Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Jornal da Região 
Considerada a segunda bebida mais consumida no Brasil, o café está cada vez mais ausente na mesa dos brasileiros. O motivo é a alta de preços acumulada ao longo do ano, que já representa um aumento de 28,54%, segundo o IBGE. Só em setembro, o produto que está na lista dos que mais subiram em 12 meses, teve uma alta de 5,5%, no valor cobrado no país, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo especialistas, o aumento do preço do café está relacionado com a elevação dos custos para a produção do grão e também as condições climáticas desfavoráveis que atingiram o país. A seca histórica deste ano somada às geadas do mês de julho, impactaram diretamente o setor responsável pelo produto. A pandemia do novo coronavírus, por sua vez, também colaborou com o aumento de preço dos alimentos.
Além de fatores climáticos e pandêmicos, a produção cafeeira no Brasil também sofre com os impactos do mercado externo. De acordo com Eleonora Erthal, sócia-diretora de uma produção de café de Bom Jardim, o valor do produto é instável e passa por influências externas. Além disso, segundo ela, a questão do clima interfere no preço do grão:
“O café é um produto muito sensível ao mercado, uma commodity altamente especulativa no exterior, e fatores como um dólar muito alto fizeram o preço ter um grande aumento. O fator dólar foi amplificado pelas geadas e altas temperaturas que destruíram lavouras muito importantes no Brasil e, como se não bastasse, outros grandes países produtores vêm sofrendo também com fatores climáticos e pragas”, afirmou a diretora ao Portal Multiplix.
As commodities são produtos que funcionam como matérias-primas básicas. Essas mercadorias são produzidas, normalmente, em larga escala e podem ser estocadas sem perder a qualidade. Na agricultura, os itens mais comuns são a soja, o trigo e o café, que têm seus preços definidos pela oferta e procura no mercado.
Aumento de insumos
Como se não bastassem todas as influências externas, é importante lembrar que a alta do preço do café também está relacionada com o aumento do custo de insumos, que influenciam no valor final do produto. Com o clima desfavorável, os produtores têm a necessidade de adotar medidas no combate a pragas e outros problemas, o que também encarece o valor para a produção dos grãos. De acordo com Eleonora Erthal, o combustível é mais um vilão neste processo produtivo:
“Estamos em um círculo que por um lado o produtor ganha com a alta de preços, por outro, ele perde exponencialmente com os valores de insumos para cultivos cotados em dólar e o preço do diesel dos maquinários alto”, afirmou.
Como reverter a situação?
De acordo com especialistas, duas condições são necessárias para haver a diminuição no preço do café no Brasil. A primeira diz respeito à questão climática, que implica a retomada de chuvas de forma regular. Já a outra cabe à estabilização da economia, que segue instável, principalmente neste período da pandemia de Covid-19.
Para a sócia-diretora Eleonora, o poder público também precisa agir nesse momento para atribuir mudanças necessárias ao setor:
“Também é preciso boa vontade governamental em todas as esferas. No Rio de Janeiro, por exemplo, temos um café muito especial, altamente valorizado, porém com um ICMS altíssimo”, complementou.
Embora o valor do café esteja em alta em todo o país, o preço do grão está com algumas variações nos municípios da região. Em Bom Jardim, cidade referência no estado do Rio na produção cafeeira, o produto mais popular de 500g está custando, em média, R$13,99.
A cidade de Cordeiro, também tem ofertado preços variados. No município, as opções mais populares de 500g custam de R$15,00 a R$18,00. Em Carmo, o preço do café moído de 500g está custando, em média, de R$10,00 a R$22,00.
Em meio a preços elevados, vale lembrar que algumas cidades também estão apostando em promoções para atrair o consumidor. Em Cantagalo, no mercado mais tradicional da cidade, 500g de café, chegou a custar R$12,95. Já em Nova Friburgo, nos supermercados mais conhecidos do município, o preço do café, também de 500g, estava variando entre R$11,99 e R$13,99 em ofertas promocionais.
