Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
As vendas de bicicleta no Brasil em 2021 mantiveram um patamar superior ao período pré-pandemia. Apesar de um pequeno recuo, de 2%, em relação aos dados de 2020, levantamento realizado pela Aliança Bike, a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, com centenas de lojistas de todo país, indica que o mercado brasileiro de bicicletas segue em alta.
Em 2020, as vendas de bicicletas bateram recordes no território nacional, com um crescimento de 50% em comparação ao ano de 2020. A pesquisa ainda mostra que em 2021 o mercado de bicicletas viveu momentos distintos. Enquanto no primeiro semestre os números foram positivos, com um crescimento de 34% em relação a 2020 e a franca recuperação das importações dos componentes, o segundo semestre contou com uma retração de 36% nas vendas de bicicleta em comparação ao ano anterior.
O ano de 2021 manteve um ótimo volume de vendas para o mercado, graças especialmente ao primeiro semestre. Os 6 meses iniciais do ano passado foram de recuperação das importações, após a escassez de produtos do setor em escala global, por conta da alta nas vendas da bicicleta em todo o mundo. Em consequência, as montagens das bicicletas também cresceram no Brasil, o que alavancou o mercado”, explica o vice-presidente da Aliança Bike, André Ribeiro.
Foi possível constatar também que a retração ocorrida no segundo semestre se deve especialmente a uma queda na procura por bicicletas novas – especialmente entre as bikes de entrada, que variam entre R$ 800,00 e R$ 2000,00. Esse modelo de bicicleta havia sido a mais comercializada em 2020, elevando os índices de vendas a patamares recordes.
Em números absolutos, a Aliança Bike realizou uma estimativa de vendas no comério varejista de bicicletas nos últimos anos, fazendo um monitoramento com lojistas e baseada nos dados de produção, montagem e importação de bicicletas e componentes. A estimativa ainda contempla bicicletas novas e usadas.
Estimativas de vendas no comércio varejista de bicicletas no últimos anos: 2018: 4 milhões de unidades 2019: 4 milhões de unidades 2020: 6 milhões de unidades 2021: 5,8 milhões de unidades
Contexto do mercado em 2020 e em 2021
Os primeiros meses de 2020 foram difíceis para lojas e montadoras, que precisaram lidar com a falta de componentes e insumos para a linha de montagem de bicicletas. A escassez foi causada especialmente pelo boom de vendas mundialmente, quando as principais fabricante em nível global não conseguiram atender à crescente demanda em virtude da pandemia.
Segundo a Aliança Bike, as lojas recorreram então às bikes que já estavam no estoque e comercializaram bicicletas usadas, causando uma queda na produção e importação de modelo, mesmo com o pico de vendas.
Já a queda em 2021 estaria, segundo a associação, relacionada a uma maior flexibilização da quarentena e das regras de circulação – com a abertura de comércios e espaços de lazer que ocorreram a partir de junho.
O monitoramento ainda revela que os estoques nas lojas para bicicletas de entrada e intermediárias já estão praticamente normalizados. Contudo, ainda há deficiência na oferta de componentes para o mercado especializado, especialmente de sistemas de transmissão e suspensões.
Expectativa para 2022
Apesar da deficiência na oferta de componentes, a expectativa para o ano de 2022 é positiva, com a manutenção do patamar de vendas de bicicletas de 2021.
Além das vendas, profissionais ouvidos pela associação apontam que o otimismo se deve a outro fator: o crescimento considerável pelo serviço de mecânica e revisão de bicicletas, além da compra de acessórios e vestuário. Isso se dá em decorrência do aumento da base de novos ciclistas que ocorreu desde o início da pandemia, acarretando uma demanda maior por serviços, principalmente.
Em 2021, a Pesquisa Anual de Comércio Varejista de Bicicletas, realizada pela Aliança Bike com o apoio do Itaú, apontou que os serviços mecânicos aumentaram em 30% em relação a 2020 e já representam mais de 27% do faturamento de uma loja de bicicletas.