Rodízio é implantado em Nova Friburgo e empresários se manifestam contra sua implantação

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) e a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf) ingressaram na Justiça com pedido de tutela antecipada pela suspensão dos decretos municipais que impedem o funcionamento do comércio na cidade.

De acordo com o presidente da CDL e do Sincomércio, Braulio Rezende, há um ano o setor vem amargando sérios danos com alternância de portas fechadas e abertas e já não consegue conviver com tamanha instabilidade. Ainda de acordo com Braulio Rezende, muitas empresas faliram, outras se veem prestes a encerrar suas atividades e milhares de empregos se encontram sob risco em Nova Friburgo: “Sem qualquer exagero, poderemos assistir em breve a uma falência generalizada no comércio e a consequente perda de postos de trabalho que significam o sustento de grande número de famílias friburguenses. A situação alcançou um ponto insustentável para o nosso segmento e para os demais ramos econômicos também”, destaca.

O presidente da Acianf, Júlio Cordeiro, acrescenta que o último decreto, que implantou rodízio de CNPJs na vigência de Bandeira Roxa, desagradou à maioria dos empresários e se mostra de difícil operacionalização. Ele acha que Nova Friburgo deveria ter seguido modelo de cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, que permitiram a reabertura do comércio com regramentos.

O Decreto 953/2021 não contemplou os setores não essenciais, que estão fechados há bastante tempo e reivindicavam voltar a funcionar, mesmo que parcialmente, e ainda mexeu nos ramos que vinham abrindo e agora se sentem prejudicados. Alguns deles até estratégicos, como alimentação, onde pode ocorrer desabastecimento”, ressalta Júlio Cordeiro.

Com a experiência adquirida nos meses de maio a novembro de 2020, Braulio Rezende assinala que o comércio não deve ser responsabilizado pelo recrudescimento da pandemia. Ele lembra que os casos de covid aumentaram depois das festas de fim de ano e das férias de verão, não em razão da abertura das lojas. “Funcionamos naquele período respeitando as normas sanitárias e não houve explosão da pandemia. É injusto culpar o comércio se estamos fechados e as ruas continuam cheias, as filas em bancos e lotéricas são enormes e os ônibus circulam lotados”, defende.

Nota da Associação dos Supermercados do Estado do Rio sobre o funcionamento do comércio em Nova Friburgo

A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) informa que foi surpreendida com o decreto que restringe o funcionamento de supermercados na cidade de Nova Friburgo. O rodízio por CNPJ, estabelecido pela prefeitura, afeta diretamente as atividades deste serviço que, por lei, é considerado essencial.
Desde a publicação, no Diário Oficial, a Associação tenta dialogar com o poder executivo sobre as consequências desta medida, considerada de risco pelo setor.

Friburgo tem 18 supermercados para 200 mil habitantes. Restringir metade dessas lojas num único dia pode gerar aglomeração nas demais.

A ASSERJ entende o momento da pandemia na cidade e coopera para o recuo da chamada bandeira roxa, com todas as medidas de higiene e distanciamento sendo cumpridas nas lojas.

Alguns associados já afirmam que não abrirão as lojas por questão de segurança.

Desta forma, pela primeira vez, desde o início da pandemia, não temos como garantir o pleno abastecimento dos supermercados situados na cidade de Nova Friburgo.

ASSERJ – ASSOCIAÇÃO DE SUPERMERCADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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