Superthal e Caravana da Coca-Cola fazem noite mágica em Bom Jardim
Richard Williams, renomado especialista em desenvolvimento humano, afirma que o feedback tem o poder de moldar nossas vidas e relações e, ainda, que a qualidade de qualquer relação depende da qualidade e da quantidade de feedbacks que cada indivíduo recebe. Segundo ele, “quando o feedback é pobre, a relação será igualmente pobre. Se for crítico ou ofensivo, assim será a relação. No entanto, quando há muito feedback positivo, a relação será positiva.” Isso sugere que o tipo e a frequência de feedbacks influenciam diretamente a qualidade das interações entre as pessoas, além de impactar a autoestima.
Compartilharei uma experiência para ilustrar o impacto do feedback. Lembro-me de uma vez em que, ainda aprendendo, toquei violão na frente de algumas pessoas que eram da turma do meu irmão, numa rodinha de escola. Ao me verem tocar e não conseguir fazer as mesmas coisas que ele, que tinha quatro anos a mais que eu e tocava muito, elas se levantaram e me deixaram sozinho. Esse simples gesto, quando eu tinha dez anos, me fez acreditar que eu não era bom na música. A falta de encorajamento e a ausência de feedback positivo me afastaram, por mais de trinta anos, de algo que eu poderia ter explorado tanto pessoal quanto profissionalmente. (Costumo contar esta história, com detalhes e aprendizados, nas minhas palestras.)
Acredito que muitos dos problemas que enfrentamos com nossas equipes, filhos e amigos estão intrinsecamente relacionados ao estilo de feedback que compartilhamos.
O impacto do feedback em nossas vidas
Somos o somatório de todos os feedbacks que recebemos desde o ventre materno até os dias de hoje. Cada emoção, cada palavra e cada gesto foram impressos em nossas mentes e nem sempre temos consciência de que estão ali, porém, impactam nossas escolhas. Frases como “Você não serve para nada“, “Olha, esse menino é um vagabundo“, “Você não é bom nisso“, “Você nunca vai conseguir“, “Você é um fracasso“, “Isso não é para você”, muitas vezes ditas por pessoas que amamos e respeitamos (pais, professores e amigos), deixam marcas profundas e limitam nosso potencial e nossa autoconfiança. Mexem com o nosso interior, falam direto com nossa identidade (quem somos).
O problema é que, inconscientemente, repetimos essas mesmas frases, padrões de crenças e pensamentos, com outras pessoas, deixando marcas e influenciando significativamente o comportamento e a mentalidade ao longo da vida.
Provavelmente, diante de alguma situação, você já se sentiu inadequado e com aquela sensação de não ser bom o suficiente. Desenvolveu um medo constante de falhar novamente, limitando a disposição de tentar novas coisas. Talvez, você tenha ficado ansioso, temendo que problemas semelhantes pudessem ocorrer novamente e, assim, tenha perdido várias noites de sono, sofrendo por fracassar no passado.
Isso ocorre porque não temos consciência ou não consideramos o poder do feedback em nossa vida e na vida das pessoas. Às vezes, comentamos sobre a aparência (seu cabelo está muito bonito). Outras vezes, focamos no comportamento (você sempre chega atrasada), buscando mudar ou reforçar algo. No entanto, muitas vezes, falamos do interior das pessoas (você não presta para nada). Essas palavras, frases e gestos, muitas vezes, criam um ciclo de negatividade, levando a pessoa a sabotar o próprio sucesso, gerando procrastinação ou desistência precoce.
Para neutralizar os efeitos negativos de frases críticas e destrutivas, é essencial adotar uma abordagem múltipla que inclui autoconhecimento, resiliência emocional e estratégias de autodesenvolvimento. Aqui estão algumas ações práticas que podem ajudar:
1) Identifique as frases impactantes: liste as frases que mais o afetaram negativamente. Reconhecer essas frases é o primeiro passo para lidar com elas.
2) Reflexão crítica: pergunte-se se essas afirmações são verdadeiras ou se foram exageradas ou ditas em momentos de frustração por outras pessoas. Avalie o contexto em que foram ditas e a intenção por trás delas.
3) Pratique a autocompaixão: seja gentil consigo mesmo. Entenda que todos cometem erros e têm pontos a melhorar. Trate-se com a mesma compaixão que ofereceria a um amigo próximo.
4) Abrace a imperfeição: aceite que a perfeição não é alcançável e que o crescimento vem da aceitação de falhas e do aprendizado contínuo.
5) Reestruturação cognitiva: substitua pensamentos negativos por afirmativas positivas. Por exemplo, troque “Eu não sou bom nisso” por “Estou aprendendo e melhorando a cada dia.”
6) Diálogo interno positivo: construa uma narrativa interna que destaque suas qualidades, conquistas e capacidade de superação.
7) Pratique a resiliência: desenvolva a capacidade de se recuperar de adversidades. Isso inclui manter uma atitude positiva diante de desafios e persistir nos objetivos.
8) Defina metas realistas: estabeleça objetivos alcançáveis e divida-os em etapas menores. Isso facilita a percepção de progresso.
9) Celebre sucessos: reconheça e celebre suas conquistas, por menores que sejam. Isso reforça sua autoconfiança e motivação.
10) Mindfulness e meditação: ajudam a manter a calma, a clareza mental e a resiliência diante de críticas e feedbacks negativos.
11) Terapia: considere a possibilidade de buscar apoio de um terapeuta para trabalhar as questões emocionais e desenvolver estratégias de autossuperação.
12) Grupos de apoio: participar de grupos de apoio ou comunidades com interesses semelhantes pode fornecer suporte emocional e motivacional.
O feedback que molda nossa vida
É possível observar que, numa relação, quando há muito feedback (comunicação), as pessoas se compreendem, se respeitam e confiam umas nas outras. No entanto, quando o feedback (comunicação) é raro, por exemplo, filhos não compreendem os pais, chefes não entendem os subordinados e vice-versa, e assim, não se respeitam e não confiam uns nos outros.
Comece hoje mesmo a implementar essas estratégias em sua vida. Perceba a diferença que a mudança de mentalidade e a busca por feedbacks de qualidade podem fazer na autoestima e no desempenho profissional.
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