Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Durante dois anos, a humanidade foi massacrada pela Covid-19; a população mundial perdeu 6 milhões de membros, só o Brasil assistiu a morte de mais de 650.000 pessoas (mais de 10% das vítimas mundiais); estar vivo nesse momento é uma graça concedida por Deus, para aqueles que acreditam e têm fé.
Nas cidades interioranas, onde as pessoas estão mais próximas e quase todos se conhecem, parece que a dor atingiu maior intensidade. Vimos amigos que foram internados relativamente bem, quatro dias depois morrerem com insuficiência respiratória e falência de outros órgãos.
Perdemos vizinhas antigas, pessoas educadíssimas que conquistavam nosso coração pelo modo de vida e simpatia, que faleceram depois de vários dias de doença, quando pareciam caminhar para a cura. Enfim, foram pauladas emocionais seguidas durante dois anos. Quando tudo parecia melhorar, crescendo nossas esperanças, surgia outra variante, tudo recomeçando. Parecendo não terminar.
Segundo a Teoria de Gaia, o planeta Terra é um ser vivo, capaz de reagir as agressões sofridas e, no momento, elas são incontáveis, principalmente pela ambição capitalista que só pensa no lucro, destruindo a natureza como ocorre com o desmatamento em nosso país, a exploração do petróleo, a queima do carvão, etc. Será a virose uma reação da mãe Terra contra as agressões sofridas?
Por quê surgiu o vírus? Só os estudos científicos poderão mostrar futuramente.
No momento, com o número de infectados e mortos em queda, parece que a pandemia caminhará para uma endemia, graças à vacinação, que no Brasil encontrou tantos obstáculos, gerados pela ignorância científica de alguns.
No terceiro ano do curso médico na Faculdade de Ciências Médicas (UERJ), na última aula de Farmacologia, o Prof. Paulo de Carvalho assim se expressou: “Hoje é nossa último encontro; dentro de três anos vocês serão meus colegas, serão médicos. Estejam preparados para uma coisa no exercício da profissão, todo burro gosta de se espojar no campo da Medicina”. Quando via as notícias contra as vacinas, lembrava-me do querido Prof. Paulo de Carvalho, um dos homenageados na turma de 1961.
No momento do clímax da Covid-19, os jornais publicavam matérias do tipo “Como será o mundo depois da Covid”? Várias personalidades importantes eram ouvidas. As mais otimistas diziam que seria um mundo solidário, cheio de harmonia e de fraternidade. Jamais pensei assim, observo que a solidariedade só aparece nos momentos do sufoco, nos momentos das tragédias. Quando tudo passa o homem volta as suas características iniciais, esquecendo-se dos mais frágeis, permitindo que as desigualdades sociais imperem por todas as regiões do planeta.
A história é antiga, vejamos o povo judeu. Escravo no Egito, sonhava com a liberdade. Uma vez liberto, no deserto, tinha saudade das panelas cheias do tempo da escravidão.
Era monoteísta, adorava um único deus; enquanto Moisés, no monte Sinai, permanecia 40 noites e 40 dias, recebendo o decálogo das mãos de Deus, o povo judeu moldava um bezerro de ouro, adorando-o como deus. E o mundo de hoje está repleto de bezerros de ouro!
Contrariando os otimistas sobre o futuro depois da Covid-19, que ainda não terminou, aí estão os acontecimentos da brutal invasão e agressão da Ucrânia pela Rússia. Não se trata de uma guerra, tamanha a desproporção de forças entre os dois países, trata-se de um massacre que já determinou 3,5 milhões de refugiados, morte de mais de 65 crianças com menos de um ano de idade e de alguns milhares de combatentes de ambos os lados. Sem falar nas perdas materiais determinadas pelos bombardeios aéreos e dos mísseis lançados sobre as habitações de civis que perdem tudo, alguns a própria vida.
A televisão mostra cenas terríveis: edifícios residenciais em chamas depois de atingidos por mísseis, com morte de civis; mísseis lançados por navios de guerra no sul da Ucrânia, sobre teatro em que o povo se abrigava. Retrocesso completo em termo de humanismo.
Em 2014, a Rússia ocupou a península da Criméia que pertencia a Ucrânia, o mundo assistiu indiferente. Agora, invade e destrói o país por motivos criados pela mente de um ditador que se diz presidente. Até onde irá o desejo de domínio e de expansão territorial?
Heroicamente, o povo da Ucrânia se defende como pode, todavia a diferença bélica é enorme. Se a invasão continuar o pais será destruído.
As famílias são desarticuladas, enquanto mulheres e crianças podem deixar o país, os homens de 16 a 60 anos permanecem para defesa da pátria invadida, pegando em armas heroicamente.
No final da década de 30, outro ditador anexou a Áustria à Alemanha, alegando tratar-se do mesmo povo; depois invadiu a Polônia, a Tchecoslováquia, a Holanda, a Bélgica, marchando com facilidade sobre Paris, passando a bombardear Londres, gerando a 2ª Guerra Mundial que ceifou 75 milhões de vidas humanas na terra, sem falar de outras calamidades causadas.
Hoje, para onde caminhamos? Que Deus e os homens de boa vontade protejam a humanidade de uma guerra nuclear e derradeira que será o extermínio da humanidade.
Se tal acontecer, felizes serão os que sucumbirem inicialmente!
Júlio Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo, e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo.