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Este artigo vai falar de Prefácio. Que é um prefácio? Se tem PRE, é que vem antes. Nada mais é que o texto que antecede uma história, é um resumo do conteúdo de um livro, feito para contextualizar o leitor sobre as páginas que vêm a seguir, apresentando alguns detalhes sobre o autor, buscando fazer uma provocação para que o leitor se interesse mais pelo que vem à frente. Neste caso, é o prefácio escrito por Robério José Canto para o Álbum das Fazendas de Cantagalo.
Robério José Canto, da Academia Friburguense de Letras, foi autor do Prefácio à 2ª Ed. do Álbum das Fazendas de Cantagalo, de Sebastião A. B. de Carvalho (1938/2020) e Rosa Maria O. Werneck Rossi de Carvalho, patrocinado pela Prefeitura Municipal de Cantagalo, com apoio da secretária de Cultura de Cantagalo, Andréa Reis, e autorização do prefeito Guga de Paula. O lançamento foi no Centro Cultural Amélia Thomaz, no dia 17 de outubro findo, com a presença da coautora do Rosa Maria, viúva do Sebastião e coautora do livro, e dos convidados para o evento. Por algum detalhe não observado, esse Prefácio não foi publicado, faço-o agora em homenagem ao autor.
Robério José Canto é licenciado em Letras, tendo se dedicado ao ensino de português e literatura em escolas da rede particular e pública, lecionando em Nova Friburgo, sua cidade natal, e no Rio de Janeiro. Concluiu o Curso de Especialização em Assuntos Pedagógicos pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pelo Centro de Estudos de Pessoal do Ministério do Exército. Foi presidente da Academia Friburguense de Letras no período 2015/2016 e novamente em 2021; vice-presidente em duas ocasiões e presidente do Conselho Fiscal e secretário. Realiza palestras sobre língua portuguesa, literatura, desenvolvimento moral e ético e assuntos afins, em escolas, faculdades e outras instituições.
A seguir, o Prefácio, na íntegra.
“A ocupação e o desenvolvimento do então chamado Sertão de Macacu, ‘terra de índios brabos’, constitui uma longa e emocionante aventura em que, como em toda boa aventura, fatos e fantasias se misturam, pessoas e personagens se confundem, história e lenda se entrelaçam. Prova disso é a existência de Manoel Henriques, do qual nem tudo se conhece, e de Mão de Luva, sobre o qual muito se inventou. Precisou que um pesquisador sério, desses que com pertinácia buscam documentos e provas, para que a verdade prevalecesse sobre a invencionice. Quem conhece o trabalho de Sebastião de Carvalho, especialmente quem leu o excelente ‘A odisseia de Mão de Luva na região serrana fluminense’ sabe que ele foi, exatamente, esse tipo de pesquisador”.
“Essa mesma qualidade se encontra no ‘Álbum das Fazendas de Cantagalo’, e não só essa, mas muitas outras que o caracterizavam: o idealismo com que abraçou tantas causas e o rigor nas pesquisas, o instinto de jornalista e a curiosidade intelectual, só para citar algumas. E, pairando sobre tudo o que ele realizou, uma espiritualidade amadurecida e profunda”.
“Como se tudo isso fosse ainda pouco, Sebastião teve a ventura e a aventura de contar, em sua vida e em sua obra, com a companheira talentosa, dedicada e amorosa de Rosa Werneck Rossi. À pintora que transpunha imagem e imaginação para óleos sobre tela, nunca faltou tempo para estar ao lado do marido nas andanças pelas fazendas, na descoberta de veredas e grutas, no levantamento de informações e na redação final dos trabalhos”.
“Também dessa parceria é que resultou o livro sobre as fazendas da terra de Euclides da Cunha. Obra a quatro mãos que se entrelaçaram no trabalho e na vida, o Álbum revela a beleza e a grandeza de propriedades que fazem parte da história de Cantagalo e de toda uma vasta região do Estado do Rio de Janeiro. Repleto de belas fotografias (mais um talento de Sebastião!), tem um texto que flui manso como o rio que passa pela Fazenda Nossa Senhora da Conceição do Rio Negro, mas com a profundidade que se percebe nos açudes e lagos encontrados, por exemplo, na Fazenda da Aldeia e na Fazenda da Palha”.
“Com a publicação desta obra, Rosa honra e eleva a memória de Sebastião de Carvalho e presta um inestimável serviço ao munícipio de Cantagalo, à cultura, à história e à arte da Região Serrana Fluminense, do Estado do Rio e, por conseguinte, de todo o Brasil”.
Parabéns, acadêmico Robério José Canto pelo prefácio e apoio a uma obra que enriquece a cultura fluminense.
O Instituto Mão de Luva, que criei em fevereiro de 2021, logo após o meu retorno a Cantagalo, apoiou a iniciativa de Rosa Maria desde o início, logo após a morte de Sebastião, em 24 de maio de 2020, em plena pandemia do vírus chinês.
O apoio decisivo do prefeito Guga de Paula veio preencher uma lacuna, pois o livro estava esgotado e com bastante demanda.