Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
O ser humano é indivíduo, isto é, aquele que não se divide. É um ser único, portanto, não é salutar classificá-lo em primeira, segunda ou terceira idade. E quais são os valores que determinam essa divisão, se se pode ter mentalidade arcaica aos 30 e jovem aos 60 anos. Nós somos os nossos arquivos, a nossa cabeça, aquilo que pensamos. O que existe em cada um de nós é um ser compacto, sólido, que amadurece em conhecimento e sabedoria, e, a cada dia que passa, realiza novas proezas.
Sabemos que três quartos do corpo humano são constituídos de átomos de água (H2O). É a mesma proporção de água em relação ao planeta em que vivemos. Esta proporcionalidade, aliada ao movimento de alguém girando em torno de alguém, do qual recebe luz e calor e em torno de si mesmo, vivendo os dias e as noites, representam o mesmo movimento dos astros siderais em suas eternas viagens pelo espaço. Cada um de nós é um mundo que abriga outro mundo, que somos um universo abrigado por outro universo.
Assim, somos seres constituídos de átomos, só que estes não giram na mesma velocidade em cada um de nós. Para uns, giram velozmente: são aqueles que não têm tempo para nada, passam sem dar atenção à vida que passa. Já, para outros, giram menos céleres: são os moderados que procuram ter o tempo certo para tudo, de plantar e de colher, e, para outros, até parece que não giram, ficam parados no tempo e no espaço, esperando… esperando…
Sendo cada um de nós um ser único, universal, com biótipos diferentes, ninguém vê as mesmas coisas do mesmo modo que você vê, mesmo que esteja mirando a mesma imagem, na mesma hora e lugar. Que o céu é azul, que as nuvens são brancas, que a vegetação é verde, todo mundo vê, todo mundo sabe, mas cada um de nós tem um modo singular de ver as coisas que se passam em nosso derredor.
Assim como ninguém sente as mesmas coisas do modo que você sente, mesmo que seja a dor do mesmo amor, o seu sentimento é só seu, jamais alguém sentirá coisa igual. E ninguém faz as mesmas coisas do jeito que você faz, mesmo que seja um simples modo de se pentear, seja lá como for, nem mesmo o melhor ator lhe poderá imitar.
Os sentidos são as nossas singularidades, é o que nos traz sentimentos e nos torna humanos. Sem eles, nada tem direção, são as marcas características de cada um de nós, por isso você será sempre e somente você.
*Plínio Teixeira de Araújo é funcionário da Prefeitura de Cordeiro