Superthal e Caravana da Coca-Cola fazem noite mágica em Bom Jardim
A base de uma sociedade se fortalece pela Educação. Quando crianças e adolescentes, nós nos educamos no seio da família, na escola, com os amigos, com a vida. Entre tantas formas de construção do ser, existe uma profissão: o professor. Desde o primário até a universidade, lá está uma pessoa que acredita no ser humano. Não é possível lecionar sem a crença na transformação do homem pelo conhecimento adquirido.
Disse Paulo Freire (educador brasileiro com mais de 40 títulos universitários): “A educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas mudam o mundo.” Como não concordar com o Patrono da Educação Brasileira?
No Dia do Professor, havia uma tradição, hoje em desuso, de presenteá-lo com uma maçã, sabe-se lá o porquê. Uns dizem por ser o símbolo do conhecimento, que se transforma em um pentagrama ao ser partida em duas partes, transformando-se, assim, no emblema do saber. Outros alegam relação com a ciência, por causa da Lei da Gravitação Universal, descoberta por Isaac Newton. Há os que dizem ser por mero carinho.
A modernidade trocou a maçã por um bombom Serenata de Amor, mensagens de WhatsApp e fotos em stories de mídia social. É bom pontuar – as manifestações de amor da atualidade são válidas. No entanto, para celebrarmos o profissional responsável por mudar o mundo, poderíamos ir um pouco mais além. Bem mais além, na verdade.
A depender da circunstância, uma paixão por um ofício pode se tornar opaca. Ao falarmos na docência, o Brasil ainda está longe de demonstrar que a educação é, de fato, uma prioridade. Jornadas exaustivas, salários baixos, que obrigam, em alguns casos, a procura de alternativas para complementar a renda. Desvalorização e precarização. Em alguns casos, falta o básico, como lâmpada, giz, computador e lousa. Isso sem mencionar a precariedade dos banheiros nas escolas.
Um professor desperta o sentido para uma vida poética. A escolha certa de qual profissão seguir; o amor pela sabedoria; o interesse na busca pelo conhecimento; o encantamento, quando muitas vezes isso falta ao aluno. Para alguns, pode ser o porto seguro que lhe falta diante de uma família em desarmonia. Para outros, mais um mestre a somar diante de tantas inspirações.
Para encantar, é preciso estar encantado, estado difícil de se alcançar em corpos cansados, que, em vez focarem o seu tempo no aprimoramento do seu conteúdo e expansão da criatividade, precisam se preocupar com os boletos a vencer, se haverá merenda aos alunos ou material para a aula de arte (quando existente).
Somado aos desafios estruturais, ainda há a delegação, por parte de muitas famílias, da integralidade da educação da prole: “O professor que se vire…”. Outros familiares preocupam-se eu não permitir que o filho seja desagradado em sala de aula, ou seja, o professor precisa fazer aquele rebento feliz e de acordo com as regras que o jovem impõe.
O comprometimento com o avanço da sociedade está umbilicalmente ligado à valorização da docência, daquele profissional que dedica sua vida ao outro. Um exemplo tocante está na figura do Professor John Keating, no filme A Sociedade dos Poetas Mortos, com direção de Peter Weir. Em aula, era uma potência criativa, que inspirava os seus alunos ao pensamento crítico. Vivo, alegre, encantando com a possibilidade que a sala de aula pode fornecer. Inspirava não somente pelos ensinamentos, mas pela vibração do seu jeito de ser.
Mesmo que o cinema represente uma ficção, é possível que possam existir tantos outros Professores Keating. No entanto, o desafio brasileiro e de muitos países está em proporcionar condições dignas de um dos exercícios mais humanistas da face da Terra: a docência. Sem ela, não há formação integral de um ser. Ou será que apostaremos em robôs?