As narrações esportivas da Rádio 94 FM têm tido o brilho da comunicação do jovem Ricardo Vieira. Ricardo Fernandes Vieira, o Ricardinho, como também é conhecido na região, é filho de um ex-funcionário da Cimento Alvorada, Jorge Almeida Vieira, e da tecelã da extinta Fábrica de Tecidos Nossa Senhora da Piedade, Teresinha Fernandes Vieira. Nasceu em Cordeiro e tem 47 anos.
– Quando criança, nas peladas da garotada da Avenida Presidente Vargas, onde me criei, e nos jogos de futebol de botão e torneios de futebol de prego, brincava de narrar, imitando Jorge Cury e Waldyr Amaral, meus ídolos no cenário da radiodifusão esportiva – conta Ricardinho.
A primeira vez que realmente empunhou um microfone foi aos 19 anos, em 1987, quando foi convidado pelo amigo e parceiro Leandro Ornellas para comandar a animação de uma festa junina no bairro Imigração, em Cordeiro. Depois disso, incentivado pelo também amigo Pedro Paulo Soares, compositor e ex-comunicador da Rádio Musical de Cantagalo, não parou mais.
Como locutor de campanhas políticas, fez inúmeros trabalhos, o que lhe rendeu convites para a locução de eventos de todos os gêneros. Em 2001, o então diretor da Rádio Comunitária Mágica FM, Helênio Sally, o convidou para ser locutor de eventos esportivos, entre os quais pôde acompanhar e levar aos ouvintes campeonatos de futebol e voleibol regionais. “Na época, transmitíamos jogos com muita dificuldade técnica e narrei partidas em diversos estádios e ginásios, entre os quais Estádio José Jorge e Ginásio Eugênio Tavares”, informa Ricardo Vieira.
– Em 1989, quando do surgimento da Rádio 94 FM, cuja sede funcionava ainda no bairro Santo Antônio (Arraial do Sapo), o diretor-presidente Paulo Roberto Teixeira, que havia sido meu professor, me convidou para atuar como locutor num programa que iria ao ar todas as madrugadas. Jovem, ainda meio rebelde e com outras aspirações, recusei, dizendo que, por ser menor de 21 anos, minha mãe não permitiria trabalhar nas madrugadas – conta Ricardinho.
O encontro definitivo com a Rádio 94 FM veio em 2008, quando o próprio Paulo Roberto Teixeira o designou para a cobertura como repórter de campo de um jogo festivo onde seria homenageado o ex-craque Geovane, do Vasco. “Naquele mesmo ano, passei a narrar as partidas do Campeonato Brasileiro, tendo sido minha primeira narração oficial num jogo entre Grêmio e Fluminense, no Estádio Olímpico, ao lado do saudoso amigo e professor Alexandre Viana”, conta.
Além de narrador esportivo na Rádio 94 FM, também atua, desde 2009, na equipe chefiada por Fernando Bonan, na Rádio Nova Friburgo AM.
Também continua com locuções de eventos, onde se destacam apresentações de shows em exposições agropecuárias, festas de bairros, eventos sociais, privados e públicos, além de mestre de cerimônias em variados segmentos.
Ricardo Vieira atua ainda como assessor de imprensa, tendo iniciado esse trabalho em 1997, com o então prefeito Leonardo Vieitas, em Cordeiro, onde também trabalhou com os prefeitos Sílvio Daflon e Leandro Monteiro e os ex-presidentes da Câmara de Vereadores Márcio Palma Leal (Ratinho) e Luciano Ramos Pinto (Batatinha).
Em Cordeiro, foram 12 anos de atuação, entre Prefeitura e Câmara. Em Macuco, assumiu a função de assessor de imprensa em abril de 2015. “Completo esse mês um ano de trabalho, exercido após um convite do prefeito Félix Lengruber”, informa Ricardo Vieira.
– A locução de palco, como a de jogos de futebol, exige muito “filling”, presença de espírito e rapidez de raciocínio, além do bom e velho jogo de cintura. A grande diferença é que no palco, diante das pessoas, você precisa controlar um pouco mais a ansiedade e deixar a certeza de que eles, os integrantes da plateia, são os donos do espetáculo, enquanto você é um mero coadjuvante. Já nas cabines do rádio esportivo, seja nos estádios ou nos estúdios, você comanda o show e precisa repassar o máximo de emoção e empolgação, tudo com imparcialidade e sutileza – afirma.
Com os narradores esportivos acontecem diversos fatos curiosos, de acordo com Ricardo Vieira. Ele conta um fato curioso. “No começo de minha carreira, num jogo do Campeonato Municipal de Futsal de Cordeiro, narrava uma decisão quando um atleta foi atingido violentamente e caiu em quadra. Imediatamente eu disse: está caído o jogador aguardando a entrada do departamento médico. Eis que entra um sujeito de chinelo, com uma garrafa pet contendo água gelada para prestar atendimento ao jogador. Meio sem jeito, mas querendo narrar a verdade dos fatos, como manda o figurino do bom profissional, eu emendei: não há departamento médico, mas um rapaz simpático e com muito boa vontade auxilia o contundido. O riso foi geral”, conta Ricardo Vieira.
Pela sua experiência na radiodifusão, Ricardo Vieira lamenta a perda de espaço do rádio no país.
– Infelizmente, a radiodifusão vem perdendo um pouco de espaço para outros veículos de comunicação, como as tevês por assinatura e a internet, que são mais viáveis pela rapidez de retorno e com maior poder de captação de recursos junto aos anunciantes.
Ainda assim, creio que o rádio esportivo irá se manter de pé, pois, assim como a Rádio 94 FM, que exerce liderança de audiência em nossa região, quando estamos ao vivo narrando as partidas, outras emissoras continuam apostando nesse segmento. Afinal de contas, com todo respeito, é muito mais emocionante acompanhar um jogo de futebol no rádio do que na TV ou na internet – sentencia Ricardo Vieira.