Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Isso aconteceu há apenas três dias. A noite estava fresca e reconfortante, às 2h da madrugada de domingo, quando minha amiga Doriana (nome fictício) chegava à rodoviária de Cantagalo para tomar o ônibus para o Rio de Janeiro, onde trabalhava aos domingos, em um hospital, visando complementar sua renda – responsável que é pelo sustento do lar.
Já a cerca de 80 metros da rodoviária, observou que não havia ali viv’alma – quando é subitamente assaltada por dois desalmados – porém armados – “cavalheiros” aparentemente bem vestidos. Numa desabalada carreira, fazendo das tripas coração, e carregando numa das mãos sua pesada maleta, consegue, exaurida, entrar no ônibus que acabara de chegar e desaba em prantos!… (? ? ?)
O que aconteceu com Doriana poderá acontecer, a qualquer momento, comigo e com você, pois o palco e o cenário permanecem montados. Vândalos notívagos continuam – como sempre – depredando e destruindo propriedades públicas, como postes de luz, lixeiras, etc., sem que jamais sejam reprimidos ou punidos.
Um supermercado foi arrombado no bairro Santo Antônio. Casas são assaltadas no bairro São José. Pedestres são assaltados, à noite, no caminho para o bairro Cantelmo. A bem da verdade, reconheçamos que não há, em nossa região, cidade tão “segura” (para assaltantes e outros marginais) quanto Cantagalo à noite. Podem executar seu trabalho despreocupados e sem constrangimento, pois estão seguros de que jamais serão importunados por algum guarda ou policial (a não ser nos eventuais dias de festa). Devemos reconhecer, também, que segurança pública jamais foi uma preocupação para qualquer prefeito ou vereador local nos últimos 23 anos. Existem, sim, os chamados guardas municipais, cujos deveres e funções são desconhecidos da população.
Em matéria de segurança, Cantagalo se encontra numa posição estratégica: a cidade possui apenas uma entrada e uma saída, nas quais poderiam funcionar, à noite, uma guarita em cada qual. Outra medida muito prática e exequível seria, também, uma ronda noturna contínua por toda a cidade e bairros próximos, feita por três guardas motorizados em motos com a descarga fechada, trafegando, separadas, e em sentido contrário, das 22h às 6h da manhã. Dizem que isso não é feito para se evitar pagar adicional noturno. Mas eu nem acredito que se possa economizar às custas da insegurança do povo. Se for necessário: menos festas e mais segurança.
Deus proteja Cantagalo!…
*Erly Bon Cosendey é professor de pediatria aposentado pela UFRJ.