Sérgio Louback: “A questão das estradas é uma cobrança constante do mandato”

Sérgio Louback (PSC) tem 55 anos e é natural de Nova Friburgo. Formado em direito, é casado com Natacha Sofia Gomes Louback e pai de duas filhas: Rebeca e Rhayanne. Numa entrevista exclusiva ao Jornal da Região, o deputado comenta as conquistas na política.

Jornal da Região (JR) – Quando entrou na política e por que?
Sérgio Louback (SL) – Ingressei na política em 2009, trabalhando como assessor parlamentar na Câmara de Vereadores de Nova Friburgo. Depois fui convidado a ocupar cargos importantes da administração municipal, tendo estado na linha de frente, como subsecretário de Serviços Públicos, em um dos momentos mais complicados da história de Nova Friburgo, que foi a tragédia climática de 2011.

JR – Estava em seu segundo mandato na Câmara Municipal de Nova Friburgo. Quantos votos teve nestas duas eleições?
SL – Fui eleito primeiro suplente de vereador na primeira candidatura, em 2012, e assumi o cargo por 10 meses. Em 2016 fui eleito para o segundo mandato, sendo o quarto vereador mais votado do município.

JR – Cite alguma ação, projetos e/ou indicação de sua autoria feita na Câmara de Nova Friburgo?
SL – Durante meu período na Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, legislei sobre todos os temas relevantes para a população, como saúde, educação, segurança pública, esporte, turismo e etc. Como vereador, possui projetos de visibilidade em tramitação no Legislativo, como o que prevê a integração ônibus e bicicleta, na área de mobilidade urbana; o projeto de regularização das cavalgadas, proposta em decorrência da desorganização e dos maus tratos com animais verificado durante a realização desses eventos no município; e, na área da saúde, o projeto que determina que a lista do SISREG – sistema de regulação de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) – seja disponibilizada na internet para que a população tenha acesso, por meio da numeração do cartão do SUS ou do CPF, às informações.

JR – Como foi a sua reação quando foi informado de que iria assumir um mandato de deputado estadual na Assembléia Legislativa? Qual foi sua votação?
SL – Fui eleito como primeiro suplente pelo PSC com 10.560 votos. Assumi o mandato de deputado estadual pelo Rio de Janeiro em março deste ano. Minha reação foi de tranquilidade, pois me sinto preparado para todas as responsabilidades existentes no mandato e também para representar a nossa Região Serrana na Alerj.

JR – O Centro Norte Fluminense é considerado uma região carente, com municípios de 10 a 20 mil habitantes. Quais seriam a prioridades que os governos municipais, estadual e federal poderiam viabilizar para esta região?
SL – Tendo como meta ser reconhecido como “deputado do interior”, atuei na aproximação do Governo do Estado com os municípios da nossa região. Já consegui feitos inéditos, como a ida de vários secretários e até do presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para Nova Friburgo, promovendo debates que contaram com a participação de representações dos municípios do entorno.
Além da Saúde e Segurança Pública, que são áreas deficitárias em todas as cidades do estado, existem ainda a necessidade de fortalecimento da agricultura, turismo e esportes, que fazem parte das bases de construção dos municípios do interior. Para isso, continuo cobrando do estado uma participação mais efetiva em investimentos e uma presença mais constante dos secretários, inclusive sigo fazendo isso com relação ao Hospital do Câncer de Nova Friburgo, em reconhecimento a uma demanda antiga da população, de grande importância e que precisa da integração dos três poderes: Estado, Município e União.

JR – O deputado é ligado ao grupo político do atual governador Wilson Witzel. Como ele encontrou o Estado? Qual sua avaliação destes primeiros seis meses de governo?
SL – Sim, eu sempre foi filiado ao Partido Social Cristão (PSC), mesmo partido do nosso governador Wilson Witzel. Inclusive, eu e o governador nos conhecemos desde antes do lançamento oficial da campanha. Em minha percepção, avalio que o novo governo encontrou muitas dificuldades. Além da complicada situação econômica, havia ainda o peso da crise ética, moral e de credibilidade vivida pelo Rio de Janeiro. O governo tem avançado, apesar de não ser no ritmo acelerado esperado pela população, em função dos inúmeros obstáculos a serem vencidos. Contudo, existe um esforço muito grande de sua parte para fazer tudo o que estiver dentro de suas possibilidades como parlamentar para ajudar no desenvolvimento do nosso estado.

JR – A questão dos estados das rodovias no interior é muito grave. São buracos na pista e matos beira da estrada. O que o deputado pode fazer para tentar resolver esta questão?
SL – Uma das primeiras ações que fizemos assim que assumimos o mandato foi uma reunião com o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ), Uruan Cintra de Andrade. Na ocasião, fomos informados de que estava em andamento a licitação, pela modalidade de pregão eletrônico, para a conservação das estradas. No entanto, a licitação não foi adiante, sendo necessário recomeçar o processo. A questão das estradas é uma cobrança constante do mandato. A conservação das vias, todas elas, sendo rodovias ou estradas vicinais, requer urgência, porque os problemas encontrados colocam em risco a vida das pessoas e afetam diretamente a economia dos municípios.

JR – A RJ 160 – Cantagalo a Carmo é uma situação muito grave, pois ali passa caminhões de cimento e outras mercadorias, ligando o Estado do Rio de Janeiro a Minas Gerais. Inclusive a justiça já multou o DER em R$ 100 mil diários pela não realização do serviço. O que pensa da situação desta rodovia?
SL – Realmente, a RJ-160 tem um papel importantíssimo para a economia local. Essas obras precisam ser realizadas o mais rápido possível para que se reduza o impacto nas arrecadações dos municípios e também para proporcionar uma melhor condição de acesso e deslocamento para a população em geral.

JR – Qual sua avaliação sobre o retorno do funcionamento do Instituto Médico Legal de Nova Friburgo em todos os dias da semana?
SL – O funcionamento integral do Instituto Médico Legal (IML) de Nova Friburgo, foi uma grande conquista do nosso mandato. A resolução do problema já era uma preocupação desde quando assumi o mandato como vereador e foi intensificada quando tomei posse como deputado estadual.
Em maio, nos dias 22 e 23, estive em reunião com o secretário de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, e a representante do Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica (DGPTC), delegada Milena Oliveira, para conversar sobre a situação do IML. Vale destacar que o instituto estava em funcionamento todos os dias da semana, mas não realizada o trabalho de necropsia aos finais de semana e feriados desde 2016, por não ter plantão de médicos-legistas.
Esta foi uma grande conquista que beneficia não só Nova Friburgo, mas também os municípios do entorno que dependem do IML. Antes, as famílias, em um dos piores momentos de suas vidas, precisavam aguardar para que a necropsia fosse realizada em Teresópolis, o que gerava um tempo longo de espera, especialmente se a morte ocorria no final de semana, quando havia a possibilidade de a liberação do corpo só acontecer na segunda-feira. Com a volta do funcionamento integral nosso município retoma o protagonismo.

JR – É verdade que pretende vir candidato a prefeito de Nova Friburgo nas eleições do ano que vem?
SL – Neste momento meu propósito maior é fazer o melhor trabalho como representante do povo no cargo de deputado estadual pelo Estado do Rio de Janeiro, o segundo estado mais importante da União. Com relação às eleições de 2020, considero prematuro entrar nesta discussão no atual momento, prefiro deixar este assunto para que seja avaliado no momento propício. No entanto, sou uma figura pública, com experiência no Executivo, no Legislativo e com conhecimento no Judiciário, e me sinto preparado para qualquer desafio que o povo possa nos imputar.