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O estudo minucioso do Sudário de Turim a olho nu e com auxílio de aparelhos permitiu aos médicos que se dedicaram a tais estudos realizar uma verdadeira autópsia na imagem do homem ali existente.
No seu rosto, estão presentes uma luxação da cartilagem nasal, resultando de uma bastonada desferida por um dos guardas do sinédrio durante o interrogatório com Anás. Observa-se, também, um hematoma na região malar direita, provocado por um soco, na mesma ocasião (Jo 18,22).
No lábio, ferida contusa determinada por queda, com choque contra o chão; é importante lembrar que o condenado carregava a parte horizontal da cruz com os punhos amarados nas suas extremidades. Quando caía, não podia se proteger com os membros superiores.
Na fronte e no couro cabeludo, foram encontradas incontáveis feridas puntiformes, produto dos espinhos da coroa que lhe colocaram os soldados romanos (Mt 27,29); coroa que era em forma de um gorro, imitando as coroas usadas pelos reis do oriente. A coroa foi batida contra a cabeça com uma cana, causando tremenda dor e sangramento, uma vez que nossa cabeça é ricamente irrigada por uma vastíssima cadeia de artérias e veias.
Nos ombros, foram encontradas escoriações causadas pelo atrito com a cruz de madeira, cujo peso é calculado variando de 30 a 50 kg.
No tronco e nos membros superiores e inferiores, aparecem centenas de ferimentos lineares, cortantes, com cerca de 5 cm. Com sinais de extirpação da pele nas extremidades. São as feridas produzidas pelo flagelo ou flagum durante a flagelação. Esta punição era desumana, embora nos Evangelhos seja citada superficialmente, como açoite (Mc 15,15).
O condenado era amarrado pelas mãos em uma coluna, despido de suas roupas, e flagelado por dois soldados romanos; um batia da cintura para cima e o outro desse ponto para baixo. O flagelo era um chicote de cabo curto com três tiras de couro, terminando em uma pequena haste metálica com uma esfera cortante em cada extremidade.
Os soldados, quando batiam, puxavam o instrumento que, além de cortar a pele, pela ação das tiras de couro, arrancavam pedaços de carne pelas esferas das pontas, causando grande dor e sangramento no condenado. Calcula-se que um cidadão submetido a flagelação perdia cerca de 1,5 litro de sangue.
No exame do sudário, os médicos encontraram 225 lesões corporais, por todo corpo, assim distribuídas:
- Ombros e espáduas – 54
- Cintura e regiões lombares – 29
- Abdome – 06
- Tórax – 14
- Pernas – 70
- Membros superiores – 34
- Orelhas – 02
- Bolsa escrotal – 02
- Nádegas – 14
- Total – 225
Na face anterior do tórax, foi encontrada, também, uma ferida incisa, inclinada, na parte média, medido cerca de 5 cm de comprimento por 1,5 cm de largura, entre a 5ª e a 6ª costelas (Jo 19, 31-34).
Nos joelhos do homem do Sudário, encontraram feridas contusas decorrentes das quedas que o condenado sofria sob o peso do madeiro.
Nas mãos e pés, feridas transfixantes produzidas pelos cravos metálicos que fixavam o condenado à cruz.
A condenação a crucificação era reservada aos piores criminosos, aos que traiam a pátria, aos desertores do exército e aos que cometiam crimes hediondos. Depois da flagelação, o condenado era fixado a cruz, onde permanecia até falecer; esse tempo variava de acordo com a resistência do condenado, alguns permaneciam por mais de um dia, morrendo aos poucos. Alguns, ainda vivos, tinham pedaços de carne arrancados pelas aves de rapina. Depois de mortos, em geral, não eram sepultados, sendo os corpos abandonados nos campos sendo consumidos pelos animais.
No caso de Jesus, o corpo foi solicitado por José de Arimatéia, homem influente da sociedade judaica, membro do sinédrio; sendo atendido por Pilatos, governador da Palestina.
Jesus foi crucificado a hora sexta (meio dia), falecendo a hora nona (15 horas), permanecendo crucificado por cerca de três horas, o que surpreendeu Pilatos. A causa da morte de Jesus também é analisada pela medicina, havendo mais de uma teoria para explicá-la.
Para o cristianismo, no Calvário, Jesus Cristo perdeu todo seu sangue; na flagelação, já havia perdido cerca de 1,5 litro. Teria morrido, então, de anemia aguda.
Para a medicina, as teorias são outras. Para o Prof. Pierre Barbet, um dos primeiros médicos a estudar o Sudário, o mecanismo de morte era a asfixia, uma vez que a posição do crucificado, com os braços elevados, dificultava progressivamente a respiração, levando à morte por asfixia.
Para outros, teria ocorrido um infarto agudo do miocárdio, gerado pela intensa angústia, pelas torturas e os sofrimentos na cruz.
Para o legista norte-americano Dr. Zugibe, Jesus morreu de uma parada cardiorrespiratória, em virtude de choque traumático e hipovolêmico, resultante da crucificação.
São tantas as coincidências entre a autópsia do Sudário e os relatos dos Evangelhos, como acima foi mostrado, que para mim a imagem ali gravada é a de Jesus Cristo, sendo autêntico o lençol de Turim.
E para você, meu prezado leitor?
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