Jovem friburguense é campeão mundial no World Pro Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi
Na semana passada, escrevi sobre a cronologia do Sudário, mostrando os locais e as datas onde ele foi visto e por onde passou até chegar em Turim. Hoje, escreverei diretamente sobre o lençol de linho que é cercado de mistério e fé.
O lençol tem 4,40 metros de comprimento por 1,10 metros de largura, de linho, tecido em forma de espinha de peixe, modo como os teares do Oriente Médio teciam os fios de linho, na época em que Jesus sofreu sua paixão.
Os judeus tinham o hábito de lavar o morto, passar substâncias perfumadas que retardavam a putrefação do cadáver e, depois, envolvê-lo no lençol mortuário. O tecido era colocado no chão, aberto em toda sua extensão, o falecido era depositado sobre ele com o dorso do corpo. A seguir, a parte do lençol que estava além da cabeça era usado para recobrir a parte ventral do corpo. Finalmente, era amarrado com tiras em alguns pontos do corpo. Havia um pano menor usado sobre a face.
Nele há uma tênue imagem de um homem, frente e dorso do corpo, com cerca de 1,80 metros de altura, cabelos longos, até os ombros, barba cerrada dividida ao meio e bigode; na cabeça, uma coroa de espinhos, marcas de sangue escorrido sobre a testa e o rosto, a cartilagem nasal angulada (luxação) e um hematoma na região malar direita, sob o olho.
Além da figura do homem, no lençol existem várias imagens de sangue humano, que acompanham as regiões feridas; enquanto o sangue atravessou todo tecido, sujando a parte posterior, a imagem do homem marca apenas a parte mais superficial das fibras de linho, sem penetrá-las.
Nos ombros, escoriações; no tórax, uma infinidade de lesões semelhante às que eram causadas pela flagelação dos romanos. No hemitórax direito, uma ferida cortante.
Nos membros superiores, várias imagens semelhantes às do tórax e nos punhos, colocados sobre a região pubiana, feridas perfurantes, com imagens de sangue escorrido nos antebraços.
Nos membros inferiores, situação semelhantes nas coxas e nas pernas; nos joelhos, feridas contusas e, no dorso dos pés, feridas penetrantes e transfixantes.
Todas essas imagens fizeram e fazem pensar ser Jesus, o Cristo, pois as imagens dos ferimentos coincidem com as descrições encontradas nos Evangelhos.
Vejamos:
1º – “Pilatos mandou então flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram sobre sua cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura. Aproximavam-se dele e diziam: ‘Salve rei dos judeus!’. E davam-lhe bofetadas. (Jo 19, 1-3).”
2º – “Era a hora terceira (9 horas) quando o crucificaram (Mc 15, 25).”
3º – “Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação da Páscoa e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados. Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água” (Jo 19, 31-34).
Os Evangelho não relatam quedas de Jesus até o Calvário, todavia no Sudário existem feridas contusas nos dois joelhos, resultantes das quedas sob o peso da cruz. O mesmo ocorre em relação aos ombros, mas existem ferimentos dos dois lados, já que o condenado levava a parte transversal da cruz sobre os ombros, com os punhos amarrados nas extremidades do madeiro, o que causava feridas nos ombros.
A coincidência de lesões encontradas no Sudário com as descrições dos Evangelhos, faz pensar que o homem do Lençol de Turim seja o próprio Jesus Cristo, todavia existem contestações.
A matéria é longa, seu estudo apaixonante, envolvendo estudo de cientistas do mundo inteiro, desde médicos, bioquímicos, físicos, legistas, etc.
O Papa Júlio II (1503-1513), ao aprovar a Missa e o Ofício pelos quais oficializou o culto público ao Santo Sudário, disse: “Este tecido de linho no qual Nosso Senhor Jesus Cristo foi envolto, vós o deveis venerar e adorar”.
Desde essa época, diversos Papas peregrinaram a Turim para rezar diante do Sudário: Pio XI, Pio XII, São João XIII, Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI.
A imagem do Sudário de Turim, por mostrar os sofrimentos de um homem que morreu crucificado, que os católicos consideram ser Jesus Cristo, é considerado, talvez, a maior relíquia do Cristianismo, ao mesmo tempo, gerou e gera polêmicas intermináveis, que procurarei mostrar nesses artigos durante a Quaresma.
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