“Tempo de Reflexão”, por Júlio Carvalho

Fraternidade e amizade social

Fraternidade e amizade social

Terminado o Carnaval, tem início a Quaresma, comemorada pelas igrejas Católica, Ortodoxa, Luterana e Anglicana, período que se inicia na quarta-feira de cinzas, terminando no Domingo de Ramos.

A Quaresma foi estabelecida no ano de 325 d.C., no primeiro Concílio de Niceia, sendo uma preparação para a Páscoa, devendo se caracterizar pelas orações, reflexões sobre nossos atos errados, pecaminosos, cometidos contra o próximo e contrários aos ensinamentos religiosos; devendo-se, também, aumentar as práticas da caridade em relação aos necessitados.

Ao mesmo tempo, aconselha-se a abstinência de alimentos e bebidas que fazem parte do cotidiano, como prática de um sacrifício e disciplina do nosso organismo.

As cerimônias religiosas do Catolicismo, na Quaresma, começam na Quarta-feira de Cinzas, com a deposição, após a missa, de cinzas na testa dos fiéis, lembrando que o homem é pó e ao pó retornará, recordando a finitude da matéria orgânica. “Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas” (II Cor 4,18).

Outrora, na minha infância, as igrejas recobriam todas as imagens com um tecido roxo, o que dava aos templos um aspecto sombrio e triste; a igreja era silenciosa, preocupada mais com as orações.

Durante a Quaresma, a CNBB realiza a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem por tema Fraternidade e Amizade Social, e, por lema, “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8), baseada na Encíclica do Papa Francisco, Fratelli Tutti.

Além da Igreja Católica Apostólica Romana, participam da Campanha da Fraternidade as seguintes Igrejas: Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Episcopal Anglicana do Brasil e Presbiteriana Unida do Brasil; Episcopal Anglicana do Brasil e Sirian Ortodoxa de Antioquia.

O grande ideal é que todos fossem irmãos e a paz fosse uma constante mundial; infelizmente, e a todo instante, os noticiários mostram a destruição causada pelas terríveis guerras.

Há mais de um ano, a Rússia tenta conquistar parte da Ucrânia, levada pela ambição de um ditador que se mantêm no poder. No Oriente Médio, depois de um atentado terrorista que matou cerca de 1.500 judeus e sequestrou 145, os israelitas bombardeiam, impiedosamente, os palestinos, causando a morte de mais de 20.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças; com a invasão até de hospitais, corte de energia elétrica, água, alimentos e combustíveis. Sem falar na destruição material da Faixa de Gaza.

Parece até esquecerem as atrocidades sofridas durante a 2ª Guerra Mundial nos guetos da Polônia e nos campos de concentração, onde foram assassinados cerca de seis milhões de judeus pelos nazistas.

Até quando teremos que assistir essas terríveis notícias, ceifando vidas de jovens de diversas nacionalidades, levados aos campos de batalhas sem motivação, em guerras criadas por dirigentes psicopatas que jamais deveriam chegar ao poder?

 

Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo
Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo

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