Setor de alimentos de Nova Friburgo tem 74 indústrias

Paulo César Oliveira, presidente do Sindanf (Sindicato das Indústrias de Alimentos e Bebidas); Vicente Bastos, presidente da Firjan Regional e proprietário da Fazenda Soledade, que produz a famosa cachaça Nega Fulô; Olney Botelho, político e proprietário da Superpão, famosa padaria da cidade; Luiz e Fernando Spinelli, da Padaria Suspiro; Júlio Badini, representando os cafés Mury, Muqui e Friburgo; e Antônio Carlos e Paulo Cordeiro, representando a produção de leite e o mercado de leite de cabra.

O presidente da Firjan Regional, Vicente Bastos, relembrou os desafios principais logo após a tragédia de janeiro 2011: a obtenção de financiamentos e prorrogação de impostos para manter as indústrias ativas. Logo após esse flashback, ele falou um pouco de sua indústria, localizada na Fazenda Soledade, que fica na região de Rio Grande de Cima.

Com 35 anos de história, a fazenda produz cachaças utilizando alta tecnologia e as melhores técnicas do mercado. Segundo Vicente Bastos, a água pura e leve é a maior vantagem da localização de sua indústria na cidade, sendo o diferencial da bebida e tornando-a muito famosa em todo o globo.

Olney Botelho relembrou grandes indústrias friburguenses que já não existem mais e propôs uma reflexão sobre os problemas que as indústrias do município enfrentam, convidando os presentes a pensar o futuro do setor. Ele contou a história da sua padaria, a Superpão. Tudo começou quando seu pai desligou-se do Clube de Xadrez da cidade. Junto com um tio, proprietário da antiga Padaria Santo Antônio e sem muito dinheiro, desenvolveram-se lentamente até chegarem onde estão hoje. Animado e curioso, Olney também falou de sua entrada na vida política. “Falar de política em casa era difícil, pois minha família sofreu muito na revolução de 1930. Nós pegamos uma cidade boa. Vamos entregar a nossos filhos e netos uma cidade melhor”, disse.

As altas cargas tributárias e a má administração política foram pontos unânimes na fala de todos os empresários presentes. Júlio Badini ressaltou que, após a tragédia ocorrida em janeiro do ano passado, a indústria se recupera com recursos próprios, sem ajuda nenhuma do governo, o que tornou tudo mais difícil. Com início em Olaria, a fábrica está há 35 anos em Conselheiro Paulino. Há a tentativa de reestruturar o Café Muqui, marca recém-adquirida e de grande sucesso no passado, e o Café Friburgo, novo no mercado, para completar o trio com o clássico Café Mury.

Tradição quando o assunto é a panificação, a família Spinelli falou um pouco sobre a Padaria Suspiro. No início, há 58 anos, havia muito trabalho, poucos funcionários e poucas padarias. As entregas eram feitas em domicílio, com o auxílio de furgões. Mas a tradição continua sendo mantida e passada de pai para filho.

Já os irmãos Cordeiro inovaram, trazendo para o mercado brasileiro uma alternativa ao leite bovino. O leite de cabra começou a ser produzido aqui na região, tornando-se referência para todo o Brasil, sendo o primeiro leite desse tipo a ter inspeção sanitária no País. Paulo é veterinário e foi secretário de Agricultura de Nova Friburgo entre 1986 e 1987, participando diretamente da criação da Queijaria Escola, o que também influiu diretamente na produção de sua indústria, que hoje também produz leite de vaca (cerca de 100 mil litros por dia). Subdividida, a produção dos leites em pó, Longa Vida e UHT da empresa é feita em diversas partes do País, mas o centro de operações ainda fica no coração da serra do estado do Rio de Janeiro.

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