Polícias no Brasil

Com significativas medidas na área de segurança pública no Rio e também em outras capitais, o Brasil busca avançar no controle da violência e na manutenção da ordem. Como tanto já foi dito, os anos de descaso trouxeram a situação para um patamar complexo, superior ao que verdadeiramente deveria ser. E muitos pontos ainda preocupam, dentre eles o excesso de polícia, como se quantidade fosse o principal em detrimento da qualidade. Ledo engano. E as autoridades precisam perceber isso.

Temos Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Polícia Florestal/Ambiental, Polícia Ferroviária Federal, Polícia Judiciária, além das polícias das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha), Corpo de Bombeiros Militares e guardas municipais. Em termos de quantidade, parece que a sociedade brasileira está muito bem assistida no que diz respeito à segurança, porém não é exatamente assim.

Percebemos que o foco, muitas vezes, está no número de polícia para se fazer justiça, ficando esta instituição numa posição como se o mundo girasse aos seus pés, porém o conceito de justiça atual mantém um “abismo” entre a instituição e a população, que, decepcionada, acaba por optar pela crença na impunidade.

A aproximação com o povo não deve ser via polícia e sim pela educação. UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) e inteligência estratégica são necessárias, mas respaldada na qualidade e no investimento responsável na educação, desde a base do cidadão. Criar mais polícias é desnecessário e só gera conflitos de competências. As polícias, no Brasil, já são mais do que o suficiente e, assim como as escolas, são peças fundamentais para a sociedade.

 

*Marcos Espínola é advogado criminalista.

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