Quedas nas vendas de cimento, por causa das chuvas e da pandemia do coronavírus

Os meses de janeiro e fevereiro registraram queda nas vendas de cimento em razão das fortes chuvas que atingiram o Sudeste e Nordeste do país, com mais força em São Paulo e Minas Gerais, regiões com alto consumo de cimento. Apesar dos números negativos, o que se observou foi um represamento das compras nos diferentes consumidores do produto, como construtoras, autoconstrução e o segmento industrial. Isso permitiu à indústria traçar uma expectativa de vendas bastante otimista para março, o que de fato aconteceu, mas apenas nos primeiros quinze dias do mês.

A partir da segunda metade do mês de março, se verificou uma forte retração no consumo, causada, principalmente, pelas restrições de circulação e na abertura de lojas de materiais de construção, além da redução no ritmo das obras por conta da limitação do transporte público, de comércios e serviços de suporte próximos as construções. Com isso, a venda de cimento em março teve idêntico volume na comparação com o mesmo mês do ano passado e recuou 0,5% sobre fevereiro deste ano.

Paulo Camillo Penna, presidente do Sindicato Nacional das Indústrias do Cimento
Paulo Camillo Penna, presidente do Sindicato Nacional das Indústrias do Cimento

Em termos nominais, em março foram vendidas 4,1 milhões de toneladas e no trimestre, 12,6 milhões de toneladas – queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2019 (janeiro a março). Nas vendas de cimento por dia útil, melhor indicador do setor, o impacto foi significativamente maior. Foram registradas queda de 10,4% na comparação com março de 2019 e de 15% em relação de fevereiro deste ano.

Já no trimestre o recuo foi de um 1,8%. A análise regional com referência ao mês de março, as vendas nas regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul registraram importante redução de, respectivamente, 9,2%, 2,6%, 4,8% e 4,3%. Por outro lado, na região Sudeste, houve aumento de 4,6%, fortemente impulsionado por edificações residenciais que vem sendo o grande vetor de consumo da indústria do cimento desde 2019.

A Indústria do Cimento está focada em 3 prioridades: assegurar a saúde e segurança de seu trabalhador e daqueles que integram a cadeia produtiva da atividade; garantir o fornecimento do produto cimento diante da demanda do país e da construção civil e a manutenção das atividades da indústria como forma de geração de emprego, renda e desenvolvimento do país”, garantiu Paulo Camillo Penna, presidente do Sindicato Nacional das Indústrias do Cimento (SNIC).

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