudança só ocorre, de fato, quando ela parte dos municípios”, finalizou, agradecendo ao JORNAL DA REGIÃO pelo convite e desejando sorte a todos os eleitos, entre prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.

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