Usina Hidrelétrica de Itaocara continua sem previsão de ser construída

Crise financeira é o principal motivo que impossibilita a criação da UHE Itaocara I. Foto: Reprodução/Internet

A Usina Hidrelétrica de Itaocara, prevista para ser implantada no leito do rio Paraíba do Sul, ainda permanece sem data para ser construída. De acordo com a gestão do empreendimento, entre os motivos da decisão está a crise financeira que afetou o país no segundo semestre de 2015.

Ainda segundo a empresa, o momento de dificuldade econômica inviabilizou a captação de recursos financeiros, dificultando o início da obra. Na ocasião, a crise inesperada também obrigou a organização a instaurar negociações para realizar a rescisão do Contrato de Concessão junto à ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Em razão de toda a inviabilidade financeira, a empresa informou também que será necessário realizar outro processo de licenciamento ambiental, para uma nova obtenção de licença prévia e de instalação. O conjunto de estudos tem como objetivo exercer o controle prévio da construção da usina e também acompanhar as atividades que utilizarão os recursos naturais no ambiente do empreendimento.

A usina

Prevista para ser implantada no rio Paraíba do Sul, a UHE Itaocara I vai abranger uma área de 40.1 km² de reservatório, entre os municípios de Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaocara, Cantagalo, no Estado do Rio de Janeiro, e Pirapetinga, no Estado de Minas Gerais. O empreendimento terá capacidade para gerar 150 Mw (megawatt), com a expectativa de poder abastecer – em média – uma cidade com até 200.000 habitantes.

A construção da usina, embora busque trazer benefícios econômicos e de geração de emprego para a população, também é vista com olhares de reprovação por moradores e ambientalistas, desde o início da discussão para a sua implantação. O motivo é o fato de que grande parte da população ribeirinha, que mora próxima ao leito do rio Paraíba do Sul, terá que ser realocada e muitas propriedades devem ser inundadas com a cheia do rio.

Quando o assunto é a questão ambiental, é previsto que o empreendimento também causará impactos à natureza ao longo do percurso de vazão da hidrelétrica. Segundo o projeto de licenciamento ambiental inicial da usina, a sua construção pode causar impactos na qualidade do ar, solo e água das localidades atingidas, assim como perda de cobertura vegetal e desequilíbrio da fauna terrestre. Para todos os impactos, porém, a empresa adotará medidas de mitigação e programas socioambientais.

 

Nota da Usina Hidrelétrica de Itaocara enviada ao Jornal da Região, esclarecendo sobre a implantação do empreendimento.

A UHE Itaocara I, empreendimento sob a responsabilidade da UHE Itaocara S.A. (LIGHT / CEMIG), é um projeto previsto para ser implantada no trecho médio-baixo do rio Paraíba do Sul, com reservatório a fio d’água, que abrangerá uma área de aproximadamente 40,4 km² (reservatório), entre os municípios de Itaocara, Aperibé, Santo Antônio de Pádua, Cantagalo, no estado do Rio de Janeiro, e Pirapetinga, no estado de Minas Gerais.

Os estudos para a implantação do aproveitamento hidrelétrico, originariamente denominado de UHE Itaocara, tiveram início na década de 80. A concepção original do projeto previa 1 (um) barramento, que seria capaz de gerar até 195MW e abrangeria uma área de aproximadamente 77km² (reservatório), entre os municípios de Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaocara, Cantagalo, Carmo, no Estado do Rio de Janeiro, Volta Grande, Estrela Dalva e Pirapetinga, no Estado de Minas Gerais.

Posteriormente, visando especialmente mitigar os efeitos ambientais do empreendimento, o projeto UHE Itaocara fora fracionado em dois barramentos, UHE Itaocara I e UHE Itaocara II, o que fora homologado pela ANEEL em 2011. A partir de então o empreendedor passou a ser responsável apenas pelo projeto UHE Itaocara I.

A UHE Itaocara I, com capacidade para gerar até 150Mw, possuirá uma área de abrangência de aproximadamente 40 km² (reservatório) – consideravelmente menor que a prevista no projeto original – e abrangerá áreas dos municípios de Santo Antônio de Pádua, Aperibé, Itaocara, Cantagalo, no Estado do Rio de Janeiro, e Pirapetinga, no Estado de Minas Gerais, excluindo, assim, os municípios de Carmo (RJ), Volta Grande e Estrela Dalva (MG), anteriormente previstos no projeto originário do aproveitamento hidrelétrico.

Por conseguinte, em 30/04/2015, o projeto foi submetido ao 21° Leilão de Energia Proveniente de Novos Empreendimentos de Geração – Edital n. 03/2015 – promovido pela ANEEL, tendo sido arrematado pelo Consórcio UHE Itaocara (LIGHT / CEMIG), o que culminou na celebração do Contrato de Concessão de Uso de Bem Público n. 01/2015-MME (DOU n. 205/2015) com a União, por intermédio do Ministério de Minas e Energia. Posteriormente o Consórcio UHE Itaocara foi sucedido por UHE Itaocara S.A. (1º Termo Aditivo ao Contrato de Concessão).

Não obstante a celebração do Contrato de Concessão (2015), a implantação/construção do empreendimento UHE Itaocara I não fora iniciada, especialmente em razão da inesperada crise econômica que adentrou o país a partir do segundo semestre de 2015, o que inviabilizou a captação dos recursos necessários para tanto, obrigando o empreendedor a requerer à ANEEL a instauração de negociações para a rescisão do atual Contrato de Concessão, o que está em discussão junto à Agência Reguladora.

Neste momento, portanto, não há previsão para o efetivo início futuro da implantação da UHE Itaocara I, uma vez que – para tanto – além da necessidade de seja concluída a discussão junto a ANEEL para a rescisão do Contrato de Concessão, o projeto ainda terá que especialmente (mas não só!) cumprir as respectivas etapas relacionadas a um novo processo de licenciamento ambiental (obtenção de licenças prévia e de instalação), além de outras providências, para só então se possa ter eventual perspectiva quanto ao efetivo início futuro da implantação da UHE Itaocara I. Ou seja, há ainda um longo caminho a ser percorrido previamente à delimitação de uma eventual expectativa razoável para o início da implantação da UHE Itaocara I”.

Ver anterior

Prefeitura de Duas Barras realiza reunião com representantes do Conselho Municipal do FUNDEB

Ver próximo

“Os Santos”, por Dr Júlio Carvalho

Comente

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Populares

error: Conteúdo protegido !!